11 março 2022

Rimac Nevera: o carro elétrico mais caro do mundo

Rimac Nevera o carro eletrico mais caro do mundo

Um hiperdesportivo elétrico, com produção limitada e fabricado na Croácia, que, pelas suas performances estonteantes, faz jus ao nome: Nevera, uma tempestade violenta e inesperada, de curta duração, acompanhada de trovões e relâmpagos, que se forma ao largo da costa do Adriático.

O Rimac Nevera é um supercarro 100% elétrico, construído na Croácia por Mate Rimac. Adriano Mudri, outro croata, é o autor do design exterior, que, embora com semelhanças com outros superdesportivos, não deixa de ser original e marcante. Os quatro motores independentes nas rodas debitam em conjunto 1912 cv e apresentam um binário de 2360 Nm. O Nevera acelera dos 0 aos 100 km/h em 1,97s e atinge os 412 km/h. O preço também é estratosférico – dois milhões de euros! – e a produção está limitada a 150 unidades.

Um bólide muito exclusivo

O hiperdesportivo Rimac Nevera deriva do protótipo C-Two, apresentado no Salão de Genebra de 2018. Com uma produção muito limitada, o preço do Nevera inclui vários requintes, como a viagem de avião do comprador até à fábrica perto de Zagreb, onde poderá projetar pessoalmente o visual exato do seu carro. Cada unidade é construída individualmente. Mate Rimac revela: “Tivemos de confecionar todas as peças, inclusive comandos, bancos, telas e até a chave do carro, porque teria sido difícil encontrar fornecedor que as fizesse para apenas 150 veículos.”

A sua silhueta e o grande aileron traseiro proporcionam um coeficiente aerodinâmico de apenas CD 0.3. As portas-tesoura sobem para facilitar a entrada e saída da cabine de dois lugares. Fibra de carbono, kevlar e materiais leves são usados na construção, porém os 700 kg da bateria fazem com que pese 2150 kg. A rigidez torsional da carroceria, 70.000 Nm/grau, é a maior de qualquer veículo comercializado, sendo o dobro da do Lamborghini Aventador.

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O estilo do interior é da autoria do designer sérvio Goran Popovic. Bem encaixado num dos bancos-concha, o condutor dispõe de boa visibilidade dianteira e de uma combinação de três ecrãs TFT de alta resolução, com instrumentos e central multimédia para o passageiro. Todos os ecrãs têm software e gráficos próprios.

Engane-se quem considerar este veículo um meio de transporte. À semelhança dos seus “irmãos” dotados de motor de combustão, aos 4750mm de comprimento e 1986mm de comprimento correspondem apenas os dois lugares espaçosos e confortáveis no interior e uma “mala” residual de cem litros. Isto é, o Nevera é um brinquedo para exibir e não uma viatura apropriada para efetuar longas viagens.

Prestações estonteantes

A velocidade de ponta deste hiperdesportivo elétrico é muito superior à necessária para que um grande avião, como o A 380, levante voo – 270 km/h face aos 420 km/h atingidos pelo Nevera. Aliás, a velocidade máxima do Rimac Nevera é superior à dos monolugares da F1, que atingem “apenas” os cerca de 370 km/h! Este avião que voa baixinho está homologado para a condução em estrada, mas muito dificilmente encontrará um palco para exibir todas as suas virtudes – só naqueles troços de autoestradas alemãs em que, com boas condições de tempo e de tráfego, não há limite de velocidade.

A direção é by-wire, ou seja, sem ligação mecânica, em que os movimentos dos braços do condutor são monitorados por sensores e transmitidos eletronicamente para o mecanismo da direção. Há ainda um sistema de vectorização de binário por meio dos motores elétricos que ficam em cada uma das quatro rodas.

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São sete os modos de condução: Comfort, Range, Sport, Track, Drift e mais dois configuráveis, além do Driver Coach com Inteligência Artificial que será incorporado nos Nevera ainda este ano. 

O sistema, que será atualizado pela tecnologia “over-the-air” no caso das unidades que já tenham sido entregues aos proprietários, serve para avaliar o desempenho do carro e do condutor em pista e dar sugestões para melhorar o tempo de volta (pontos de travagem e aceleração, trajetórias, etc.), fornecendo dados de telemetria ao vivo. Para isso são usados 12 sensores ultrassónicos, 13 câmaras, seis radares e o mais recente sistema operacional da Nvidia.

A bateria tem 500 kW de potência e, num carregador de parede da Rimac, consegue atingir os 80% da capacidade em 19 minutos; num posto público normal, mesmo os de carga rápida, o tempo de carregamento é bastante superior. De acordo com o ciclo WLTP, a autonomia anunciada para o Nevera é de 550 quilómetros.

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