A escolha de um carro novo é apenas um dos primeiros passos na missão de conseguirmos ter do nosso lado uma espécie de sonho realizado, totalmente ao nosso gosto. Será possível escolher a marca, o modelo, o motor, a cor da carroçaria e um conjunto de diversos elementos designados por opcionais, que vão permitir que cada um deles fique ainda mais de acordo com as nossas necessidades ou gostos. Afinal, nem todos precisamos das mesmas coisas e estamos muito longe de termos os mesmos gostos, mas quantos mais opcionais escolhermos, mais caro fica cada automóvel e mais lucro tem a marca.
Entre os opcionais mais comuns está a escolha de um sistema de som melhorado ou um visual mais desportivo para a carroçaria ou jantes com um desenho diferente e com medidas maiores. A bordo, será possível optar por um sistema de ar condicionado automático com regulações individuais para os passageiros dianteiros e traseiros, mas também por um teto panorâmico em vidro com escurecimento automático e uma miríade de sistemas que poderão melhorar o ambiente a bordo ou facilitar a utilização de cada modelo. Tudo, por um preço, claro.
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Do mais bizarro ao mais caro
Começamos com uma viagem aos anos 70, em que o mundo dos Muscle Cars estava em alta, através de motores potentes e barulhentos, cromados, borracha queimada, imagens de chamas e caveiras, habitáculos desenhados por Pierre Cardin (como do AMC Javelin) ou mesmo um conta-rotações instalado diretamente no capot e virado para o condutor (no caso do Pontiac GTO).
Na Aston Martin, alguns dos modelos contavam com a opção de um relógio da Jaeger LeCoultre, destinado ao pulso do condutor, mas que custava praticamente o mesmo que um outro opcional da marca: um pequeno Aston Martin Cygnet, que não era mais do que um Toyota IQ mais luxuoso e que tinha a missão de reduzir o valor global de emissões da marca britânica. Ainda em Inglaterra, a Bentley também disponibiliza algumas opções interessantes, como um relógio Breitling para a consola central do Bentayga, que custa quase tanto como um… Bentayga. Ou mesmo um conjunto de caixas personalizadas para o porta-bagagens, destinadas aos mais apaixonados por pesca, caça, ou aves de rapina.
Na Jaguar, há uma bracelete que substitui a chave, perfeita para quando for correr ou para a praia e não quer transportar a chave do carro e a Range Rover oferece a possibilidade de instalar dois assentos traseiros, na tampa da bagageira, destinados a quem quer apreciar a natureza. Os Mini descapotáveis incluíam um enorme manómetro que media o tempo em que andávamos com a capota aberta e na Rolls-Royce encontramos luxos como um armário para bebidas com frigorífico, uma arca para apreciadores de champagne ao ar livre, uma divisória entre os assentos da frente e os traseiros e até o Starlight Roof que, através de cabos óticos, consegue simular a posição das estrelas numa determinada data à escolha. Na Rolls-Royce, no entanto, nada bate um dos equipamentos que estava disponível na única unidade existente do Silver Wraith Vignale de 1954. Debaixo do assento traseiro do lado direito estava uma… sanita.
Os construtores alemães também contam com algumas ideias mais peculiares, tais como a tenda que se pode montar na parte de trás de um Audi Q3, talvez inspirada no pacote de campismo do Pontiac Aztek, ou a consola e painéis das portas em granito, que podiam ser adicionados ao Mercedes-Benz CL. Nas versões budget inspiradas em ideias da Rolls-Royce, tínhamos o tejadilho com LED do Opel Adam, mas sem direito ao formato de constelações e o centro fixo das jantes da Volkswagen, que conseguiam manter o logo da marca sempre direito.
Na Volkswagen, no entanto, um dos opcionais mais originais era a versão Harlequin do Polo, que contava com um painel de carroçaria de cada cor, sempre escolhidos de uma forma aleatória, para que dificilmente se encontrasse um modelo igual a outro. A Porsche também inclui escolhas tão interessantes como as saídas da ventilação forradas em pele ou pintadas numa cor à escolha, mas já que falamos em pinturas, é necessário destacar o opcional de Liquid Metal Paint para o Porsche 918 Spyder que custava cerca de 70 mil euros.
No mundo dos equipamentos para automóveis vão sempre existir opções que nos vão surpreender, não menos interessantes do que o monitor de batimento cardíaco da Volvo que, através da chave, nos conseguia indicar se estava alguém dentro do carro, ou a moto dobrável que podia ser integrada no porta-bagagens do Honda City, ou mesmo o duche que fazia parte do catálogo de acessórios do Honda CR-V. De Itália, a Ferrari achou que era uma boa ideia colocar um painel de instrumentos em frente ao passageiro, para que este ficasse informado da velocidade ou do regime do motor e na Fiat, chegou mesmo a estar presente a opção de incluir uma máquina de café da Lavazza com o 500 L, um extra que, por acaso, tivemos oportunidade de experimentar no lançamento mundial deste modelo e que nos víamos a usar de manhã, a caminho do trabalho, enquanto estávamos parados no trânsito.
Extrema personalização
Marcas como a Bugatti, a Rolls-Royce, a Bentley, ou a Maybach, da Mercedes-Benz, comentam muitas vezes que estão dispostas a desenvolver soluções para satisfazer os desejos de cada cliente e há mesmo um conjunto de construtores que já contam com departamentos de personalização especializados e que estão dispostos a ser desafiados por clientes com uma conta bancária mais recheada em busca de algo único. Há mesmo marcas como a Ferrari, por exemplo, que já criou modelos específicos para alguns clientes, o que envolve o desenho da carroçaria e diversos outros elementos, mas também a garantia de que não existirá mais nenhum automóvel igual ao seu. Mais complicada foi a adição do piso do habitáculo em mármore aquecida que a Maybach se recusou a criar para um cliente, alegando que o excesso de peso iria comprometer a segurança.
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