O sincronismo de um automóvel refere-se à ignição e ao processo pelo qual as velas queimam, criando uma faísca na câmara de combustão do carro. Com a perda do mesmo, que leva a que o motor fique descomandado, a centelha deixa de disparar no momento apropriado do ciclo de ignição.
Ou seja, o ciclo de ignição num motor a quatro tempos de ciclo Otto (gasolina) divide-se entre a admissão, a compressão, a explosão e exaustão. Na primeira, quando o pistão está em ponto morto superior, a válvula de admissão abre ao mesmo tempo que a de exaustão fecha, deixando passar a mistura de combustível e ar na dose correta, levando a que a biela impulsione o pistão num movimento de rotação, levando-o até ao ponto morto inferior, terminando assim o tempo de admissão.
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Segue-se a deslocação do pistão em direção à cabeça do motor, durante a qual cumpre-se o tempo de compressão da mistura de ar/gasolina. Quando esta atinge o seu limite, a vela emite uma faísca que permite a explosão, que irá reenviar o pistão para o ponto morto inferior, criando a força rotativa necessária ao movimento do eixo do motor que, por seu turno, redireciona esta energia às rodas motrizes. É após este momento que o pistão regressa ao ponto morto superior ao mesmo tempo que a válvula de escape abre, libertando os gases contidos no cilindro, em direção ao sistema de exaustão.
Como saber se o motor do carro está descomandado?
Compreendido o ciclo, será mais fácil perceber que o sincronismo da ignição se refere ao ponto entre a compressão e o momento em que a vela dispara, criando a combustão. Assim, quando a centelha não surge no momento ideal, perde-se força, além de se desperdiçar combustível que não chega a ser queimado.
Este é um problema mais comum nos carros mais antigos, já que as versões recentes dos mais variados modelos se apresentam com ignições controladas eletronicamente.
Num carro antigo, porém, é comum acontecer uma falha no sincronismo que tem de ser ajustado o mais depressa possível. Enquanto não o for, o veículo poderá manifestar vários problemas, entre os quais mais dificuldade na aceleração e discrepância entre a rotação e a velocidade correspondente. Também no custo de combustível haverá uma diferença: é expectável um aumento na fatura do abastecimento quando se deslocar à bomba.
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Entre os vários indicadores que podem levar-nos a concluir que um motor está descomandado enumeram-se, além do mau funcionamento, alguns tremeliques e ruídos descoordenados.
O que fazer quando se deteta o motor descomandado?
Levar o carro a uma oficina será o mais seguro, até porque para voltar a sincronizar todo o sistema é necessário conhecer o número do ponto de ignição – algo que varia de acordo com a marca e o modelo, mas também do ano em que foi fabricado e da transmissão utilizada.
No entanto, se se considera um engenhocas (e conseguiu descobrir o número do ponto de ignição do seu automóvel) é possível armar-se com uma luz de cronometragem e um conjunto de chaves – ferramentas disponíveis em qualquer loja de peças – e tentar ajustar o sincronismo do carro, apoiando-se num manual de mecânico.
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