Há quem já tenha ouvido falar e muitos que não a conhecem nem de nome. E isso não é mau sinal, já que trazer o volante bimassa para a conversa é sinal de que algo de errado se passa com o mesmo, o que, invariavelmente, representa uma despesa indesejada. E, no caso, bem choruda!
O que é o volante bimassa?
Localizado sob o capô do automóvel, entre o motor e a embraiagem, o volante bimassa é uma das peças que integram a transmissão do veículo. Com a forma de um pequeno disco, assume a função essencial de manter o equilíbrio das massas do grupo propulsor. Ou seja, quando se dá o processo de explosão nos cilindros, durante a combustão, a redonda e achatada peça, composta por dois volantes independentes, ligados por um rolamento, com um sistema de amortecimento, protege a caixa de velocidades e minimiza as vibrações que passam para o resto do veículo ao mesmo tempo que dá ao motor a capacidade de funcionar continuamente de forma linear, mesmo durante os intervalos das explosões.
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Em termos práticos, no uso quotidiano, sobretudo para quem conduz em malha urbana, em que o motor circula muitas vezes a baixas rotações, sendo raro ultrapassar as três mil, a função do volante bimassa é crucial para que não se sinta a vibração e o veículo revele um comportamento suave.
Todos os carros têm volante bimassa?
A grande maioria dos automóveis que circulam nas nossas estradas têm entre os seus componentes um volante bimassa. No entanto, nem todos: há os que contam com um volante monomassa (já lá vamos!).
A razão prende-se com a utilização que se dá aos carros, em que vários estudos apontam para que, na Europa, a média de quilómetros percorridos por dia não chega a 50, facto que aponta para uma predominância de baixos regimes.
Assim, recorrendo a um volante bimassa, que, como o nome indica, dispõe de duas massas suspensas, consegue-se uma maior redução das vibrações e um comportamento do motor mais suave, poupando também todos os outros componentes. É o caso do sistema de transmissão, cuja mecânica poderia ser prejudicada por fortes trepidações – capazes até de desengatar a marcha ou de danificar um dos dentes das várias rodas da transmissão (e dando ainda mais despesa!).
O volante bimassa é ainda mais essencial nos cada vez mais populares motores de três cilindros, uma arquitetura que deu resposta a uma necessidade cada vez maior de poupar em combustível e emissões. É que, se é certo que os pequenos blocos de três cilindros se revelam despachados (sobretudo quando recorrem à sobrealimentação) ao mesmo tempo que permitem médias de consumo apetecíveis, também é verdade que são em regra motorizações que apresentam um funcionamento mais barulhento e desequilibrado, com as vibrações a fazerem tremer todo o habitáculo. Ou assim o eram de início. Hoje, é comum encontrar veículos com motores de três cilindros com um comportamento tão suave (e cómodo) quanto um similar de quatro cilindros – e isto deve-se precisamente ao volante bimassa.
Veja os volantes bimassa disponíveis na seção das peças do Standvirtual
E o volante monomassa?
Ao contrário do bimassa, o volante monomassa conta apenas com uma massa suspensa. Isso implica que é menos eficaz na anulação dos ruídos e vibrações. Ainda assim, há automóveis que apresentam este sistema – e não é uma má decisão…
Explique-se: no caso dos automóveis de cariz desportivo, o facto de terem um volante monomassa, mais leve, admite uma maior e mais rápida subida de rotação. Perde-se em conforto, mas ganha-se em performance.
Além disso, o volante monomassa é mais barato e a sua manutenção mais fácil – dois fatores que poderíamos ter em conta para escolher um destes em vez de um bimassa, ou até de optar pela troca (possível).
Mas, isso implicaria um aumento de vibrações e ruídos. Algo que em pista poderá ser divertido, mas que no dia a dia, nas filas de trânsito e nos semáforos, pode ser só maçador.
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