Comprar carros baratos: bom ou mau negócio?

Redação

02/05/2023

7 min

Comprar carros baratos: bom ou mau negócio?

Vamos meter travão nesta ideia de uma vez por todas: comprar carro não é um luxo; é uma necessidade.

Para muitas famílias, o automóvel é a única solução de mobilidade viável, sobretudo com a chegada dos filhos e com a rigidez dos seus horários.

O problema é que, muitas vezes, à medida que o agregado estica, o orçamento familiar tende a encolher para certos gastos. A pensar nestes casos, perguntamos: será que vale a pena investir num carro barato para enfrentar o caos das nossas cidades? Ou são mais os problemas que vêm normalmente à boleia de um carro com alguma idade, muitos quilómetros e a preço de saldo?

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Vantagens e desvantagens a considerar

Comprar automóvel usado pode ser, neste momento de crise e não só, um bom negócio. Mas não deixa de ser uma decisão financeira significativa, e muitos compradores estão à procura de opções mais acessíveis, os carros mais baratos.

No entanto, essa escolha pode ter vantagens e desvantagens, e é importante considerar vários fatores antes de tomar uma decisão, fazendo as contas a aspetos como a economia inicial e a longo prazo, o estado geral do veículo e o seu histórico de fiabilidade, manutenção e potenciais gastos com reparações.

Investimento em conta

Uma das grandes vantagens de optar por um carro barato é, obviamente, a economia inicial. Argumento claramente atrativo para condutores com orçamento limitado e que pretendem obter um veículo que atenda às suas necessidades de transporte. Mas a depreciação é outra variante a ter em conta nesta equação.

Na esmagadora maioria das vezes, a compra de automóvel representa um investimento destinado ao prejuízo. Ao contrário do que acontece, por exemplo, com uma casa ou outro imóvel, e com exceção dos clássicos históricos, um carro passa a valer imediatamente menos assim que sai do concessionário.

Há modelos que desvalorizam mais que outros em relativamente pouco tempo, mas geralmente todos sofrem uma depreciação significativa nos primeiros anos de uso. O que também significa que os carros usados ou mais antigos vão ter normalmente uma depreciação mais lenta. Ou seja, a perda de valor do veículo é consideravelmente menor, o que torna inclusivamente possível que o possa revender por um valor próximo ao que gastou na compra.

Idade não pesa na carteira

Por norma, são os carros mais rodados e com mais anos no ativo que menos pesam na carteira no momento da aquisição. Mas desengane-se quem acredita que a idade é um posto quando falamos de mecânicas. Geralmente, os automóveis mais baratos à venda no mercado de usados são aqueles que acumulam maior número de quilómetros e refletem maior desgaste. Deve, por isso, procurar proteger-se escolhendo veículos com garantia (obrigatória, mesmo em produtos usados). Apesar de o seu preço poder inflacionar-se, os riscos sobre as avarias e consequentes despesas ficam salvaguardados.

Se optar por facilitar neste capítulo, é aconselhável redobrar a atenção na inspeção completa ao veículo antes de o comprar. E fazer as contas aos custos de manutenção e possíveis reparações a incluir no orçamento. Neste particular, enquanto os carros mais baratos e equipados com mecânicas simples normalmente não complicam na ida à oficina e têm baixos custos de manutenção, outro aspeto importante a ser considerado é a probabilidade de ter peças mais difíceis de encontrar.

“Keep it simple”

Por norma, os carros mais acessíveis do mercado adotam a fórmula de simplicidade, dispensando luxos supérfluos e sem os padrões de qualidades dos congéneres de segmentos mais altos. O que pode ser uma desvantagem, na medida em que modelos mais atuais e requintados geralmente oferecem recursos avançados de tecnologia, sistemas de segurança e de conforto aprimorados e acabamentos de qualidade. Ao contrário, os carros baratos podem ter menos recursos ou apresentarem tecnologia obsoleta e de qualidade inferior, o que pode afetar a durabilidade do veículo a longo prazo.

Além disso, carros mais baratos podem ter uma menor eficiência de combustível em comparação com carros mais novos e mais eficientes em termos de consumo de combustível. Isso vai traduzir-se em custos de utilização mais altos a longo prazo, o que pode afetar o seu orçamento.

Em resumo, comprar um carro barato pode ser uma opção viável para quem tem um orçamento limitado para investir inicialmente, desde que as desvantagens sejam assumidas, como a manutenção e as reparações que podem ser mais frequentes. Aqui, o estado de conservação do carro é o que mais pesa, podendo encontrar-se modelos com 15 ou até mesmo 20 anos melhor conservados do que seminovos com menos de 5 anos. Tudo depende da forma como foram tratados pelo proprietário, se foram estimados ou não, tanto ao nível da mecânica como no estilo da condução e na valorização da estética e da apresentação.

Independentemente da idade, antes de comprar um carro usado, é importante que procure saber qual ou quais foram os seus anteriores proprietários, bem como conhecer o histórico de acidentes do mesmo.

Se o automóvel for nacional, nos balcões do IMT ou em www.imt-ip.pt pode aceder a toda essa informação. Custa 30€ a requisição de uma Certidão de Inspeção do IMT, sendo que o processo online beneficia de 10% de desconto.

Deve desconfiar da quilometragem baixa de um carro, se observar a pintura queimada, os faróis dianteiros opacos ou as jantes riscadas ou desgastadas. Mas, principalmente, verifique o fundo do carro (de preferência com o recurso a um elevador). Da mesma forma, duvide sempre se lhe apresentarem um carro com muito desgaste interior: volante muito usado, alavanca da caixa de velocidades folgada, pedais lisos, ruídos parasitas.

Artigo recomendado: Escassez de carros novos impulsiona mercado de usados e de reparações

Carro salvado ou penhorado, vale a pena o risco?

Um salvado é um carro acidentado, o que explica o valor tão baixo pelo qual é proposto. Normalmente, são unidades com danos tão graves que a companhia de seguros não paga o arranjo e o proprietário também se recusa a ficar com ele depois de reparado, o que já é sinal de alerta a considerar.

Ainda assim, alguns casos justificam a observação detalhada, sempre acompanhado por um mecânico de confiança. Os estragos podem ter deixado mais marcas do que aquelas que estão à vista, comprometendo até a segurança. Ao mesmo tempo, um salvado pode ser um ótimo negócio se o pretender usar como uma fonte de peças e componentes para o seu automóvel.

Já os carros penhorados têm tudo para ser um bom negócio. Um veículo que provenha das penhoras das Finanças poderá custar até menos 40% face ao que se encontra no mercado, mas não dispensa as cautelas normais na compra de qualquer outro carro usado: nunca comprar sem o exame prévio. O veículo proveniente de penhora não beneficia de qualquer garantia.

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