A Xiaomi, nome que se associa facilmente a produtos eletrónicos, nomeadamente smartphones, televisões ou outros gadgets, acaba de anunciar a intenção de se afirmar também na indústria automóvel. “Trabalhando arduamente nos próximos 15 a 20 anos, tornar-nos-emos um dos cinco maiores fabricantes de automóveis do mundo, esforçando-nos por elevar a indústria automóvel chinesa em geral”, afirmou o CEO e co-fundador da Xiaomi, o milionário chinês Lei Jun, numa apresentação no final de 2023.
E já tem produto para mostrar: chama-se SU7 e promete emoções fortes (as letras SU significam Speed Ultra ou velocidade para lá dos limites, numa tradução livre).
O novo automóvel foi apresentado por Lei diante de milhares de pessoas no Centro Nacional de Convenções da China, em Pequim, com o empresário a especificar que o veículo será proposto com uma autonomia de até 800 quilómetros e uma velocidade máxima de 265 quilómetros por hora. A energia é fornecida por baterias dos líderes do mercado chinês CATL e BYD, e haverá variantes com um único motor e com dois sistemas (SU7 Max, com tração às quatro rodas).
Para Lei, este é um investimento multimilionário que, crê, poderá colocar a Xiaomi em pé de igualdade com jogadores de peso dentro da indústria automóvel, acreditando que os seus produtos poderão, em breve, rivalizar com os modelos da Tesla ou da Porsche. “O objetivo da Xiaomi é fazer um carro de sonho tão bom como a Porsche e a Tesla”, disse Lei no lançamento.
No caso do SU7, a ideia é que faça frente ao Taycan Turbo ou ao Model S, destacando-se também pelo preço (ainda que as expectativas é para que não fique tão barato quanto Lei esperava inicialmente, como o próprio admitiu, ressalvando que “todos acharão [o custo] justificado”).
Quanto custa um Porsche elétrico novo?
Lei, que apelidou o SU7 de “besta de desempenho” na rede social X (ex-Twitter), destacou ainda que o novo carro é destinado a pessoas de bom gosto, que gostam de tecnologia e valorizam a performance. O SU7 é anunciado com uma aceleração de 0 a 100 km/h em fulgurantes 2,78 segundos.
Outra razão pela qual Lei espera que o SU7 seja um sucesso é o facto de partilhar o seu sistema operativo com os populares telefones e outros dispositivos eletrónicos da marca. Afinal, destacou a consultora Automobility, citada pela Reuters, “a Xiaomi é uma marca de electrónica de consumo bem estabelecida, com centenas de milhões de ‘Mi Fans’, ou membros do seu ecossistema de dispositivos inteligentes”. E, como tal, “há uma oportunidade significativa de se destacar à medida que o automóvel se torna um dispositivo inteligente”.
O SU7 integrará o sistema HyperOS, operável num ecrã central de elevada resolução e de grandes proporções. Os passageiros traseiros dispõem de encaixes para os seus Xiaomi Pad, sendo o sistema de áudio apoiado por 23 colunas Dolby Atmos. Mas ainda assim manterá os botões físicos: para ajustar rapidamente a temperatura do ar condicionado, o fluxo de ar, o ou gerir a altura da suspensão pneumática.
O sistema de condução inteligente do Xiaomi SU7 é alimentado por dois chips Nvidia Orin X e a empresa acredita ser capaz de disponibilizar a funcionalidade de condução assistida em ambiente urbano em 100 cidades até ao final de 2024.
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