A BMW é, hoje, uma das marcas europeias que soma pontos em prestígio, oferecendo uma vasta gama que inclui desde utilitários espevitados até limusines de luxo, sem esquecer propostas eletrificadas. Mas, ao longo de uma história centenária, há modelos que têm um lugar cativo entre os mais icónicos.
A BMW, abreviatura de Bayerische Motoren Werke AG, nasceu em 1916, em plena Primeira Guerra, para fabricar motores para aviões. No entanto, após o fim do conflito, com a derrota da Alemanha e a assinatura do Tratado de Versalhes, a empresa foi proibida de se dedicar a esse negócio e, para sobreviver, começou a produzir motocicletas, ramo que mantém ativo. Como curiosidade, a primeira moto BMW, a R32, com motor boxer de dois cilindros e quatro tempos, foi apresentada em 1923.
Mas foi com o automóvel que atingiu fama e glória mundiais, tendo-se estreado no setor em 1928, com o Dixi (ou BMW 3/15), herdado da Automobilwerk Eisenach, que absorveu. No entanto, o portefólio próprio da BMW é abundante em exemplos icónicos e até históricos – não nos esqueçamos que a marca tem o projeto Art Cars, desde 1976, para o qual convidou alguns dos mais notáveis artistas a transformar visualmente modelos bem conhecidos. A última intervenção, da chinesa Cao Fei, foi em 2017 e incidiu sobre um M6 GT3.
Veja todos os BMW usados à venda no Standvirtual
Convidamo-lo a viajar na história, através destes cinco icónicos carros construídos pela BMW.
BMW Isetta
O mais pequeno carro alguma vez a ostentar o símbolo da BMW teve origem em Itália, mas nem por isso era menos alemão. É que a marca bávara conseguiu pegar no microcarro da extinta “Isso” e transformá-lo ao ponto de parecer outro. Não tanto em termos de design, mas ao nível da engenharia, ao ponto de nenhum componente se cruzar com o original italiano. Sob o capô, vibrava um motor de um cilindro a quatro tempos com 12 cv. E a aposta não foi em vão: foram vendidos mais de 160 mil BMW Isetta em todo o mundo.
BMW Série 8
De um anão para um gigante. O Série 8 regressou ao portefólio da BMW em 2019 depois de um interregno de 20 anos, mas a primeira geração, a E31, produzida entre 1990 e 1999, é marcante para o desenvolvimento de tudo o resto que se fez depois disso em Munique.
Para ter uma ideia, o carro começou a ser pensado em 1984 e só chegou às linhas de produção seis anos depois, sendo um festival de estreias. Para começar, foi o primeiro carro de estrada a oferecer um motor V12, capaz de produzir 300 cv, acoplado a uma transmissão manual de 6 velocidades, mas também foi um dos primeiros com aceleração drive-by-wire e uma suspensão traseira multibraços. As novidades, porém, faziam-se pagar e o sucesso do carro acabaria por ser limitado.
Procura um BMW Série 8 em segunda mão?
BMW 3200 CS
O que acontece quando se junta a engenharia alemã ao design italiano? No caso do BMW 3200 CS, magia! O carro de turismo desportivo foi fabricado pela BMW entre Janeiro de 1962 e Setembro de 1965, mas desenhado pela Bertone, ou seja, esbanjava charme. Mas o 3200 CS foi mais do que isso: representou o fim de uma era, sendo o último a ser construído sobre a plataforma de luxo desenvolvida após a Segunda Guerra e estreada no 501. Algo impensável nos dias que correm: não trazia qualquer equipamento de segurança.
BMW M1
A ideia de um superdesportivo não nasceu em Munique. Foi a Lamborghini que, no fim da década de 1970, precisando de homologar um carro de corrida e precisando de, para tal, o colocar em produção em série, bateu à porta da BMW. O projeto não vingou, mas os alemães ficaram com a pulga atrás da orelha: seriam capazes de construir tal automóvel. A resposta surgiu sob a forma do M1, o primeiro do emblema a apresentar motor central (o segundo surgiu já este milénio: o híbrido de ligar à corrente i8), tendo sido produzido de 1978 a 1981.
O bloco era um 3,5 litros de seis cilindros em linha, que debitava 273 cv e reclamava um tempo impressionante para um carro de estrada da época: 5,5 segundos para ir de 0 a 100 km/h.
BMW 2002
Um clássico nos dias que correm, uma loucura do seu tempo. Apresentado em 1973, no Salão Automóvel de Frankfurt, o 2002 foi o primeiro BMW a recorrer a um turbo (foi até o primeiro europeu), num carro que tinha menos de 900 quilos. No entanto, o sistema sobrealimentado era rudimentar e fazia com que o carro fosse um gatinho antes de o turbo entrar em ação e um tigre feroz depois disso.
Este comportamento associado ao facto de debitar 170cv às 5800rpm (atingia a velocidade máxima de 211 km/h) deixa adivinhar consumos elevados. E, apesar da sua extravagância, não podia haver pior altura para lançar um carro que comesse muito: 1973 foi também o ano do início de uma grave crise petrolífera, quando os membros da Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo decidiram um embargo direcionado às nações que apoiavam Israel: Canadá, EUA, Holanda, Japão e Reino Unido, mas também os aliados destes, incluindo Portugal.
Leia também:
