Ford Mustang GTD: o puro sangue mais potente de sempre

A sétima geração do Mustang foi só a segunda a ser vendida oficialmente na Europa, em quase 60 anos de carreira do desportivo (completa-os em 2024), e aquela em que a competência dinâmica mais se aproxima daquilo que melhor por cá se faz. Só que, desta vez, o departamento Ford Performance decidiu ir ainda mais longe para colocar um ponto final na discussão sobre qual é o melhor “muscle car” moderno. Se dúvidas houvesse.
Tudo começa com a base brilhante do GT3 desenvolvido para regressar a Le Mans em 2024, que os engenheiros da oval azul modificaram para criar o seu modelo de estrada mais potente de sempre, este Mustang GTD – o nome deriva também da competição, do modelo que compete no IMSA GTD.
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Claro que o ponto essencial é o motor, mantendo-se a versão 5.2 do V8, todo em alumínio, otimizado para resistir à pressão imposta pelo compressor tipo Roots, com sistema de válvulas ativas e um escape em titânio que faz a potência subir acima dos 800 cv. Um número muito impressionante, que se traduz numa potência específica de 153 cv/litro! O redline é acima das 7500 rpm.
Só que a Ford Performance não se ficou pelo motor e pela aceleração 0-100 km/h estimada em cerca de 3 segundos. Mark Rushbrook, diretor global da Ford Performance Motorsports, não teve problemas em apresentar o GTD como um foguete para a estrada, mas sublinhando que não se trata apenas de um especialista de arranques para as “drag” americanas.
De acordo com este responsável, tudo foi feito para garantir que o Mustang mais potente de sempre seria tão impressionante em curva como em reta.
Ford Mustang GTD: base da competição e dieta rica em fibra
Assim, partindo do carro de competição, foram feitas muitas outras mudanças, com o objetivo de efetivamente transformar o Mustang num superdesportivo que será capaz de obter um tempo por volta no Nürburgring abaixo de 7 minutos, garante a Ford, que trabalhou nesse objetivo de mãos dadas com os técnicos da Multimatic, empresa que também afinou o Mustang GT3 e o Ford GT que venceu Le Mans.
O Ford Mustang GTD é automóvel dinamicamente evoluído, sobretudo no capítulo da aerodinâmica, com inúmeras novidades. Desde o splitter frontal até à asa traseira ativa controlada hidraulicamente, que, em combinação com utilização massiva da fibra de carbono, garante eficácia e agilidade fantásticas.
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Outro ingrediente é a suspensão semi-ativa de molas variáveis, que reduz a altura em 40 mm, quando está selecionado o modo Track, além de uma suspensão dianteira com a configuração de “push-rod”, inspirada na competição.
A caixa transaxle de oito velocidades de dupla embraiagem surge no eixo posterior, o que contribui também para uma distribuição de pesos ideal, na ordem dos 50-50. Sendo que na ligação entre o motor e a caixa se encontra um veio de transmissão em fibra de carbono, uma solução igualmente inspirada no GT3 de corridas, como é o conjunto de jantes forjadas em magnésio em forma de Y ou o sistema de travões carbocerâmicos de origem Brembo.
Peças de avião num verdadeiro avião
No cockpit de decoração mais conservadora, o GTD mantém os dois ecrãs digitais para o sistema de infoentretenimento e a instrumentação das versões convencionais, além de funcionalidades já indispensáveis aos automóveis de todos os dias, como as atualizações de software over-the-air (OTA). Mesmo tratando-se de máquina radical. A Ford prescindiu até dos bancos traseiros, fórmula purista que responde às necessidades de redução do peso. Nos dois lugares dianteiros, bacquets de competição Recaro.
Os acabamentos de qualidade misturam camurça Miko, couro e fibra de carbono, mas há combinação ainda mais especial nas listas de opcionais: elementos como o botão rotativo na consola, uma placa com os dados de construção ou as patilhas de seleção da caixa de velocidades, foram impressos em 3D, em placas de titânio retiradas de caças F22 abatidos ao serviço da aviação americana.
A produção do Mustang GTD será limitada a um número reduzido de exemplares, entregues por um preço que deve rondar os 300 mil euros no mercado norte-americano. E ainda mais elevado ainda no lado de cá do Atlântico…
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