No ano em que comemora o seu 60º aniversário, o 911 está cada vez mais novo e alinhado com as tendências atuais, nomeadamente com a inclusão de uma mecânica híbrida que compõe a gama da geração 992.2, uma atualização da sua oitava vida, apresentada em 2018.
Há pequenas alterações no design, tanto por fora (o para-choques, por exemplo, foi redesenhado) como por dentro, mas a maior revolução da geração 992.2 é a chegada da eletrificação, ainda que esta para já se resuma a um sistema híbrido de 48 Volts, não sendo expectável uma opção híbrida de carregar, provavelmente por questões de peso para o desportivo.
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No caso do full hybrid que chega com o 992.2, o sistema foi desenvolvido em conjunto com a Rimac e assenta num engenho elétrico de 400 volts, um gerador de arranque integrado, um motor elétrico que alimenta as rodas dianteiras com cerca de 80 cv e uma pequena bateria, cuja regeneração chega do motor térmico ou através da travagem.
Este conjunto associa-se ao motor de seis cilindros em linha, de 3.0 litros twin-turbo, com 395 cv, que foi alvo de modificações para acolher o comportamento híbrido. Ou seja, a potência combinada deverá ficar nos 475 cv, geridos sempre pela expedita caixa automática da marca. Mas a Porsche não deverá ficar por aqui: a imprensa especializada internacional avança que o emblema alemão está a trabalhar numa versão híbrida ainda mais potente, de mais de 500 cv.
Ainda não há grandes detalhes sobre o modelo, com o construtor alemão a dizer apenas que este “híbrido ultra-desportivo” foi inspirado na divisão de desporto e que tudo será revelado ainda neste verão.
Além do facelift do 911, a Porsche tem na manga ainda para este ano o Taycan Turbo GT, um novo Panamera e o Macan totalmente elétrico (que, na Europa, deixa de ter oferta a combustão).
60 anos a criar emoções
O 911 é hoje sinónimo de potência desportiva, com fãs espalhados por todo o mundo. Aliás, falar na Porsche e não referir o 911 é quase um pecado capital. Afinal, mesmo depois de tantos outros sucessos (em termos globais, o modelo mais vendido do emblema de Estugarda do Grupo VW é o SUV Cayenne), o desportivo permanece a sustentar o imaginário do que é um Porsche.
Desenhado por Butzi, o neto de Ferdinand Porsche, o 911 chegou a ser 901. Foi assim que se apresentou, em 1963, no Salão Automóvel de Frankfurt, palco de excelência para a indústria automóvel alemã. Mas depressa os franceses da Peugeot reclamaram o direito de exibirem um 0 entre dois dígitos para designar os seus modelos. E foi assim que o 901, sucessor do 356, com suspensão dianteira McPherson nova e travões de disco nas quatro rodas, passou a ser 911.
O 911 estreou-se logo motor boxer de seis cilindros arrefecido a ar com dois litros de cilindrada a debitar 130 cv. E, a partir daí, foi criando uma história de sucessivos sucessos, nomeadamente com o Targa, o primeiro cabriolet a cumprir requisitos de segurança.
A segunda geração, a mais longa até à data, estreou o 911 Turbo, com um motor de três litros de 260 cv e um enorme spoiler traseiro, mas que, em três tempos, foi suplantado pelo Turbo 3.3 com 300 cv.
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A terceira geração trouxe as quatro rodas motrizes e uma série de sistemas de conforto e segurança, como ABS, Tiptronic, direção assistida e airbags, enquanto a quarta vida do modelo, além de estrear um motor biturbo e chassis de alumínio, se concentrou no visual: os para-choques passaram a estar integrados, a secção frontal foi rebaixada e faróis elipsoidais substituíram os redondos.
Antes do virar do milénio, a quinta geração adotou o arrefecimento a água e sinais de que também podia apresentar-se como um automóvel confortável, ao passo que, em 2004, a sexta geração recuperou alguns dos códigos estilísticos dos primeiros 911, ao mesmo tempo que apresentou o primeiro automóvel a gasolina produzido em série a incluir um turboalimentador com turbina de geometria variável.
No ano de 2011, a geração anterior à atual mostrou como a marca estava de braços abertos à tecnologia, mesmo que não dispensasse o purismo da condução. Em 2015, o desenvolvimento de um motor boxer turboalimentado deu ao carro desportivo um impulso significativo na potência, bem como um consumo de combustível consideravelmente mais baixo.
A gama do 911 à venda em Portugal inclui 24 variantes, incluindo a especial S/T, com 525 cv.
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