Fatores que afetam o valor dos carros usados

Vender um carro usado é muitas vezes um momento de frustração. É que quem pretende vender estabelece um valor mental, mas é quase garantido que a realidade lhe apresenta propostas mais magras. Afinal, como é possível oferecerem-lhe um valor tão inferior ao que pagou na compra?

Quais são os fatores que podem prejudicar o valor do seu carro usado?

Historial de acidentes

Hoje em dia é muito fácil saber, através da matrícula, se um veículo já sofreu algum acidente (por exemplo, recorrendo ao seu mediador de seguro). Nesse caso, o valor tende a descer, ainda que a reparação tenha sido feita da melhor forma. Note-se que o registo existe quando houve participação do sinistro ao seguro, mas há situações em que estes não são participados e, nessas situações, torna-se mais difícil descobrir se está perante um automóvel que já sofreu um acidente. Por isso, deve observar a carroçaria com atenção à procura de pintura/retoque recente.

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Aspeto geral

Se há um bom exemplo de que “os olhos também comem” é nos automóveis. Um carro com uma aparência desmazelada vai certamente perder valor. Por isso, no mínimo, lave bem o seu usado – por dentro e por fora – e, ainda no âmbito das coisas que pode fazer em casa, proceda ao polimento da carroçaria. É simples e nunca falha: um carro com bom aspeto seduz mais facilmente o comprador.

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Avarias

Muitas vezes as pessoas optam por vender os carros porque estes têm uma avaria mais complicada e cara de resolver ou, mesmo quando ainda não a tem, já foram alertados pelo mecânico que a mesma irá surgir dentro de poucos quilómetros. Como não podia deixar de ser, uma viatura nestas condições sofre uma depreciação.

Buy back – carros usados por empresas de aluguer

Portugal é um país turístico e por isso temos muitos usados à venda que pertenceram a empresas de rent-a-car. Os construtores vendem carros aos rent-a-car, mas o contrato exige que os comprem de volta (daí a expressão buy back). Por este motivo, nos concessionários das marcas e nos stands abundam os buy back, propostas que, apesar de por norma terem baixas quilometragens, têm menor valor tendo em conta o seu passado. Foram conduzidas por todos os tipos de condutores e, entre eles, houve, por certo, quem não tivesse o mínimo cuidado na sua utilização.

Lei da oferta e da procura

Como em muitos produtos, há aqueles que são mais cobiçados pelos compradores (por exemplo, os SUV estão na moda nesta altura). Neste contexto, um modelo sem grandes atributos e com muitas unidades espalhadas pelo mercado de usados vai valer menos. Também pode suceder modelos com poucas unidades em 2ª mão terem, na mesma, baixa procura. O ideal é que o carro que quer vender após uns anos de uso tenha inúmeros interessados em adquiri-lo e escasseiem exemplares do mesmo modelo.

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Carro de garagem

Existe o chavão clássico do vendedor de seriedade duvidosa que garante que o automóvel usado pertencia a “uma senhora de idade que praticamente não o tirava da garagem”. Chavões à parte, Portugal tem um sol inclemente e um carro que passou a sua existência sempre no exterior apresenta alguns sinais de alteração dos materiais (em particular, os plásticos e tecidos do habitáculo), pelo que será menos valorizado.

Histórico de manutenção

Pode parecer incrível, mas há pessoas que a única “manutenção” que proporcionam ao seu carro passa por acrescentarem óleo ao motor quando o painel de instrumentos assinala a falta deste. Ou seja, nem sequer fazem o básico, que é mudar o óleo e o respetivo filtro. A manutenção feita a tempo e horas, de preferência no representante oficial da marca e com os respetivos comprovativos, valoriza a viatura. Na proporção inversa, a ausência deste histórico retira valor ao usado.

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Idade e número de quilómetros

São os fatores mais conhecidos que depreciam um automóvel, por mais reputado, procurado ou premium que seja. Salvo raras exceções, a regra não varia: a quilometragem e a idade sobem e o valor do carro desce. O efeito faz-se sentir mesmo em carros com poucos anos e muitos quilómetros, ou em carros com poucos quilómetros, mas mais idosos.

Nacional ou importado?

O mais certo é já ter reparado que há vendedores de carros em segunda mão que destacam como argumento de venda o facto de um veículo ser “nacional”. Os importados usados são muitas vezes vistos como carros com elevadas quilometragens, que enfrentaram invernos mais rigorosos do que os nossos e por vezes até com especificações diferentes dos que são vendidos cá. Tudo fatores que os tornam menos valiosos e apelativos. Por outro lado, é necessário reconhecer que é possível comprar carros usados importados por valores bem mais competitivos do que os pedidos pelos “nacionais”.

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Problemas crónicos

Por vezes, quem procura um carro por segmento surpreende-se por haver modelos bem mais em conta do que outros com caraterísticas parecidas. A diferença deve-se ao facto de haver determinadas propostas mais problemáticas (leia-se, mais dadas à ocorrência de avarias…). Os profissionais sabem quais são esses carros e eles estão condenados a preços mais baixos. Um dos motivos que leva os comerciantes a atribuir menos valor a estes usados é a perspetiva de possíveis reparações futuras, que terão de ser cobertas através da garantia.

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Tipo de uso

Qualquer pessoa que compra um usado sente curiosidade em saber qual é o histórico da viatura. Como é fácil de perceber, veículos que foram submetidos a utilizações extremas ou intensas – por exemplo, um modelo desportivo muitas vezes levado ao limite ou um jipe com muitos quilómetros em todo-o-terreno mais radical – irão apresentar um valor mais baixo.

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