No Japão, as estimativas apontam para que se produzam menos 1,3 milhões de carros no ano fiscal de 2021, que se prolonga até março de 2022. A quebra, dizem os construtores, nada tem a ver com o facto de haver menos gente a querer comprar automóvel, mas com a escassez de semicondutores e com a pandemia de covid-19 que, este verão, voltou a encerrar algumas linhas de produção no Sudeste Asiático.
Face ao ano fiscal de 2020, no qual as marcas sediadas no Japão contabilizaram a produção de 23,35 milhões de veículos, aquele número representa uma quebra de 5%.
Nissan com maiores quebras
Uma das marcas nipónicas que parece estar a ressentir-se mais é a Nissan, que já anunciou que, entre outubro e novembro, sairão menos 30% de automóveis das suas fábricas em relação ao que fora inicialmente programado. Isto porque lhe faltam semicondutores, mas também outras partes e componentes que têm origem no Sudeste Asiático.
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Ao todo, a Nissan, que faz parte da Aliança com a Renault e a Mitsubishi, prevê produzir ao longo do ano fiscal menos 250 mil carros, no entanto, está preparada para que este número venha ainda a ser maior.
Por seu turno, o grupo Toyota informou que, nestes dois meses, a sua produção global será de menos 100 a 150 mil carros, enquanto a Honda estima produzir menos 150 mil unidades, apesar de salientar a incerteza com que a indústria vive estes tempos.
Na Suzuki o impacto da escassez de microchips resultará em menos 350 mil automóveis.
Um semicondutor é um sólido, geralmente cristalino, de condutividade elétrica intermediária entre condutores e isolantes e são essenciais ao fabrico de componentes eletrónicos como díodos, transístores e outros de diversos graus de complexidade tecnológica, microprocessadores e nanocircuitos.
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A produção de semicondutores foi reduzida durante o primeiro semestre de 2020 para responder à quebra das encomendas, à medida que as fábricas automóveis em todo o mundo fecharam portas por conta da pandemia de covid-19. Já a que não foi cortada acabou por ser divergida para outras indústrias, nomeadamente de informática – e as empresas que constroem automóveis foram posicionadas no fim da fila de quem anseia por “microchips”.
Para piorar o cenário, surtos de covid-19 obrigaram ao encerramento de fábricas por todo o Sudeste Asiático, mas também de portos marítimos, com os contentores a amontoarem-se e com o preço do transporte a disparar para valores recorde.
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