O protótipo já existe. E a intenção inicial era para que não passasse disso mesmo: um concept que refletia tudo o que se pode mudar num automóvel familiar para o tornar mais acessível. Mas as reações desde a sua revelação têm sido tão positivas que há quem considere adaptar o Oli para a produção em série.
Com 4,20 metros de comprimento, 1,65 de altura e 1,90 de largura, o Citroën Oli pode integrar o segmento dos SUV familiares compactos. Ao mesmo tempo, com o recorte da mala a fazer lembrar uma pick-up (e pode ser configurada para estender a carga até aos lugares dianteiros), parece querer fugir ao que estamos habituados a ver na sua classe.
Só com a nova bagageira, o Oli afirma-se entre os que reclamam funcionalidade. Mas a Citroën achou que não chegava e criou soluções para que o automóvel também possa servir de escadote, com o capot, bagageira e tejadilho construídos com materiais leves, mas de enorme resistência.
No interior, o carro mostra-se despido, com a marca a poupar cada grama possível, excluindo forros de portas (os parafusos estão à vista e o resultado é bem mais bonito do que se possa pensar) e complicadas estruturas de assentos, necessitando de apenas 1/5 das peças de um banco tradicional.
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Citroën Oli: quando menos é mais
Só no tablier, o Oli poupa peso (e dinheiro) ao reduzir o número de componentes de cerca de mais de 70 para 34. Com um desenho muito simples, exclui os elaborados sistemas de info-entretenimento para convidar o seu utilizador a usar o smartphone como o seu principal assistente. E ajuda nesse sentido com um encaixe ao centro para colocar o telefone. Uma vez ligado, as informações são projectadas a toda a largura inferior do pára-brisas.
Nos cantos, outra curiosa solução que reduz a cablagem em muitos metros. Sem altifalantes, há espaços pensados para arrumar altifalantes Bluetooth cilíndricos. E mais uma vez com o telefone pode-se ouvir a melhor música a bordo.
Mas também fica evidente a preocupação em colocar em prática os 3 R: reciclar, reutilizar e reduzir.
Para começar, o desenvolvimento do Oli recorreu a “materiais leves e reciclados”. Depois, esteve sempre no centro das preocupações alargar o ciclo de vida do carro. Para tal, a Citroën elaborou um plano em que facilmente se pode substituir peças e reutilizar outras. Dessa forma, consegue não só reduzir a necessidade de consumo de matérias-primas como até de ir à procura de outro carro.
A eficiência está no peso… e nas formas
O Oli, que se apresenta como um familiar compacto, foi desenhado para chegar com uma tonelada antes da montagem das baterias. Mas também para que a sua produção seja o mais barata possível. Por isso, a equipa recorreu às formas mais simples, como as retas.
Isso é visível logo no vidro do para-brisas, completamente vertical, o que além de ser mais fácil de produzir carece de muito menos matéria-prima.
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As linhas pouco aerodinâmicas são compensadas pelo baixo peso que trará a ambicionada eficiência: com uma bateria de 40 kWh, anuncia-se um consumo de 10 kWh/100 km. Ou seja, 400 quilómetros de autonomia com uma só carga. Mas, para o conseguir, esconde um trunfo: velocidade limitada a 110 km/h, o que, na perspectiva da marca francesa é uma mais-valia em termos de segurança. Afinal, mais do que qualquer assistente, a reduzida velocidade de marcha é o que pode fazer a diferença num acidente.
Pneus para 500 mil km
Não foi só a Citroën a que se dedicou a construir um carro para a vida. Ao seu lado teve a Goodyear que desenvolveu pneus com vista a durarem mais tempo, reduzindo o desperdício e, assim, tornando-se mais sustentáveis.
Para começar, o composto do piso do pneu, um concept designado de Eagle Go, inclui materiais como óleos de girassol e sílica de cinzas de casca de arroz e resinas de pinheiros, tornando-se assim o mais amigo do ambiente possível.
Além disso, foram desenvolvidos com tecnologia Goodyear SightLine, que inclui um sensor a monitorizar o seu estado de saúde para que, ao mínimo sinal, e antes que a carcaça seja comprometida, se possa efetuar uma intervenção.
O resultado é que a carcaça saudável pode ser reutilizada até duas vezes, o que faz com que o mesmo pneu atinja uma utilidade para até 500 mil quilómetros.
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