Comprar um carro importado chegou a ser um verdadeiro negócio. Mas, já não sendo o que foi e dependendo do país de origem e do modelo da viatura, ainda pode ser vantajoso. No entanto, não vale a pena atirar-se de cabeça nesta aventura sem seguir todos os passos. E não salte etapas – mais vale prevenir desde o início deste negócio.
Qualquer país da União Europeia pode ser um potencial lugar para ir buscar um carro novo desde que compense. No entanto, o maior exportador de automóveis continua a ser a Alemanha e, se pondera importar um veículo, deverá começar por este país.
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Mas, antes, saiba o que não lhe pode faltar em todo este processo: cartão do cidadão ou passaporte, claro; carta de condução (a não ser que contrate transporte, terá de trazer o carro para Portugal); e tempo (não se consegue ir à Alemanha comprar carro num estalar de dedos; reserve no mínimo uma semana). Agora a dica provavelmente mais importante: se não falar alemão, tratar de arranjar uma app de tradução. É que o inglês é universal, mas não estranhe se encontrar quem nem sequer o arranhe.
1.º passo – Faça escolhas
Em vez de ir decidindo à medida que o processo avança, trate de fazer as suas escolhas antes de iniciar a odisseia da importação de um carro. A começar, claro, pelo carro que quer trazer. Não se fique pela marca e modelo; perceba que extras não dispensa para, depois, não ficar desiludido.
Decida ainda se pretende comprar à distância e mandar vir por transportadora (o custo ronda os 1200€) ou se não passa sem ir ver o carro ao vivo e a cores. Se for este o caso, tente não deixar tudo para tratar em cima do joelho; mais tempo permitir-lhe-á conseguir melhores tarifas quer nos voos quer no alojamento que reservar. Depois, terá de saber se pretende regressar a conduzir, aproveitando o seu brinquedo novinho em folha (some gastos de combustível, portagens, refeições e alojamentos ao longo do caminho) ou se regressa da mesma maneira que foi e envia o carro por uma empresa de transportes.
2.º passo – Compare
Até pode parecer que o carro que vai importar é um bom negócio. No entanto, não se fique pelas impressões e faça todas as comparações possíveis. Agarre no modelo que vai adquirir e no valor que o mesmo apresenta e procure nos sites de referência portugueses modelos idênticos.
É certo que o mais provável é que a diferença de preço pareça compensar, mas não se esqueça de somar todos os euros relacionados com as despesas que vai ter para o adquirir e legalizar.
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Caso, o país a ir seja mesmo a Alemanha, opte por um carro alemão, preferindo os das marcas ditas premium. Em termos de mecânicas, as que mais compensam serão as movidas a gasóleo, seguidas por aquelas que têm baixas emissões de CO2. E não se esqueça: quanto mais caro o modelo em Portugal, mais compensará a ida ao estrangeiro.
Também não se renda de imediato a um novo, ou seja, a um veículo com menos de seis meses e que não tenha mais de 6000 quilómetros rodados. Se for esse o caso, terá de pagar IVA em Portugal, mesmo depois de já ter regularizado o mesmo imposto na Alemanha.
O ideal por isso é escolher um carro com mais de um ano e menos de cinco: neste intervalo conseguirá encontrar negócios aliciantes.
3.º passo – Atenção aos documentos
Um dos mais importantes documentos, além dos da identificação da viatura, é o certificado de conformidade (COC), que lhe será exigido em Portugal para a legalização do carro. É certo que o pode obter através de um pedido à marca, mas irá levar algum tempo.
Trate de perceber se o vendedor o tem, se o consegue arranjar e se vai cobrar pelo mesmo (entre 100€ e 250).
Prefira ainda um vendedor que se revele capaz de tratar de parte do processo de exportação, nomeadamente o registo de uma matrícula temporária (se for amarela, é válida até 5 dias; vermelha, pode ir até um ano), a contratação de um seguro obrigatório (válido pelo mesmo período que a matrícula) e o pagamento do imposto de circulação alemão (correspondente aos mesmos dias).
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No regresso, faça-se acompanhar pelo equivalente ao livrete do carro, pelo equivalente ao título de registo de propriedade, da folha da inspeção (para carros com mais de 3 anos), da declaração de venda, da carta do seguro, do COC e da fatura da compra ou do comprovativo de pagamento.
4º passo – Legalizar
O processo de legalização pode ser feito por conta própria ou recorrendo a uma empresa especializada neste tipo de serviços (cobram até 500€, despesas não incluídas).
Se for pela segunda hipótese, poderá relaxar e esperar que o processo seja concluído. Já a primeira obrigá-lo-á a várias andanças. A saber: terá de efetuar visitas a um centro de inspeções, a uma loja de chapas de matrículas, ao IMT, à Conservatória do Registo Automóvel, podendo realizar alguns processos online, nomeadamente com as finanças e alfândegas ou com a companhia de seguros.
Já os custos dependerão do modelo, o qual pesará no cálculo do ISV e do IUC – mas é bom que tenha estas contas feitas desde o 2.º passo.
Atenção que após a entrada no país, a emissão da DAV (Declaração Aduaneira de Veículo) tem de ser feita em 20 dias úteis, o pagamento dos impostos em 10 dias úteis, ao passo que o DUA pode ser pedido ao longo dos 30 dias seguintes e o registo feito nos dois meses após a chegada.
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