tiguan

Marvin Tortas

24/12/2024

8 min

Volkswagen Tiguan 2.0 TDI: O diesel ainda faz sentido?

O Volkswagen Tiguan chegou agora à sua tão aguardada 3ª geração, mais moderno e tecnológico do que nunca.

E como substituir o modelo que tem o maior sucesso de uma marca é sempre uma tarefa difícil, as mais de 7 milhões de unidades vendidas do Tiguan desde o seu lançamento, levaram a Volkswagen a não querer romper por completo com as linhas que sempre o definiram, mas melhorando-as e modernizou-as em todos os aspetos, estando este SUV mais do que pronto para os anos que se seguem.

Mas será que para um modelo lançado em 2024, ter motorizações diesel, ainda faz sentido?

O Tiguan é atualmente o best-seller da Volkwsagen. Desde 2007, saíram das fileiras da popular marca alemã mais de 7,6 milhões de unidades, e o seu sucesso parece não querer acalmar.

A 3ª geração deste SUV surge com dimensões ligeiramente aumentadas, ainda que estas sejam mais enfatizadas pela aparência do que os centímetros que cresceram na realidade.

Mas à primeira vista, aquilo que se destaca mesmo é o design, que continua sóbrio como sempre, em linha com os restantes modelos da marca, mas simultaneamente elegante e dinâmico.

Na dianteira, encontramos uma frente vertical com uma grelha de grandes dimensões, que pode assumir diferentes estilos consoante a versão escolhida, com esta R-Line a ser aquela que apresenta uma imagem mais desportiva, graças a um desenho e padrão exclusivos.

Os grupos óticos, que podem contar com tecnologia LED Matrix à frente, são agora ligeiramente mais arredondados, e unidos por uma linha LED, tanto na dianteira, como na traseira, seguindo a recente tendência da indústria automóvel.

As linhas salientes existentes sobre o capot, são igualmente encontradas na lateral, que lhe ajudam a conferir uma imagem mais robusta e musculada, e o spoiler evidencia alguma desportividade que a marca quis conferir ao modelo, que nesta 3ª geração se apresenta finalmente sem saídas de escape falsas.

Interior

No interior, também o habitáculo foi melhorado, recebendo equipamentos e opções inovadoras, como a nova iluminação ambiente, um ecrã de maiores dimensões e um conceito de operação otimizado, incluindo um assistente de voz digital inteligente.

As primeiras sensações a bordo do novo Volkswagen Tiguan são muito positivas, sobretudo para quem tem a oportunidade de se sentar no lugar do condutor, e é desde logo notório o salto na qualidade dos materiais apresentados, que relega os plásticos mais duros apenas para a zona inferior do habitáculo.

A posição de condução impressiona desde logo pela quantidade de ajustes que permite, quer no volante, quer no banco, que apesar do visual desportivo, se revela muito ergonómico e oferece um elevado nível de conforto.

Nesta versão em particular, a função de massagens é também um opcional que vale a pena destacar e que se revela num ótimo companheiro em viagens de maior duração. Mas é claro que aquilo que mais se destaca neste renovado interior é mesmo a revolução digital a que assistimos face à geração anterior. No entanto, é uma revolução apenas nos sítios certos, sem cair em exageros.

Esta unidade está equipada com o pacote Infotainment Plus, que para além de outros elementos como o duplo carregamento por indução, aumenta o tamanho do ecrã multimédia de 12,6’’ para 15’’ polegadas, que garante uma ótima leitura da informação e uma utilização ainda mais facilitada da interfaces com os smartphones.

No entanto, e num passo de salutar, a Volskwagen voltou atrás na digitalização dos comandos no volante, ouvindo o feedback de jornalistas, e sobretudo, dos seus clientes, e fez regressar os comandos físicos ao volante neste novo Tiguan, algo que de resto irá fazer em todos os seus modelos no futuro, e por isso, é muito fácil operar todas as funcionalidades deste carro, bastando para isso apenas algumas horas de habituação.

Os comandos da climatização não são físicos, mas contam com um atalho dedicado e eficaz que não exige que se retire os olhos da estrada.

