A 3ª geração do BMW Série 1 perdeu a tração traseira que tanto o caracterizava, mas ganhou argumentos em muitas outras frentes.
Mas será este ainda um verdadeiro BMW? Fomos descobrir todos os argumentos desta 3ª geração, o F40.
BMW Série 1: Será ainda a referência desportiva do segmento C?
O Novo BMW Série 1 está diferente. Está mais compacto em termos de comprimento, mas está mais largo, mais alto e oferece agora ainda mais espaço aos seus ocupantes.
A principal diferença? Para além de ter perdido a carroçaria 3 portas, que embora menos popular, ainda registava algumas vendas, perdeu a tração traseira que tanto o diferenciava do Mercedes Classe A e do Audi A3, e não conta agora com motores de 6 cilindros, pelo que espaço no capô foi reduzido.
Foi isso que permitiu ao novo Série 1 estar mais compacto, mas mais espaçoso sem nunca no entanto perder a sua essência BMW, que continua bem vincada sobretudo quando visto de frente, com os faróis LED duplos em cada ótica, agora de série em qualquer versão do novo Série 1 vendida a clientes particulares.
No novo Série 1, apenas as empresas têm acesso a uma versão base com faróis em halogéneo.
Também a nova grelha dupla em formato de rim, que ganhou dimensões massivas em comparação com seu antecessor, mas em linha com a nova filosofia de estilo da BMW, e com flaps que se abrem ou fecham automaticamente quando necessitam arrefecer o motor para melhorar a aerodinâmica, ajudam a garantir o cunho da marca da baviera.
Análise Interior
No interior, sentimos que ainda estamos perante um BMW Série 1. A qualidade dos materiais é evidente e está patente em todo o lado, sobretudo na zona superior do tablier, e embora na parte inferior encontremos plásticos de sensação mais rija, verificamos uma construção sólida e robusta.
A BMW é também neste momento, provavelmente, a construtora que oferece o melhor sistema de infoentretenimento, fazendo uma simbiose quase perfeita entre o digital e o analógico, permitindo-nos controlar o sistema de infoentretenimento através de um ecrã touch de 10,25’’ ou através de vários comandos físicos na consola central ou até, imagine-se, nas versões mais equipadas, através de gestos com a mão.
Em termos de conectividade, o BMW Série 1 oferece também Android Auto e Apple Carplay sem fios, de série, para além de contar com várias entradas USB tipo B e tipo C. É portanto um carro à prova do futuro.
No entanto, e este é sem dúvida o maior “problema” das marcas premium, em termos de ajudas à condução, de série, apenas encontramos um alerta de manutenção na faixa de rodagem (sem atuador) e alerta de colisão frontal. Cruise Control adaptativo ou sistema de manutenção na faixa de rodagem são opcionais que têm um custo acrescido neste BMW, e que certamente nem todos os compradores irão optar por adicionar, sendo por isso pouco certo que os encontremos num automóvel em segunda-mão.
Mas o facto de ter perdido a tração traseira e de ter crescido em largura 34mm trouxe melhorias significativas no espaço interior, e esta é sem dúvida a maior diferença entre este F40 e o F20. Os ocupantes traseiros têm agora bastante mais espaço disponível para as pernas, mas também é agora bastante mais confortável acomodar 3 passageiros nos bancos traseiros uma vez que os bancos têm as laterais menos pronunciadas.
E mesmo apesar da distância entre eixos ter diminuído 20mm, na bagageira, encontramos mais 20L de capacidade, contamos por isso agora com 380L, sensivelmente o mesmo que encontramos tanto no VW Golf, como no Audi A3, como no Mercedes Classe A.
Ao volante
É imperativo começar pelo “elefante na sala”: este é o primeiro BMW Série 1 com tração dianteira. E sim, é verdade que se sente menos desportivo. A diferença para o anterior Série 1, o F20, não é abismal, mas sentimos claramente que temos em mãos um carro mais estradista e menos amigo da condução puramente desportiva. Mas sejamos francos. Na verdade, não é com essas pretensões que pretendemos de um carro compacto, sobretudo um com uma motorização de “apenas” 116cv.
No entanto, note-se, a tração dianteira não fez com que este Série 1 fosse menos BMW. Continua um carro divertido de conduzir, bastante composto, e não sentimos qualquer receio em atirá-lo para as curvas. Apesar de todo o peso estar agora à frente, o Série 1 conta com um sistema bastante inteligente de controlo de tração que aplica pequenas quantidades de travão às rodas de forma independente, e por vezes até sentimos a traseira bem solta, obrigando inclusive a uma correção do volante.
A direção é também bastante precisa, tem o peso certo e o volante tem a pega ideal. Atributos ergonómicos que transitam da geração anterior e que tanto são apreciados no BMW Série 1.
Mas bem, quem opta por este 116d está sobretudo interessado nos consumos, e nem tanto nas performances. Mas ainda assim este carro, quando equipado com caixa automática de 7 relações e dupla embraiagem, um opcional no 116d mas de série em todas as demais versões, consegue cumprir o sprint dos 0 aos 100km/h na casa dos 9 segundos e atingir uma velocidade máxima de 205km/h.
Os consumos esses facilmente se cifram na casa dos 5L/100km, ou até abaixo disto se optarmos por uma condução mais ponderada. Em auto-estrada, o ponto frágil dos motores de 3 cilindros, este carro consegue médias de 5.6L/100km mantendo velocidades de cruzeiro a rondar os 130 km/h.
E por falar em motores de 3 cilindros, é de realçar que este é por sinal um motor de 3 cilindros bastante pacato. Não tem aquele típico trabalhar mais audível de um motor 3 cilindros (excepto quando o ligamos). A ajudar a isto está também a excelente insonorização do habitáculo desta geração do Série 1, que melhorou substancialmente em relação aos modelos anteriores, e é agora um ponto ao qual se supera, por exemplo, ao Mercedes Classe A.
Em termos de IUC, o 116d paga anualmente 147,21€.
Preços
Os preços deste 116d novo, sem qualquer opcional começam nos 30.800€ para uma versão com caixa manual, mas no Standvirtual é possível encontramos carros com o Pack Sport, caixa automática e com muito pouca quilometragem por valores a rondar os 25.000€.
BMW Série 1 no Standvirtual
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