Como funciona um carro a GPL

Redação

03/12/2020

5 min

Como funciona um carro a GPL?

O GPL, acrónimo para Gás de Petróleo Liquefeito, é usado como carburante automóvel, normalmente em carros movidos também a gasolina, e é reconhecido por ser menos prejudicial para o ambiente. Isto porque, como combustível para motores de combustão interna, é utilizado no estado gasoso, o que admite uma boa mistura com o oxigénio.

Já o processo é, em quase tudo, semelhante ao da gasolina: bloco do motor, pistões, velas de ignição, sistema de ignição, sistema de lubrificação e eletricidade funcionam da mesma forma no combustível GPL, consistindo em propano, butano ou uma mistura dos dois. Há, porém, significativas diferenças: o próprio combustível e a forma como o carro se comporta quando alimentado a gás (menos ruidoso, por exemplo), os sistemas de armazenamento e a admissão de combustível.

Com uma octanagem de mais de 100, o GPL funciona com praticamente qualquer motor a gasolina, o que permitiu a sua adoção em todo o mundo, pelo qual se estima existirem mais de 25 milhões de veículos a GPL saídos diretamente da fábrica ou posteriormente transformados.

 

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É que, além de o GPL ser significativamente mais barato, reduzindo dramaticamente os custos de utilização do automóvel (o GPL custa cerca de 68 cêntimos, enquanto a gasolina de 95 octanas se está a comercializar em torno do 1,46€/litro), também se revela uma mais-valia para o carro já que, além de não afetar as garantias de fábrica de um modelo, previne a pré-ignição (que muitas vezes determina uma avaria no pistão), não danifica as peças do motor e pode até prolongar a vida útil do mesmo.

Como converter um carro para GPL

Um carro Diesel também pode adotar um sistema GPL. No entanto, é mais complicado, dispendioso e, por isso, menos comum. Além de que os ganhos não são tão evidentes, dada a diferença de preço dos dois carburantes (o litro do gasóleo simples custa em média 1,30€). Já no caso de um veículo a gasolina, a transformação tornou-se quase banal.

O processo passa por dotar o veículo de um sistema secundário de combustível, o que vai fazer com que o automóvel tanto possa circular a gasolina como a GPL, sendo esta alternância decidida pelo condutor, bastando para tal acionar um dos tanques através de um pequeno interruptor, habitualmente instalado no cockpit, junto aos comandos mais utilizados.

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Ter dois depósitos de combustível implica, por um lado, duplicar a autonomia de um veículo. Com ambos os tanques, de gasolina e GPL, cheios, não é incomum ter níveis de autonomia de mais de mil quilómetros. Mas, por outro, o facto de existir um segundo tanque cheio faz com que o carro se torne mais pesado e que, por consequência, o consumo aumente ligeiramente – mas não o suficiente para tornar o sistema inviável ou a evitar.

Sistemas a GPL

Existem quatro tipos de sistemas a GPL. Desde sistemas conversores e misturadores de GPL, em que o combustível líquido se converte em vapor e é depois misturado com ar antes de entrar no coletor de admissão até aos de injeção de fase líquida, que injetam o líquido diretamente na admissão, onde o mesmo passa a vapor, dispensando assim o conversor. O sistema mais atual, porém, funciona de forma distinta. Com injeção direta, o GPL é injetado em estado líquido diretamente na câmara de combustão, onde, devido ao calor que aí existe, vaporiza, ao mesmo tempo que permite o arrefecimento (e consequente aumento de densidade) da mistura combustível-ar da câmara de combustão durante o curso de compressão. O resultado é uma queima mais eficiente, que mantém potência e binário ao mesmo tempo que minimiza as emissões de gases poluentes.

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Neste último sistema, a gestão dos vários componentes, nomeadamente dos injetores de GPL, fica a cargo de uma Unidade de Controlo Eletrónico, que é calibrada de forma distinta para cada veículo, respeitando as características do mesmo.

Ganhos, até nas emissões

Mas vale a pena voltar ao momento da eficiente combustão que, após a queima, liberta pelo sistema de escape os gases que, após passarem por um catalisador, se resumem a dióxido de carbono (C02), água (H20) e uma pequena percentagem de monóxido de carbono (CO).

No entanto, é importante sublinhar que os ganhos ambientais são enormes uma vez que as emissões de um automóvel com instalação GPL quando comparadas com um automóvel a gasolina revelam menos 75% de CO e menos quase 10% de CO2, o principal responsável pelo efeito de estufa. E, se se analisar toda a linha do GPL, o designado “Well to Wheel” (do poço à roda), os benefícios são ainda maiores

Além disso, a quantidade do nefasto NOx (óxidos de azoto), que desencadeou o escândalo do Diesel há uns anos, é significativamente menor, e a presença de partículas é residual quando comparada a um veículo que depende apenas da gasolina.

 
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