Diferença entre carros clássicos pré-clássicos e antigos

Redação

14/04/2020

6 min

Diferença entre carros clássicos, pré-clássicos e antigos

Comprar o automóvel mais carismático dos tempos de juventude de cada um pode ser um mero exercício saudosista. Mas, para quem procura um investimento de quatro rodas, este tipo de compras por impulso resulta quase sempre em negócios ruinosos. É importante, por isso, que se tenha em conta que um carro construído há muitos anos pode não ser um clássico para colecionar. Aliás, o mais provável é que não o seja.

O meu carro é antigo, mas tem valor histórico?

Embora nem sempre seja fácil distinguir entre um carro antigo, pré-clássico e clássico, sabemos que a primeira é uma classificação puramente objetiva. Podemos afirmar que um carro antigo tem valor independentemente da relevância ou do segmento em que se insere e até do tipo de “pedigree”.

De acordo com o Automóvel Clube de Portugal (ACP), “a palavra ‘antigo’ foi a escolhida quando começaram a surgir as primeiras manifestações no sentido de preservar veículos obsoletos em termos tecnológicos, mas de valia histórica ou afetiva”.

Estatuto ligeiramente diferente têm os modelos que recebem a classificação de “Veículos Históricos”, que são, segundo aquela associação, “veículos de estrada acionados mecanicamente que têm, pelo menos, 30 anos de idade, sendo conservados e mantidos em condições corretas de um ponto de vista histórico, não sendo utilizados como meio de transporte do dia-a-dia e que fazem, por essa razão, parte da herança técnica e cultural”.

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De acordo com as diretrizes da Federação Internacional dos Veículos Antigos (FIVA) arrumam-se em três categorias principais:

  • Classe A – Pioneiros, para veículos construídos antes de 31 de Dezembro de 1904;
  • Classe B – Veteranos, onde se enquadram veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1905 e 31 de Dezembro de 1918;
  • Classe C – Vintage, com datas de fabrico entre 1 de Janeiro de 1919 e 31 de Dezembro de 1930;
  • Classe D – Pós-Vintage, veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1931 e 31 de Dezembro de 1945;
  • Classe E – Pós-Guerra, veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1946 e 31 de Dezembro de 1960;
  • Classe F, veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1961 e 31 de Dezembro de 1970;
  • Classe G, veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1971 e o limite dos representantes FIVA (em geral 25 anos) e Clássicos do Futuro (ou Pré-Clássicos), para veículos com mais de 20 anos.

E o que é um carro clássico afinal?

Da mesma forma que a idade não irá definir o potencial histórico de um automóvel, é também possível afirmar que nem todos os veículos antigos são clássicos. O verdadeiro clássico remete geralmente para uma história de sucesso. Porque marcou uma época, simboliza uma geração ou pelo pioneirismo e palmarés desportivo, tendo sido com o tempo elevado ao estatuto de ícone da indústria, o clássico é por norma mais valioso hoje do que na data da sua comercialização.

O ACP, que é uma das entidades que no nosso país certifica este tipo de veículos (as outras são o Clube Português de Automóveis Antigos e o Museu do Caramulo, através da Fundação Abel e João de Lacerda), diz que “um carro clássico é algo que não passa de moda, devido às suas características intrínsecas de qualidade (ou singularidade) técnica, estética, pela sua importância histórica, raridade ou exclusividade e, mesmo, pela sua relevância afetiva e carisma”. Nesta definição, entende-se que, ao contrário do que se possa pensar, a idade conta muito pouco, já que existem automóveis e motos em produção atual que podem ser incluídos nesta categoria. Os carismáticos Morgan, por exemplo, já nasceram clássicos.

“Alguns dos veículos que podemos abranger nesta classificação serão antigos apenas dentro de algumas décadas, outros poderão até vir a ser considerados históricos, mas todos são extraordinários pela forma como se distinguem da produção corrente de veículos motorizados.”, explica o ACP.

Os pré-clássicos são bons negócios?

A certificação de um carro como clássico pode ser feita junto do Clube Português de Automóveis Antigos, do Automóvel Clube de Portugal ou do Museu do Caramulo. E, para consulta facilitada, as seguradoras costumam ter uma listagem dos modelos de carros considerados clássicos. E é também junto destas entidades que pode obter informações sobre negócios com futuro, os pré-clássicos, cujo potencial de valorização é maior.
 

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Um automóvel é considerado pré-clássico a partir do momento em que o construtor determina o fim da sua produção e o número de exemplares fabricados não foi elevado, permitindo conservar a imagem de alguma exclusividade. Como nos clássicos puros, para um candidato a este estatuto excecional também importará a história e a relevância do próprio modelo, dois fatores que deverão ditar o seu posicionamento ao longo dos anos, depois de ter sido descontinuado. Neste contexto, importa lembrar que um automóvel em fim de vida é normalmente cotado no seu valor mais baixo de mercado, o que poderá tornar o negócio francamente apetecível.

Já na definição adotada pelo ACP Clássicos, são futuros-clássicos veículos com mais de 20 anos e que ainda não se enquadram em nenhuma das restantes categorias de certificação de veículos históricos. Apesar de poderem ter mais de 20 anos, apenas serão considerados futuros clássicos os veículos com interesse de coleção, bom estado de conservação e que não se destinem a uso diário. Ou seja, nesta categoria apenas cabem veículos que se distingam dos congéneres na gama por determinadas características, nomeadamente a exclusividade. Um Renault Clio 1.2 com vinte anos impecavelmente conservado não é um candidato a este estatuto, mas um potente Renault Clio Williams tem interesse pela sua raridade.

 
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