Comissa?o Europeia indu?stria automo?vel

Redação

28/03/2025

5 min

EUA anunciam taxa de 25% sobre todos os automóveis fabricados no estrangeiro

O ex-presidente dos Estados Unidos e atual candidato à presidência, Donald Trump, anunciou esta semana uma medida com fortes implicações económicas e comerciais: a imposição de uma tarifa de 25% sobre todos os automóveis fabricados fora dos EUA. Esta nova taxa, que se aplica a veículos de passageiros e ligeiros, visa, segundo Trump, proteger a indústria automóvel americana e incentivar a produção interna.

A medida, revelada num discurso público a 25 de março de 2025, marca mais um passo numa abordagem económica fortemente protecionista e poderá desencadear reações em cadeia nos mercados internacionais, particularmente na Europa e na Ásia, onde se concentram muitos dos grandes construtores que exportam para os Estados Unidos.

Uma medida com impacto global

Volkswagen ID. EVERY1 autonomia

Com esta decisão, Trump pretende penalizar a importação de automóveis estrangeiros, criando um ambiente fiscal mais favorável às marcas que produzem em solo americano. Na prática, marcas como Volkswagen, BMW, Mercedes-Benz, Toyota, Hyundai ou Honda, que exportam milhares de veículos para os EUA todos os anos, verão os seus produtos significativamente mais caros para o consumidor americano.

Segundo dados da International Trade Administration, os EUA importaram, só em 2024, mais de 8 milhões de veículos de fabrico estrangeiro, representando um valor superior a 200 mil milhões de dólares. A aplicação de uma tarifa de 25% sobre este volume traduz-se num impacto direto nos preços, podendo levar a aumentos significativos nos modelos importados e a uma reconfiguração nas estratégias de produção e exportação das marcas envolvidas.

O que está em causa para os construtores de automóveis europeus?

bmw ix portugal preços

A indústria automóvel europeia, e em particular os construtores alemães, poderá ser um dos principais alvos desta medida. Em 2023, só a Alemanha exportou mais de 500 mil veículos para os EUA, com marcas como a BMW e a Mercedes-Benz a dependerem fortemente daquele mercado.

Mesmo marcas com fábricas nos EUA, como a BMW (na Carolina do Sul) e a Volkswagen (no Tennessee), poderão sofrer consequências indiretas, uma vez que muitos dos componentes utilizados são fabricados na Europa ou noutras regiões e podem ser abrangidos por medidas complementares de tarifação.

Além disso, há o risco de retaliação por parte da União Europeia, com Bruxelas a considerar esta medida como uma violação das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), caso seja implementada sem negociação prévia.

Impactos nos preços dos automóveis e no consumidor

preços automóveis

A introdução desta tarifa deverá resultar num aumento dos preços dos veículos importados no mercado norte-americano, com consequências diretas para os consumidores. Os analistas estimam que o custo médio de um carro importado poderá subir entre 3.000 a 7.000 dólares, dependendo da marca e do segmento.

Este cenário poderá beneficiar as marcas americanas como a Ford, General Motors e Stellantis (Jeep, RAM, Dodge), mas ao mesmo tempo limitar a escolha dos consumidores e provocar um arrefecimento do mercado automóvel nos EUA, um dos maiores a nível mundial.

Efeitos para Portugal e para os consumidores europeus

Novo Mercedes CLA apresentac?a?o

Embora Portugal não seja um grande exportador direto de veículos para os EUA, as marcas mais vendidas no mercado nacional – como a Mercedes-Benz, BMW, Audi ou Toyota – fazem parte de grupos que serão diretamente afetados. Isso pode traduzir-se, a médio prazo, em revisões nas cadeias de produção, aumentos de custos globais e possíveis repercussões nos preços de veículos na Europa.

Além disso, poderá haver um efeito indireto nas exportações portuguesas de componentes automóveis, setor no qual Portugal tem uma presença relevante e que está fortemente integrado nas cadeias de valor europeias.

Reações internacionais

automóveis reações internacionais

A medida já começou a gerar repercussões diplomáticas e comerciais. A União Europeia está a avaliar possíveis respostas, enquanto países como o Japão e a Coreia do Sul, que também exportam em grande escala para os EUA, manifestaram preocupação com a instabilidade comercial gerada pela decisão de Trump.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) poderá vir a ser chamada a intervir, caso a tarifa seja formalizada e entre em vigor sem diálogo com os parceiros internacionais. Para já, a proposta está a ser encarada como uma promessa de campanha, mas os mercados estão já a reagir com volatilidade nas ações de construtores automóveis e incerteza nas estratégias de internacionalização das marcas.

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