Posso conduzir com a luz do motor acesa?

Com cada vez mais tecnologias e equipamentos nos automóveis, a quantidade e a diversidade de sinais visuais de informação e alerta ao condutor também aumentou exponencialmente, tornando mais complicado conhecer o significado de todos os símbolos que, a qualquer momento, acendem no painel de instrumentos. Contudo, é muito importante conhecê-los, pois ajudam a perceber eventuais sintomas de avaria dos veículos, informando quem vai ao volante do mau estado de funcionamento de componentes mecânicos, eletrónicos e outros que podem ser fundamentais até para a segurança.
Autodiagnóstico, o que é?
Antigamente havia apenas o símbolo azul da luz dos máximos, mas hoje o painel de bordo de qualquer automóvel moderno faz lembrar uma árvore de Natal à noite, tal a quantidade de luzes a acender e apagar sempre que ligamos o carro. Em toda a indústria contabilizam-se mais de 200 ícones, todos diferentes, embora com um formato gráfico que é certificado e uniformizado para que todos os automobilistas do mundo compreendam.
Entre os mais temidos está, claramente, o de autodiagnóstico do sistema de injeção eletrónica – a luz do motor.
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Quando acende a fatídica luz com o formato de um pequeno motor atrás do volante, normalmente as dúvidas instalam-se: O que fazer? Qual a razão deste alerta? Posso continuar a conduzir?
Para os conhecedores de mecânica não há mistério, mas é provável que a maioria dos automobilistas menos informados interprete que algo de muito grave está a acontecer com o carro. Pelo menos, sem consultar o manual do utilizador.
Por que razão acendeu a luz do motor?
A luz com o formato de um motor acesa na instrumentação do seu carro indica de forma genérica a existência de uma anomalia no sistema de injeção eletrónica.
O sistema de injeção eletrónica começou a ser popular a partir do fim da década de 1980, quando substituiu o famoso carburador com a missão de controlar todo o sistema eletrónico do motor e realizar a alimentação de combustível do automóvel. Esta tecnologia não só trouxe o aumento do desempenho e da eficiência das mecânicas, como surgiu também como ferramenta fundamental para auxiliar na redução da emissão de gases poluentes.
Quando acende a luz de alerta, são vários os motivos que podem estar na origem deste aviso. Os mais comuns são: velas de ignição entupidas ou em mau estado; erro na centralina; válvula EGR entupida ou danificada; catalisador entupido; sensor de temperatura danificado; injetores entupidos; sonda lambda (sensor de oxigénio) danificada ou a falha simples de um sensor.
Na esmagadora maioria das vezes, o problema tem uma solução simples e não muito dispendiosa, por isso, não há motivos para grandes pânicos. Mas é precisamente por ser sintoma de uma variedade enorme de possíveis avarias que é tão importante perceber em rigor a natureza da anomalia, que só poderá ser diagnosticada corretamente numa oficina, com recurso a equipamento adequado.
O que fazer quando a luz do motor se acende?
Primeiro, convém perceber se não pode ter sido apenas uma falha momentânea: desligue, aguarde uns minutos e volte a ligar o carro. Então, espere que os sinais no painel de instrumentos se acendam e voltem a apagar progressivamente. Nesta fase, o sistema eletrónico do veículo volta a reiniciar e a avaliar os parâmetros de todos os sensores. Com sorte, tudo volta ao normal.
Quando a ignição for colocada em ON, a luz indicadora de anomalia laranja acende-se. Isto indica que o sistema está operacional.
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Mas se a luz indicadora de anomalia laranja se acender enquanto o motor estiver a funcionar, isso poderá indicar uma anomalia do sistema de controlo do motor ou uma falha de combustão.
Alguns modelos determinam a gravidade da falha com base na cor do ícone. Quando acende a luz com a cor fatídica (vermelha) resta apenas chamar o reboque. Todavia, iluminando-se um sinal amarelo (ou alaranjado), o caso, por norma, não é delicado, já que estas cores se referem a situações menos graves, que não colocam imediatamente em risco a vida do motor e a segurança.
Se o seu veículo não permite esta classificação do tipo de falha, outros sintomas devem ser observados. A falha do motor pode ser considerada grave quando é acompanhada de perda de potência, fumo de escape excessivo, ruído anormal proveniente do motor, sobreaquecimento e/ou aumento abrupto do consumo de óleo e combustível.
Proceda da seguinte forma de modo a evitar ou reduzir os danos provocados pela anomalia:
Não conduza a velocidade superior a 70 km/h;
Evite acelerações ou desacelerações bruscas;
Evite subidas pronunciadas;
Se possível, reduza a carga transportada ou rebocada;
Por fim, mande verificar o veículo numa oficina autorizada.
Não será necessário rebocar o seu veículo até ao concessionário. Mas, atenção, a utilização contínua do veículo sem que o sistema de controlo do motor seja verificado, e reparado se necessário, pode provocar mau desempenho de condução, consumo elevado de combustível e possíveis danos no sistema de controlo do motor. E poderá condicionar inclusivamente a cobertura da garantia.
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