Land Rover, Honda, Hyundai, Kia. Em comum, estas e outras marcas, têm o facto de o seu emblema ser de fácil interpretação. Mas, o que é óbvio numas, noutras é quase preciso um descodificador para ler toda a simbologia escondida. Conheça a origem de dez marcas de automóveis cujos emblemas falam por si.
Abarth
Quando Carlo Alberto Abarth (nascido Karl, em 1908, na Viena do Império Austro-Húngaro, mas naturalizado italiano) pensou criar uma marca com o seu nome, tendo a ajuda de Armando Scagliarini, foi o seu signo astrológico que lhe veio à mente: em escorpião resiliente, poderoso e letal. O animal surge sobre uma espécie de escudo, como se estivesse protegido, com as cores vermelho, de paixão, e amarelo, de tenacidade. No topo, destaca-se o nome da marca sublinhado com as cores verde, branco e vermelho: a bandeira italiana.
Alfa Romeo
Eis um logotipo que pode ser intrigante para quem não conhece a história da reconhecida marca: um círculo cortado a meio, tendo, de um lado, uma cruz vermelha e, do outro, um dragão que parece estar a devorar um homem. Os segredos de tais símbolos não são complicados de descodificar. A cruz representa a cidade natal da montadora, Milão, enquanto o animal fantasioso, conhecido por Biscione, fazia parte do brasão da Casa Visconti, a família que governou a região entre 1277 e 1447. Já o nome da marca é o casamento da sigla da fabricante italiana Anonima Lombarda Fabbrica Automobili, fundada em 1910, com o sobrenome do engenheiro Nicola Romeo, que assumiu os destinos da empresa em 1916.
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Audi
Hoje, é difícil dissociar a Audi do Grupo Volkswagen, do qual passou a fazer parte em 1964. Mas, nessa altura, a marca já somava quase meio século de história. Fundada em 1909, tem o nome do seu fundador, August Horch, traduzido em latim (Horch em alemão; Audi, em latim, Ouvir, em português), mas os quatro anéis pelos quais é reconhecida só foram criados em 1932, após a empresa passar a fazer parte da Auto Union. Cada anel, é uma das empresas integrantes: além da Audi, a DKW, a Horch (que August perdera décadas antes) e a Wanderer.
BMW
Muitas pessoas acreditam que o logotipo da BMW é uma hélice estilizada. Mas a realidade supera o mito, que não deixou de ser aproveitado pela empresa quando teve de regressar ao negócio da aeronáutica. No entanto, a verdade é que o que parece uma hélice é tão-só uma composição com as cores da Baviera, onde a BMW nasceu. No entanto, a ordem das cores surge trocada, já que na época era proibido, pela lei local, usar brasões de armas do Estado ou outros símbolos de soberania em logótipos comerciais.
Citroën
O famoso logótipo Citroën do duplo chevron é uma imagem estilizada de engrenagens helicoidais duplas, prestando homenagem ao passado de engenharia de André Citroën e aos primeiros negócios de engrenagens.
Ferrari
O inconfundível ronco Ferrari é tão ou mais conhecido que o Cavallino Rampante que exibe orgulhosamente no seu logo. A história remonta aos tempos da Primeira Grande Guerra e a Francesco Baracca, um aviador italiano, aclamado herói, que tinha no seu avião um cavalo pintado. Cinco anos depois da morte de Baracca, Enzo Ferrari conheceu os pais do militar e estes deram-lhe a dica para usar o símbolo nos seus carros, considerando que lhe traria sorte. Errados não estavam
Jaguar
É o terceiro maior felino do mundo, após o tigre e o leão, e foi o escolhido para nome e símbolo da centenária marca após o fim da Segunda Guerra Mundial. Concebido para ir ao encontro dos valores centrais da marca de luxo focada no desempenho, o animal representa “graça, elegância, desempenho, poder e a ambição de saltar para a frente”. Dependendo dos modelos, o jaguar apresenta-se em duas posições: a saltar e a rugir. As cores prata e cinza metálico destinam-se a simbolizar sofisticação e modernidade, o preto representa integridade e desempenho, enquanto que o vermelho representa paixão pela condução.
Lamborghini
Mais um italiano apaixonado pela astrologia, que escolheu o símbolo do seu signo solar, Touro, para ornamentar os seus carros. Mas a escolha não foi apenas por razões espirituais. Ferruccio Lamborghini, o fundador da marca, era um aficionado pelas touradas espanholas e via no touro símbolos de poder e de força.
Maserati
O logotipo tridente da empresa automóvel Maserati, concebido por Mario Maserati, baseia-se na Fonte de Neptuno, na Piazza Maggiore de Bolonha. Em 1920, um dos irmãos Maserati utilizou este símbolo no logótipo por sugestão de um amigo da família, o marquês Diego de Sterlich. As cores azul e vermelho representam as cores da cidade.
