Carros clássicos americanos Jeep Willys (1941) o que ia a todo lado fazer qualquer coisa

Redação

12/05/2023

4 min

Carros clássicos americanos: Jeep Willys (1941), “o que ia a todo lado, fazer qualquer coisa”

Numa altura em que a Europa já vivia os horrores da Segunda Grande Guerra, depois de Adolf Hitler ter invadido a Polónia, a 1 de setembro de 1939 (o que levou a França e o Reino Unido a declararem guerra à Alemanha), os EUA continuavam a olhar para o conflito ao longe. Mas, em junho de 1940, três meses antes de o país começar a prestar assistência aos Estados Aliados, o Exército solicitou propostas a 135 fabricantes de automóveis para um “veículo de reconhecimento ligeiro”, adaptado às necessidades no terreno.

Três empresas responderam: a Bantam, a Willys e a Ford. E, tendo em conta o pouco tempo disponível, as três uniram esforços para, ao fim de um ano, apresentarem o primeiro Jeep, sem provavelmente imaginarem que nasceria nesse momento uma nova marca. E um culto.

Feito para a guerra

O primeiro protótipo, Quad, com sistema 4×4, foi apresentado ao fim de apenas 75 dias. Mas apenas foram concebidas duas unidades. Seguiu-se o Willys MA, com uma série de alterações que lhe permitiram ficar apenas cerca de 180 quilos do desejo ambicioso do Exército: pouco mais de 500 quilos. E, assim, em julho de 1941, o contrato foi adjudicado à Willys-Overland para a produção de 16 mil Willys MB.

Jeep Willys

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A Jeep enaltece o facto de o Willys MB ter “o seu espírito forjado pelo fogo do combate e aperfeiçoado no calor da batalha”. Não é para menos. Além de se revelar muito útil como parceiro, depressa se constatou que o veículo era objeto de culto entre os soldados, a ponto de um ter sido galardoado com o Coração Púrpura, honra outorgada em nome do Presidente a todos os integrantes das Forças Armadas que sejam feridos ou mortos durante o serviço militar.

Na descrição do repórter de guerra Ernie Pyle, o Willys MB “fazia tudo”: “Ia a todo o lado. Era fiel como um cão, forte como uma mula e ágil como uma cabra. Transportava constantemente o dobro daquilo para que foi concebido e continuava a andar.”

Uma fórmula vencedora

O sucesso foi tal que a Willys não tinha mãos para as encomendas, tendo o Governo pedido à Ford que construísse 30 mil unidades. Mas sem mexer em nada do original: desenhos, especificações e características técnicas deveriam ser exatamente as mesmas das unidades produzidas pela Willys.

Jeep Willys volante

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Willys produziu 363 mil Jeeps e a Ford cerca de 280 mil. Cerca de 50.000 foram exportados para a URSS ao abrigo do programa Lend-Lease. Já a Bantam interrompeu a produção de jipes e, até à aquisição em 1956, fabricou reboques de jipes de duas rodas.

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Versátil e desportivo

Discretamente, o MB iniciou uma revolução na utilização de pequenos veículos militares motorizados no Exército dos EUA, pela sua versatilidade. Tão depressa serviam como limpa-neves como podiam ser equipados com metralhadoras de calibre .30 ou .50 para combate. Ao longo da guerra, foram desenvolvidos kits de campo personalizados para todo o tipo de condições meteorológicas: do gelado inverno ao calor impiedoso do deserto.

Jeep Willys lado

Além disso, o baixo peso permitia-lhes ser carregados em aviões de transporte. Aliás, eram tão pequenos que couberam nos grandes planadores, os Horsa, utilizados na invasão da Normandia no Dia D.

O encanto dos Jeeps era tal que nem os generais nazis ficaram imunes. Consta que os cobiçavam e que eram os veículos que mais gostavam de apreender. E Enzo Ferrari, que por altura da II Guerra já criara a sua Scuderia, avaliou o Jeep como “o único verdadeiro carro desportivo da América”.

A dar vida a estes pequenos diabretes estava o Willys L134 (não à toa apelidado de “Go Devil”), um bloco de quatro cilindros em linha, com 60 cv e binário máximo de 142 Nm. O motor, de 2,2 litros, era construído em ferro.

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