22 agosto 2024

Novo Audi RS3 apresentado. Ainda há desportivos como antigamente!

Audi RS3

Até meio da década de 90, a sigla S identificava a oferta de modelos mais desportivos da Audi. Contudo, espicaçada pelos sucessos dos rivais de Estugarda e de Munique (Mercedes com as versões AMG; BMW com a divisão M), a marca dos quatro anéis de Ingolstadt avançou para a criação de uma linha ainda mais especial e exclusiva, a RS (acrónimo de RennSport, ou RacingSport). Ou seja, quando o S3 já não era suficientemente desportivo, a Audi elevou a fasquia com o RS3. Desde a estreia, em 2011, quase 80 mil unidades do desportivo compacto saíram das linhas de produção. E a história de sucesso continua, nas duas variantes, Sportback e Limousine, com versões revistas e atualizadas, já disponíveis para encomenda no final de agosto.

Veja os modelos Audi RS3 usados disponíveis no Standvirtual

Mais músculo

Novo Audi RS3

Para desportivo com os pergaminhos dinâmicos do RS3, até pode dizer-se que a sua imagem é bastante discreta, descontando-se a grelha dianteira de tamanho XXL, as vistosas jantes de alumínio fundido de 19 polegadas em preto mate com design de 5 raios em Y (bicolores com dez raios cruzados, em opção) e as ponteiras de escape ovais, também gigantes. Já os arcos das rodas maiores dão a ideia de um A3 que passou horas no ginásio a “puxar ferro”.

O mesmo se aplica às duas entradas de ar laterais funcionais – acentuadas por lâminas verticais pretas – e às três aberturas, que agora se estendem por toda a largura do veículo e que fazem com que o RS 3 fique ainda mais baixo. As luzes diurnas foram redesenhadas e, pela primeira vez, podem ser personalizadas no display MMI touch, em combinação com os faróis LED matrix.

Atrás, o difusor funcional específico do RS incorpora um refletor vermelho no centro.

Para o RS3 há cinco cores exteriores exclusivas: Verde Kyalami e Cinzento Kemora, Azul Ascari e Vermelho Progressive e, pela primeira vez, o Cinzento Daytona com acabamento mate.

Desportivo por fora e por dentro

Novo Audi RS3 interior

No interior, o destaque vai para o novo volante, de desenho mais desportivo, achatado em cima e em baixo, e revestido em couro, de série, ou em Dinamica, opcional, com marcador das 12 horas. Os bancos a imitar baquets têm o painel central do assento costurado com um efeito de favo de mel e nos encostos de cabeça surge o grande emblema RS.

O quadro de instrumentos 100% digital é o Audi virtual cockpit plus de 12,3 polegadas, configurável, com modo de apresentação RS que amplia o conta-rotações e coloca-o ao centro. Já o sistema multimédia está associado a ecrã tátil de 10,1 polegadas.

Contudo, neste caso, o que interessa nem é tanto o que está à vista. Afinal, o novo RS 3 (atualização do modelo de 2021) é dos últimos modelos dos quatro anéis a poder contar com o fenomenal 5 cilindros 2.5 turbo, muito evoluído tecnicamente, com a aposta num sistema de injeção dupla, direta ou indireta (neste caso, em cargas parciais do acelerador, de modo a melhorar a resposta e reduzir a emissão de partículas), e da qual se extraem “redondos” 400 cv. O binário máximo é de 500 Nm, disponíveis das 1700 às 5850 rpm.

A única opção de transmissão disponível é a conhecida caixa automática de dupla embraiagem, de 7 velocidades (S tronic), que tem relações mais curtas nas mudanças iniciais, para favorecer as acelerações, apresentando uma 7.ª longa para otimizar o consumo. Inclui modo S, para passagens ainda mais céleres, além de que pode ser comandada manualmente por patilhas no volante.

Recorrendo à função Launch Control, a mecânica de 400 cv “dispara” de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos, podendo atingir uma velocidade máxima de 290 km/h. Sempre com nota de escape a condizer. O controlo da válvula de escape foi otimizado na faixa de regime entre as 2.200 e as 3.500 rpm, para gerar um som ainda mais rouco e encorpado, independentemente do modo de condução selecionado.

Mais agarrado à estrada

Audi RS3 traseira

Sem mexidas na mecânica, a Audi conseguiu aumentar a velocidade em curva. Como? Através de intervenções cirúrgicas no chassis e nas ligações ao solo. O sistema de vectorização de binário totalmente variável foi otimizado, o controlo de estabilidade foi alvo de reprogramação, tal como o sistema de controlo do binário seletivo das rodas e dos amortecedores adaptativos, para “atrasar” a subviragem.

Nesta geração, a Audi estreou o sistema “torque splitter” no RS 3, substituindo o diferencial do eixo traseiro e o esquema de embraiagens de discos múltiplos no eixo traseiro por um par de embraiagens multidisco de controlo eletrónico. O sistema permite dividir o nível de binário entregue a cada uma das rodas do eixo traseiro de forma independente, aumentando a precisão em curva ao entregar mais potência à roda exterior em curva, ou entregando a quase totalidade do binário à roda traseira exterior, para os “drifts” – o modo RS Torque Rear. A Audi Sport o que fez foi aumentar as capacidades de cada um destes expedientes, o que já se traduziu em recorde no Nürburgring-Nordschleife. O novo RS3 é o desportivo compacto mais rápido no traçado alemão, cumprindo uma volta em apenas 7min33,123s, “roubando” mais de cinco segundos ao antigo registo recordista do BMW M2.