Para aumentar a facilidade de utilização, o Tiguan é também o primeiro Volkswagen a contar com o Comando de Experiência de Condução, que para além de possibilitar alternar entre os diferentes modos de condução, permite igualmente escolher o ambiente interior ou mesmo o volume do sistema multimedia, ainda que manualmente, seja também muito fácil controlar e alterar estes sistemas, uma vez que a Volkswagen instalou um comando central, colocado numa posição muito ergonómica, e que com um pequeno toque nos permite alternar e alterar as várias funções.

Quanto ao espaço existente, os 3cm adicionais no comprimento permitiram-lhe aumentar a volumetria da bagageira em 37L, contando agora com 652L de capacidade, e como a distância entre eixos se manteve intacta, a habitabilidade nos bancos traseiros é mesma que conhecemos e reconhecemos ao Volkswagen Tiguan, sendo uma das referências no segmento C-SUV.

Ainda a partir dos bancos traseiros é possível observar um pormenor que honra os animais que dão origem ao nome deste modelo da Volkswagen: o Tigre à esquerda, e a Iguana à direita.

Ao VOLANTE

Os diesel têm sido cada vez mais demonizados um pouco por todo o mercado europeu, mas nem isso demoveu o grupo Volkswagen de incluir motorizações a gasóleo em alguns dos seus modelos mais recentes, nomeadamente o novo Cupra Leon, que testamos recentemente, ou este Volkswagen Tiguan.

Mas, ainda bem que o fez, porque ainda há muitos clientes que precisam de percorrer anualmente muitos quilómetros, e aí o diesel faz todo o sentido, ou simplesmente porque não podem, ou não querem depender de tomadas e postos de carregamento para terem motorizações eficientes.

O “velho e bom diesel”, continua a oferecer boas prestações, bons consumos, e graças às tecnologias atuais, também cada vez menos poluente.

E para o cliente, é sempre bom ter todas as opções à disposição para escolher, porque é muito difícil, sobretudo nos dias de hoje, que uma só motorização consiga satisfazer todas as necessidades dos utilizadores. Estão mais que provadas as debilidades da infraestrutura elétrica, assim como todos conhecemos os elevados custos de manutenção dos automóveis a combustão, mas não faz sentido obrigar ou condicionar a escolha de um carro novo apenas a uma solução, quando todos os números nos mostram que nem todos querem ou precisam da mesma coisa de um automóvel.

E é aí que o novo Volkswagen Tiguan também se destaca, ao oferecer motorizações a gasolina, com preços mais contidos, e com ajuda elétrica de um sistema mild-hybrid, versões híbridas plug-in que oferecem 120km de autonomia 100% elétrica, e que permitem beneficiar de todos os incentivos fiscais aplicáveis a esta tipologia de automóveis por parte de empresas com contabilidade organizada, ou ainda esta versão diesel, que por um valor contido nos permite percorrer quase 1000km sem necessitar de parar para abastecer.

Mas ainda sobre a condução desta versão 2.0 TDI de 150cv. O novo Tiguan está também disponível com uma versão de tração integral com este mesmo bloco, mas 192cv, que apesar de não ter ainda testado, acredito que tal como esta, seja bastante silenciosa no rodar, também graças aos vidros duplos à frente, sendo apenas perceptível o típico som dos diesel no pára-arranca da cidade.

Os 360Nm de binário, disponíveis às 1600rpm, em conjunto com a caixa DSG de 7 relações, revelam-se sempre muito prestáveis, e são capazes de garantir boas recuperações, assim como bons consumos a ritmos ponderados, sendo fácil garantir consumos na casa dos 7L/100km mesmo com uma condução despreocupada.

Quanto ao comportamento dinâmico, não há nada a apontar. Todas as reações da carroçaria são previsíveis, e ainda que o Tiguan não seja propriamente um SUV com aptidões desportivas mas sim familiares, é interessante comprovar que a engenharia alemã não deixa nada ao acaso, usando como trunfo a direção com assistência progressiva e pneus mais desportivos para garantir uma elevada estabilidade em curva.

Preços

Os preços iniciam-se nos 37.900€ para a versão 1.5eTSI, nos 47.100€ para a motorização 2.0 TDI e nos 49.400€ para as versões PHEV.

 

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