A passo e passo, a Dacia tem conquistado cada vez mais o seu espaço no mercado português, e sobretudo nos últimos, tem sido um verdadeiro sucesso de vendas a clientes particulares em solo nacional. Tendo começado com propostas de automóveis a preços muito acessíveis, o paradigma da marca romena tem mudado nos tempos mais recentes, e o novo Duster é muito mais do que um SUV familiar barato.
Nesta terceira geração, o Duster ganhou um novo estilo, um novo interior e até uma nova plataforma, que lhe abriu o caminho da eletrificação.
Apesar de se manter com as dimensões praticamente inalteradas, a Dacia revolucionou o Duster em todos os sentidos, deixando de parte todo e qualquer conservadorismo que talvez pautasse as gerações anteriores.
O novo Dacia Duster conta com uma imagem mais robusta, com várias nervuras e ângulos retos espalhados um pouco por toda a carroçaria, num conceito muito inspiradi no Dacia Bigster, que chegará a Portugal durante este ano, e será o maior Dacia alguma vez fabricado.
No entanto, e apesar de que no que diz respeito a dimensões ter ficado praticamente inalterado, o espaço habitável melhorou substancialmente, fruto da adopção da nova plataforma CMF-B do grupo Renault, a mesma usada pelo Renault Captur e Arkana, oferecendo agora até 474L de capacidade de carga com os bancos traseiros em posição.
Mas não é o espaço que mais chama à atenção no interior do Duster, mas sim estilo aventureiro, sem recursos a materiais muito nobres, que são sacrificados em prol da contenção de custos, mas que aparentam ser bastante mais robustos e capazes de aguentar o tempo do que parecera nas anteriores gerações, bem como as inovações no capítulo tecnológico.
O pragmatismo e a digitalização dão mote à agradável disposição do ecrã de 10,1’’ polegadas desta versão Extreme, com grafismos e capacidade de resposta melhorados, muito bem coadjuvados por um painel de instrumentos também ele 100% digital, e por atalhos físicos dedicados que facilitam a operação de quem está ao volante.
O novo Dacia Duster tem três níveis de equipamento: Essential, Expression e um topo de gama que tem duas versões distintas, Extreme e Journey. A primeira para fora de estrada, a segunda para a cidade.
Qualquer um destes níveis de equipamento podem ser associados a várias motorizações. O Duster começa com as versões híbridas não eletrificadas bi-fuel, a gasolina/GPL, uma aposta que continua a dar frutos dentro do grupo Renault e que tem inclusive vindo a ganhar cada vez mais adeptos, até mesmo dentro do mercado empresarial.
Denominada ECO-G 100, esta versão que temos ao volante recorre a um bloco de três cilindros, 1.0 turbo, que produz 100 cv de potência máxima, ao mesmo tempo que reclama uma autonomia de quase 1400 km, graças a dois depósitos de 51 litros: Um a gasolina, outro GPL.
No entanto, uma cifra próxima dos 1000km será um valor mais realista, que é de igual modo impressionante. Os consumos em modo GPL, que na verdade até nos permitem extrair mais alguma performance deste motor, ficam-se ligeiramente abaixo dos 10L (9.7), ao passo que os consumos a gasolina rondam a casa dos 6 a 7L/100km (6.6L).
Ainda na gama Duster encontramos as versões TCe 130, que recorrem a um motor 1.2 turbo de três cilindros associado a um sistema mild-hybrid de 48 V para debitar 130cv de potência. A única motorização que oferece também uma versão 4×4. Todas estas motorizações estão apenas disponíveis com uma caixa manual de 6 relações.
Se quisermos optar por um Duster com caixa automática temos que optar pela variante mais potente, a HYBRID 140, que combina um motor a gasolina de quatro cilindros (1,6 l de capacidade e 94 cv) com dois motores elétricos (um de tração e outro motor de arranque/gerador), a uma bateria de pequenas dimensões, para uma potência combinada de 140 cv.
Ao volante
Quanto ao comportamento dinâmico, o Duster não é o SUV mais divertido ao volante, nem tampouco seria esse o seu papel. A direção não é propriamente comunicativa, sendo até ligeiramente mais leve do que talvez gostaríamos. O isolamento acústico também não é brilhante, sendo notado sobretudo a velocidades mais elevadas de auto-estrada.
No entanto, o Duster cumpre na perfeição o seu propósito de ser confortável QB, que é na verdade o principal argumento de um SUV familiar. Embora os bancos possam ser algo firmes em viagens de longa duração, revelaram-se sempre bons companheiros nas deslocações citadinas, mais curtas.
Mas onde sentimos realmente que houve uma enorme melhoria face à anterior geração, para além claro da tecnologia, é sem dúvida o controlo da carroçaria e a segurança. Não só ativa, mas também passiva.
O chassis controla muito melhor o adornar da carroçaria, e sentimos sempre que estamos ao volante de um SUV robusto e bem plantado na estrada.
Ainda ao nível da segurança ativa, destaque também para o sistema ADAS, que de uma forma muito inteligente, é possível personalizar e desligar os alertas, por vezes algo irritantes, com um duplo premir de um botão facilmente alcançável.
Preços
Quanto a preços, a versão ECO-G 100, no nível de equipamento Essential, começa nos 19 150 euros, subindo para os 24 050 euros do TCe 130 4×2 e culminando nos 29 000 euros do HYBRID 140, sendo esta motorização altamente penalizada em Portugal pela forma como o imposto sobre veículos é calculado. Mas apesar de ser o Duster mais caro que pode comprar, continua a ter um preço muito competitivo face a toda a concorrência.
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