Mercedes-Benz
A longa história da Mercedes-Benz começa em 1871, quando Carl Benz criou a empresa que se viria a fundir com a Daimler-Motoren-Gesellschaft (DMG). Mas o logotipo nasceu de um postal que o designer industrial Gottlieb Daimler enviou aos seus filhos e onde a localização da casa era marcada com uma estrela de três pontas. Os três irmãos adotaram o desenho em 1909, que acabaria por ganhar uma coroa de louros, primeiro, e com o nascimento da Mercedes-Benz um círculo prata. Curiosidade: o nome Mercedes foi adotado da filha de Emil Jellinek, um diplomata e empresário que se notabilizou a vender automóveis e que conseguiu impor os modelos alemães em França, onde o nome Daimler era propriedade de outra empresa.
Mazda
A marca nipónica é conhecida por valorizar o simbolismo. O nome da marca, por exemplo, inspira-se em Ahura Mazda (ou Ormuz), o deus da sabedoria e da abundância, segundo o zoroastrismo e a mitologia persa. E tal não seguiu um caminho diferente quando se tratou de escolher o símbolo que a representaria, num logo que foi lançado em 1998. O “M” estilizado evoca uma imagem de asas em voo e, explica a marca, simboliza o voo da Mazda rumo ao futuro. O “V” no centro do “M” representa, acrescenta a Mazda, a criatividade, vitalidade, flexibilidade e paixão.
Polestar
A Polestar redesenhou o seu logo em 2017, transformando-o naquilo que reclama ser uma estrela polar estilizada, composta por duas pontas em seta, colocadas diagonalmente e apontando para o centro. O elemento inferior está dirigido para cima, enquanto o superior aponta para o canto inferior esquerdo. Os dois elementos, sublinha a marca sueca, assemelham-se também a duas aves para trazer para o discurso a missão de marcar a liberdade. O símbolo, que foi contestado pela Citroen pelo facto de as pontas de seta assemelharem-se ao chevron usado pela marca francesa (o que atraso o lançamento da marca em França), sofreu algumas alterações, sobretudo na cor, em 2020.
Porsche
Nem sempre é referida como “a marca alemã”, mas será talvez a que exibe ao peito as cores da Alemanha com mais orgulho. O logótipo da Porsche apresenta as cores da bandeira alemã, o nome da cidade onde a empresa está sediada (Estugarda) e a imagem de um cavalo com o qual pretende transmitir que a sua missão passa pela potência e velocidade. No fundo, vê-se o brasão de Vurtemberga, um antigo reino no sudoeste da Alemanha (que tinha Estugarda como sua capital e que hoje é conhecido por Bade-Vurtemberga).
Subaru
A Subaru tem a origem do seu nome nas estrelas já que é esse o nome nipónico das Plêiades, um aglomerado de estrelas da constelação Touro, que se situa a oeste de Órion, o que explica o gosto estelar para simbolizar a marca. O logo da Subaru é composto por seis estrelas. Cinco representam as empresas que se uniram para formar a Fuji Heavy Industries, o nome anterior da Subaru Corporation, que remete para a sexta estrela. O azul e prateado são os tons escolhidos por evocarem o céu noturno, mas também por serem cores que, no Japão, se associam a conceitos de fiabilidade.
Tesla
Se achava que o T era apenas a primeira letra de Tesla, nome adotado em honra do inventor e engenheiro sérvio Nikola Tesla, desengane-se. Elon Musk revelou no Twitter, como é seu hábito, o que está por detrás de tal símbolo. Trata-se, explicou o multimilionário, da representação de uma secção de um motor elétrico.
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Toyota
Confiança. É esse o sentimento que a Toyota pretende transmitir com o seu logo. As ovais de intersecção pretendem assim simbolizar a confiança entre a Toyota e os seus clientes, e as ovais formam também a letra “T” para Toyota. Os três elípticas retratam o coração do cliente, o coração do produto e os avanços tecnológicos, nos quais tem a pretensão de estar sempre na dianteira.
Volkswagen
Apesar de não se inspirar nos deuses nem nas estrelas, o logotipo da Volkswagen não deixa de ter uma mensagem importante. Recorrendo apenas à união das letras “V” (de “volks”, pessoas) e “W” (“wagon”, carro), um dos maiores grupos automóveis da Europa quis importar para o seu emblema a simplicidade que se pretendia de uma marca originalmente focada em criar carros para o povo. O círculo em torno das letras é desenhado para sublinhar o espírito de comunidade e inclusividade.
Volvo
A marca é sueca, mas a palavra que lhe dá vida tem origens no latim. A Volvo deriva de Volvere, palavra que implica movimento. Já o emblema original da empresa era uma oval azul com o nome “Volvo” no meio, e as palavras “Gothenburg, Suécia” por baixo. No entanto, acabaria por regressar ao Mediterrâneo para compor o atual logo, adotando o redondo com uma seta a apontar para a direita e para cima do símbolo do deus da guerra grego. A mitologia nórdica, porém, não foi desprezada: os faróis em forma de “T” homenageiam Thor, o deus do trovão.
Zenvo
A marca de automóveis de luxo dinamarquesa foi apelidada com base no nome do fundador Troels Vollersten. Troels pegou nas últimas três letras do seu apelido e juntou-as às duas primeiras. Depois trocou o “S” por “Z” passando de “VOllertSEN” para ZENVO. O emblema da marca inclui um escudo largo e elegante com o nome da marca acima, que pode ser visto em duas versões: um branco liso com letras pretas e outro com um degradê tridimensional.
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