Prevista que está a construção, em Sines, até 2025, da sua maior fábrica de baterias para veículos elétricos na Europa, a CALB (China Aviation Lithium Battery Tecnology) deverá beneficiar com o acordo alcançado entre a Volkswagen e a construtora de veículos elétricos Xpeng Motors.
A aliança estratégica de longo prazo entre as duas empresas prevê que a Volkswagen adquira uma participação de 4,99% na chinesa Guangzhou Xiaopeng Motors Technology (Xpeng Motors) por 630 milhões de euros, tendo em vista o desenvolvimento de veículos elétricos.
O investimento da CALB na futura unidade de produção de Sines foi alvo de um Memorando de Entendimento assinado entre a empresa e o Estado português, a 3 de novembro de 2022.
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Para o fabricante de baterias de lítio, esta parceria poderá trazer uma oportunidade de crescimento e deverá permitir reforçar a cooperação entre os mercados europeu e chinês.
Além disso, o acordo estabelecido entre a Volkswagen e a Xpeng Motors deverá constituir o início de um novo ciclo de crescimento e sucesso para a CALB, uma vez que esta será a única fornecedora de baterias à Xpeng.
Segundo a CALB, a nova fábrica em território português “deverá entrar em funcionamento em 2025 para começar a dar resposta à atual carteira de encomendas da empresa no continente europeu”.
E vai mais longe: “Quando estiver em pleno funcionamento, a nova fábrica poderá representar cerca de 4% do PIB português, uma vez que todas as vendas serão destinadas ao mercado europeu”.
Parecer favorável da APA
A fábrica de Sines será construída em várias fases. A primeira, terá como objetivo dar resposta à carteira de encomendas que a CALB já tem na Europa. Numa segunda fase, em 2028, a empresa prevê ampliar as instalações, o que permitirá passar de 15 para 45 gigawatt-hora (GWh).
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já emitiu a sua declaração de impacto ambiental favorável, embora condicionada, para o projeto da CALB, ainda que exista uma extensa lista de mais de 90 medidas obrigatórias de compensação e minimização do impacto.
A declaração da APA refere ainda que as ações de desflorestação e desmatação no lote industrial onde ficará a fábrica serão asseguradas pela Aicep Global Parques, entidade pública que gere a Zona Industrial e Logística de Sines. O que só poderá acontecer se a empresa chinesa obtiver por parte do Governo uma “declaração de imprescindível utilidade pública”.
A construção da fábrica da CALB, em Sines, afetará 5,3 hectares de montado, área que vai ser alvo de desmatação, podendo, assim, implicar o abate de 703 sobreiros e azinheiras. Nesse sentido, estão previstas medidas de compensação por parte da empresa chinesa.
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O investimento previsto na nova unidade ronda os dois mil milhões de euros para uma capacidade instalada de quase 43 milhões de células por ano, com uma produção diária de 23.400 células em cada linha de fabrico. No total, a fábrica terá cinco linhas de produção, o que conduzirá a um volume anual de 187 mil baterias.
A previsão da CALB aponta para a criação de 1.800 postos de trabalho diretos (1.679 na produção e 121 na área administrativa; 1.269 homens e 582 mulheres). A fábrica deverá funcionar em regime contínuo, com três turnos diários de oito horas cada.
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