28 fevereiro 2023

Deve vender carros acidentados no seu stand?

Deve vender carros acidentados no seu stand

Já lhe ocorreu vender um carro acidentado? Se a resposta é sim, fique a saber que existem alguns pontos que não devem ser descurados para aferir até que ponto vale ou não a pena realizar esta operação.

Se, por um lado, é verdade que algumas batidas não inviabilizam a venda do veículo, quer antes quer depois da reparação, por outro, existem casos em que o dano impossibilita (ou, pelo menos, torna muito difícil) a concretização do negócio.

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Por isso, é essencial que o vendedor se coloque, tanto quanto possível, no papel do comprador para tentar perceber do que precisa este e qual a sua motivação para adquirir um carro. Se o vendedor conseguir fazer este exercício, mais hipótese de sucesso terá.

O primeiro aspeto a considerar antes de vender um carro acidentado, é perceber quais os componentes que ficaram danificados com o acidente, de modo a avaliar o custo da reparação tendo em conta aquilo que será necessário substituir.

O passo seguinte é fazer uma lista dos componentes a mudar e solicitar vários orçamentos a oficinas e casas de peças. Esta tarefa servirá não só para avaliar oscilações de preços, como, também, permitirá identificar o grau de desvalorização do veículo. Se o problema estiver no motor, o caso pode ser mais complicado.

Depois, convém ter em conta que, em função do tipo de acidente, existem zonas do veículo que, uma vez danificadas, não podem ser, simplesmente, “desamolgadas”. Quais? Longarinas, plataforma, pilares, barras de reforço e torres da suspensão, só para citarmos algumas.

Nesse sentido, é essencial identificar o tipo de batida que o veículo sofreu e se as suas zonas de segurança ficaram afetadas. Se for esse o caso, o veículo passa a ser sucata e só é possível vender as peças separadamente.

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Regra geral, os problemas na carroçaria de um carro acidentado são os mais graves. Tal acontece porque, muitas vezes, não existe solução para eles. Logo, o carro ficará com esse defeito até ao final da sua vida útil.

Existem outros casos em que o prazo da reparação é muito longo ou o custo de substituição dos componentes não compensa. Lá está: depende sempre da zona do carro que foi alvo de acidente. Por isso, a avaliação dos danos é essencial.

Compensa reparar o veículo?

A venda de um carro acidentado está, também, intimamente relacionada com o modelo do veículo, uma vez que a disponibilidade de peças no mercado é um fator que costuma ser levado em consideração pelos compradores.

Tudo porque existem modelos cujas peças são mais acessíveis e fáceis de encontrar no mercado, ao passo que, noutros veículos, os componentes de substituição são mais onerosos ou difíceis de obter.

Na venda de um carro acidentado, existem reparações que, muitas vezes, compensam ao próprio vendedor mandar fazer antes de realizar o negócio para que o veículo não perca (pelo menos muito) o seu valor real de mercado.

Por exemplo, pequenos riscos e amolgadelas que não afetem a pintura podem ser reparados antes da venda. Muitas vezes, esta operação nem sequer implica a remoção de forros das portas, do tejadilho ou da bagageira, o que torna a intervenção menos morosa e dispendiosa.

Os riscos existentes na carroçaria podem ser removidos através de uma operação de polimento, tal como sucede com as pinturas que não apresentam brilho ou que se encontram já gastas pela ação dos raios solares.

Nos casos em que a pintura se encontra muito manchada ou danificada, a operação mais indicada é a cristalização, já que, neste processo, é aplicada uma resina para corrigir imperfeições. Não se esqueça que carros com boa aparência chamam mais a atenção e são mais fáceis de vender.

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Ao contrário dos exemplos acima mencionados, existem reparações que não compensam realizar num carro acidentado, uma vez que o seu custo é elevado e exige substituição de componentes. Tudo o que esteja relacionado com o motor, regra geral, não justifica o investimento antes da venda.

Outro fator importante na venda de um veículo acidentado é o preço. Só fará sentido ao comprador adquirir um carro com esse “rótulo” se o valor for mais baixo do que a média do mercado. Por isso, é fundamental fazer uma pesquisa.

Mais: é preciso ter em consideração os custos que o comprador suportará com a reparação do carro acidentado. Nos casos em que a soma da reparação com o preço do automóvel não supera o valor de mercado, o vendedor tem mais hipótese de realizar negócio.

A compra de um carro acidentado tanto pode interessar a um consumidor que queira um veículo acessível como a empresas especializadas em desmantelamento de viaturas e comercialização de peças (estas mais no caso dos veículos que sofreram perda total ou que foram alvo de um acidente que afetou a segurança).

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