Motor fundamental da economia do Velho Continente, a indústria automóvel encontra-se confrontada com a obrigação de passar dos motores térmicos para os elétricos. E o ritmo da mudança no paradigma dominante é cada vez mais rápido, revela um estudo da Ernst & Young, que explica que a eletrificação realizar-se-á mais depressa do que o planeado: em 2033, na Europa, as vendas de veículos elétricos ficarão acima do número de registos de carros novos equipados com mecânicas térmicas.
Também de acordo com a referida consultora britânica, que recorreu à tecnologia da inteligência artificial para antecipar o futuro, em 2045, os carros com mecânicas alimentadas por combustíveis fósseis representarão apenas 1% das vendas em todo o mundo. Até lá, híbridos e elétricos estarão sempre a ganhar terreno.
As conclusões do Estudo de Clima 2021-2022, publicado recentemente pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), com entrevistas realizadas a mais de 30 mil pessoas de 30 países europeus, apontam na mesma direção: só 33% dos compradores de automóveis no Velho Continente consideram a compra de carro a gasolina ou a gasóleo, enquanto 67% afirmam que irão optar por um veículo híbrido ou elétrico.
Carros híbridos e elétricos ultrapassam gasolina e Diesel
Quando questionados sobre compras futuras de automóveis, 67% dos consumidores europeus dizem que comprarão um veículo eletrificado; 39% comprariam um veículo híbrido e 28% optariam por um veículo 100% elétrico. Este valor é 34 pontos superior à percentagem de compradores de automóveis europeus que disseram que comprariam um veículo a gasóleo ou a gasolina (33%).
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Em geral, os compradores de automóveis europeus tendem a favorecer os veículos híbridos (39%), enquanto os veículos a gasolina ou Diesel ocupam o segundo lugar (33%) e os carros elétricos vêm em terceiro (28% afirmam que comprariam um carro elétrico).
Noutros lugares do mundo, enquanto os compradores de automóveis na China são os mais inclinados a comprar um carro elétrico (44%), os americanos optariam primeiro por um veículo híbrido (38%), seguido por um veículo a gasolina ou Diesel (33%), e só depois um carro elétrico (29%).
De acordo com o mesmo estudo, na União Europeia, os compradores de automóveis com mais de 65 anos estão particularmente interessados em adquirir um veículo híbrido (47%), enquanto os inquiridos mais jovens (15-29 anos ) consideram um veículo híbrido a opção menos favorável (31%). Os jovens europeus dizem que são ligeiramente mais propensos a optar por um veículo a gasolina ou Diesel (35%) ou um carro elétrico (34%).
Apenas uma minoria da população geral da UE (13%) diz que não tem um veículo atualmente e não pretende comprar um.
“Apesar de algumas diferenças claras entre as faixas etárias, os europeus estão cada vez mais dispostos a mudar os seus hábitos de mobilidade e hábitos de consumo de maneira mais responsável e sustentável para enfrentar as mudanças climáticas. Essas mudanças no comportamento individual mostram que pessoas de todas as gerações estão dispostas a assumir compromissos mais fortes em suas vidas diárias para ajudar a mitigar a crise climática”, comentou Ambroise Fayolle, vice-presidente do BEI.
Portugal acelera eletrificação
Longe dos números de alguns países nórdicos, como a Noruega onde os automóveis elétricos e híbridos valem 90% do mercado, Portugal acelera a mudança do paradigma. De acordo com os dados mais recentes da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), no acumulado dos primeiros oito meses deste ano verificou-se um aumento de 58,6% na venda de carros elétricos novos no país, para 10.055 unidades matriculadas.
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Em agosto de 2022, venderam-se em Portugal 4361 automóveis ligeiros de passageiros novos elétricos, plug-in e híbridos elétricos, mais 39,1% que no mesmo período do ano anterior.
A venda de novos veículos ligeiros de passageiros elétricos (BEV) aumentou 44,8% em agosto face ao mês homólogo e 58,6% nos primeiros oito meses do ano, comparativamente ao mesmo período de 2021.
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