Sabe que existiram mais de uma dezena de marcas de carros portuguesas? Conheça 7 marcas de automóveis desenhados, fabricados e comercializados em Portugal.
Para além da União Metalomecânica (UMM), já tinha ouvido falar de mais alguma marca de carros portuguesa? Durante o século XX, Portugal bem tentou vingar na indústria automobilística, sendo 14 o número marcas de carros desenhados, fabricados e comercializados no nosso país.
Infelizmente, a história da maior parte delas não foi bem sucedida, uma vez que já nenhuma opera actualmente, tendo sido extintas poucos anos após a sua fundação (muito por culpa da falta de incentivos do Estado).
Mais recentemente, temos assistido ao advento de mais algumas marcas de automóveis “made in Portugal“, pela mão de jovens empreendedores, que se têm focado em carros desportivos de alta performance, como é o caso da “Adamastor” e da “Veeco” (que estreou os superdesportivos eléctricos fabricados em Portugal e a quem desejamos a maior das sortes).
Conheça, então, estas 7 marcas de carros portuguesas que ficaram apagadas da memória.
Marcas de carro portuguesas: 7 que fizeram parte da história
1. Sado
Fonte: Museu do Caramulo
A Sado construiu um único carro na sua história e podemos afirmar que era na época o equivalente a um Smart dos dias de hoje. O Sado surgiu no final dos anos 70 do século XX e foi lançado pelo Grupo Entreposto, que deu continuidade ao projecto iniciado na Famel de Águeda. As vendas iniciaram-se em 1982 e custava na altura qualquer coisa como 260.000 escudos.
A procura foi tanta que a oferta não chegava para as encomendas e as primeiras 50 unidades foram vendidas muito rapidamente, chegando até a haver lista de espera. Este carro era equipado com um motor de 2 cilindros com 547cc, produzindo 28 cavalos, 4 velocidades e pesando 480 kg, atingindo uma velocidade máxima de 110 km/h.
2. Alba
Fonte: Museu do Caramulo
O ALBA foi um carro construído entre 1952 e 1954 na metalúrgica com o mesmo nome em Albergaria-a-Velha, pelas mãos de António Augusto Martins Pereira. Estima-se que apenas tenham sido construídas três unidades deste que foi, sem dúvida, um dos carros mais bonitos alguma vez construídos em Portugal, sendo que a unidade original está exposta no Museu do Caramulo.
O ALBA estava equipado com um motor (também ele construído pela metalúrgica) de 4 cilindros com 1500 cm3 que debitava 90 cv de potência, caixa de quatro velocidades e atingia os 200 km/h de velocidade máxima.
3. Felcom
Fonte: Museu do Caramulo
O Felcom é o carro português mais antigo de que há registo, tendo sido construído em 1933 pela mão de Eduardo Carvalho, a partir de automóveis que pertenceram a Eduardo Ferreirinha, que mais tarde construiu os automóveis Edfor.
O Felcom continha componentes de um Ford A e de um Turcat-Méry, sendo o motor de um Ford A, mas transformado com uma cabeça Miller, o que levava este carro a atingir uns estonteantes 160 km/h de velocidade máxima, algo impressionante para a década de 30 do século XX.
4. MG Canelas
Fonte: Museu do Caramulo
O MG Canelas foi construído em 1952 e competiu em muitas provas nacionais, durante a década de 50 do século XX. Ao contrário da generalidade dos automóveis portugueses da época, o MG Canelas utilizava um chassis tubular fabricado em aço cromo-molibdénio, soldado nas instalações das OGMA.
Quanto ao motor, esse era um 1500 cc de base MG, mas que foi totalmente remodelado com o intuito de debitar mais potência e poupar peso. Tinha 95 cv, 4 cilindros, 4 velocidades, 550 kg de peso total, o que o levavam a uma velocidade máxima de 195 km/h.
5. Portaro
Ao contrário do que se possa pensar, o UMM não foi o único jipe português. O Portaro foi produzido pela FMAT (Fabrica de Máquinas Agrícolas do Tramagal) em meados dos anos 70 (1976). Este foi um dos poucos automóveis produzidos em Portugal que teve um sucesso considerável, uma vez que as vendas nacionais chegaram a atingir volumes perto das 1000 unidades e a fábrica produzia outras tantas para exportação.
Ao fim de apenas 14 anos de história, em 1990, e fruto da falta de incentivos e protecção à indústria nacional, a Portaro fechou as suas portas com um registo de quase 7.000 exemplares vendidos em território nacional e outros tantos exportados.
Existiam várias versões deste todo-o-terreno, mas aquela que mais vendeu foi o Portaro 250 que estava equipado com um motor de 4 cilindros com 71 cv e 2498 de cilindrada.
6. AGB IPA
Fonte: Museu do Caramulo
O AGB IPA foi apresentado na feira das indústrias no ano de 1958 e foi, desde logo, considerado uma revolução na indústria metalo-mecânica portuguesa, pois ao contrário dos modelos construídos em Portugal até então, este apresentava linhas arredondadas e futuristas, para além de estar disponível tanto na versão coupé de dois lugares, como familiar de quatro lugares.
Apenas cinco exemplares do AGB IPA foram produzidos. Ele era movido por um motor British Anzani de dois cilindros com 300 cm3 e aproximadamente 15 cv.
7. OLDA
Fonte: Museu do Caramulo
A marca OLDA nasceu em Águeda em 1954 e, rapidamente, conquistou o papel de “rei das corridas” em Portugal, não só devido à sua exímia qualidade de construcção, como também às incríveis aptidões de Joaquim Correia de Oliveira e Ângelo Costa, quer no caso do primeiro para pilotar o veículo, quer no caso do segundo pela preparação dos motores.
O nome OLDA deriva de “Oliveira de Águeda”. Com 80 cv, motor de 4 cilindros com 1493 cc e 4 velocidades, este carro pesava apenas 500 kg e conseguia atingir velocidades máximas de 165 km/h.
Fonte: Motorbits
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