Falta de semicondutores ameaça parar o mundo automóvel

Redação

19/10/2021

5 min

Semicondutores: a crise que ameaça parar o mundo automóvel

A palavra semicondutores instalou-se no nosso dia a dia, invadiu as notícias e já fez até parar fábricas – total ou parcialmente, com a interrupção de um ou mais turnos. Mas qual a razão para que haja esta falta e por que ainda não se conseguiu encontrar uma forma de suprimir esta lacuna.

O que são semicondutores?

Antes, analise-se o que é um semicondutor, também chamados de microchips. Trata-se de sólidos, geralmente cristalinos, de condutividade elétrica intermediária entre condutores e isolantes e são essenciais ao fabrico de componentes eletrónicos como díodos, transístores e outros de diversos graus de complexidade tecnológica, microprocessadores e nanocircuitos.

Logo por aqui, e olhando para os automóveis que são produzidos no presente, percebe-se que a escassez de semicondutores põe em causa a indústria – ainda que algumas marcas tenham optado por ou lançar modelos sem elaborados sistemas de conectividade (que anunciaram introduzir mais tarde) ou trocar painéis digitais por instrumentação analógica.

O início da crise dos semicondutores ou microchips

A produção de semicondutores foi reduzida durante o primeiro semestre de 2020 para responder à quebra das encomendas, à medida que as fábricas automóveis em todo o mundo fecharam portas por conta da pandemia de covid-19.

A produção que não foi cortada foi divergida para outras indústrias, nomeadamente de videojogos, smartphones, informática – áreas que tiveram uma procura nunca antes vista devido aos milhares de milhões em todo o mundo que ficaram em teletrabalho ou a ter aulas através de um computador.

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Por isso, quando a indústria automóvel voltou a acelerar, os chips que estavam reservados para esta já tinham sido consumidos noutras produções. Se se poderia simplesmente voltar a aumentar a produção? A resposta simples seria “sim”, mas nada é simples nesta realidade dos semicondutores.

Os ventos que sopram da Ásia

No início deste ano, várias fábricas que produzem os microchips para o resto do mundo tentaram retomar o ritmo produtivo. Mas as carências na indústria informática continuaram prioritárias. E, quando por fim, parecia haver uma luz ao fundo do túnel, uma nova vaga de covid-19 no Sudoeste Asiático gorou quaisquer esperanças.

Ainda em maio, três dos mais importantes centros de fabrico de tecnologia na Ásia, Malásia, Taiwan e Vietname, começaram a lutar contra picos súbitos de infeções com o novo coronavírus. E, no meio da crise, a quantidade de casos agravou-se de tal forma que os governos decretaram novos confinamentos com o encerramento de fábricas.

Atualmente, a situação pandémica parece estar controlada, mas os problemas não parecem estar para acabar. No Vietname, por exemplo, quando começa a desenhar-se a possibilidade de voltar a produzir, dezenas de milhares estão a abandonar Ho Chi Minh e a regressar às suas províncias de origem – ou seja, as fábricas arriscam-se a reabrir sem mão de obra.

Já em Taiwan, a Nanya Technology, o quarto maior fabricante mundial de chips, disse ainda esta semana estar preocupada com o futuro do fornecimento. “Descobrimos que o desequilíbrio no fornecimento de chips é muito mais grave do que esperávamos, e os confinamentos devido à covid-19 no Vietname, Malásia e Tailândia estão também a afetar a produção de muitos fabricantes de eletrónica e a causar estrangulamentos”, revelou o presidente da Nanya Technology, Lee Pei-ing.

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Estes estrangulamentos de que Lee Pei-ing fala estão também relacionados com os portos, cujos encerramentos em agosto deixaram acumular contentores e contentores. Com mais um problema à vista: a carga nesses contentores, semicondutores incluídos, correm o risco de se deteriorarem. E mesmo que mantenham as suas características intactas é totalmente imprevisível quando, por fim, sairão dos portos.

Qual a solução?

Entre travar a evolução tecnológica e criar uma indústria forte de microchips em outras partes do globo, os grandes grupos de fabrico automóvel não baixaram os braços, e ideias não faltam. O problema é que nenhuma solução é rápida o suficiente para dar resposta imediata.

Começou pela Tesla, cujos veículos estão já preparados para receber chips desenhados e produzidos à medida, e tem vindo a alastrar-se: o Grupo Volkswagen anunciou que irá passar a desenvolver e criar microchips, através da sua unidade de software, a Cariad.

Também a Mercedes-Benz já anunciou a celebração de uma parceria com a Nvidia, precisamente com o propósito de garantir a próxima geração de chips e plataformas de software.

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