Novo Audi RS3 apresentado. Ainda há desportivos como antigamente!

Até meio da década de 90, a sigla S identificava a oferta de modelos mais desportivos da Audi. Contudo, espicaçada pelos sucessos dos rivais de Estugarda e de Munique (Mercedes com as versões AMG; BMW com a divisão M), a marca dos quatro anéis de Ingolstadt avançou para a criação de uma linha ainda mais especial e exclusiva, a RS (acrónimo de RennSport, ou RacingSport). Ou seja, quando o S3 já não era suficientemente desportivo, a Audi elevou a fasquia com o RS3. Desde a estreia, em 2011, quase 80 mil unidades do desportivo compacto saíram das linhas de produção. E a história de sucesso continua, nas duas variantes, Sportback e Limousine, com versões revistas e atualizadas, já disponíveis para encomenda no final de agosto.
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Mais músculo
Para desportivo com os pergaminhos dinâmicos do RS3, até pode dizer-se que a sua imagem é bastante discreta, descontando-se a grelha dianteira de tamanho XXL, as vistosas jantes de alumínio fundido de 19 polegadas em preto mate com design de 5 raios em Y (bicolores com dez raios cruzados, em opção) e as ponteiras de escape ovais, também gigantes. Já os arcos das rodas maiores dão a ideia de um A3 que passou horas no ginásio a “puxar ferro”.
O mesmo se aplica às duas entradas de ar laterais funcionais – acentuadas por lâminas verticais pretas – e às três aberturas, que agora se estendem por toda a largura do veículo e que fazem com que o RS 3 fique ainda mais baixo. As luzes diurnas foram redesenhadas e, pela primeira vez, podem ser personalizadas no display MMI touch, em combinação com os faróis LED matrix.
Atrás, o difusor funcional específico do RS incorpora um refletor vermelho no centro.
Para o RS3 há cinco cores exteriores exclusivas: Verde Kyalami e Cinzento Kemora, Azul Ascari e Vermelho Progressive e, pela primeira vez, o Cinzento Daytona com acabamento mate.
Desportivo por fora e por dentro
No interior, o destaque vai para o novo volante, de desenho mais desportivo, achatado em cima e em baixo, e revestido em couro, de série, ou em Dinamica, opcional, com marcador das 12 horas. Os bancos a imitar baquets têm o painel central do assento costurado com um efeito de favo de mel e nos encostos de cabeça surge o grande emblema RS.
O quadro de instrumentos 100% digital é o Audi virtual cockpit plus de 12,3 polegadas, configurável, com modo de apresentação RS que amplia o conta-rotações e coloca-o ao centro. Já o sistema multimédia está associado a ecrã tátil de 10,1 polegadas.
Contudo, neste caso, o que interessa nem é tanto o que está à vista. Afinal, o novo RS 3 (atualização do modelo de 2021) é dos últimos modelos dos quatro anéis a poder contar com o fenomenal 5 cilindros 2.5 turbo, muito evoluído tecnicamente, com a aposta num sistema de injeção dupla, direta ou indireta (neste caso, em cargas parciais do acelerador, de modo a melhorar a resposta e reduzir a emissão de partículas), e da qual se extraem “redondos” 400 cv. O binário máximo é de 500 Nm, disponíveis das 1700 às 5850 rpm.
A única opção de transmissão disponível é a conhecida caixa automática de dupla embraiagem, de 7 velocidades (S tronic), que tem relações mais curtas nas mudanças iniciais, para favorecer as acelerações, apresentando uma 7.ª longa para otimizar o consumo. Inclui modo S, para passagens ainda mais céleres, além de que pode ser comandada manualmente por patilhas no volante.
Recorrendo à função Launch Control, a mecânica de 400 cv “dispara” de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos, podendo atingir uma velocidade máxima de 290 km/h. Sempre com nota de escape a condizer. O controlo da válvula de escape foi otimizado na faixa de regime entre as 2.200 e as 3.500 rpm, para gerar um som ainda mais rouco e encorpado, independentemente do modo de condução selecionado.
Mais agarrado à estrada
Sem mexidas na mecânica, a Audi conseguiu aumentar a velocidade em curva. Como? Através de intervenções cirúrgicas no chassis e nas ligações ao solo. O sistema de vectorização de binário totalmente variável foi otimizado, o controlo de estabilidade foi alvo de reprogramação, tal como o sistema de controlo do binário seletivo das rodas e dos amortecedores adaptativos, para “atrasar” a subviragem.
Nesta geração, a Audi estreou o sistema “torque splitter” no RS 3, substituindo o diferencial do eixo traseiro e o esquema de embraiagens de discos múltiplos no eixo traseiro por um par de embraiagens multidisco de controlo eletrónico. O sistema permite dividir o nível de binário entregue a cada uma das rodas do eixo traseiro de forma independente, aumentando a precisão em curva ao entregar mais potência à roda exterior em curva, ou entregando a quase totalidade do binário à roda traseira exterior, para os “drifts” – o modo RS Torque Rear. A Audi Sport o que fez foi aumentar as capacidades de cada um destes expedientes, o que já se traduziu em recorde no Nürburgring-Nordschleife. O novo RS3 é o desportivo compacto mais rápido no traçado alemão, cumprindo uma volta em apenas 7min33,123s, “roubando” mais de cinco segundos ao antigo registo recordista do BMW M2.