Carros clássicos americanos: Cadillac Eldorado (1953)

No início da década de 50 do século XX, a Segunda Guerra Mundial já tinha terminado há tempo suficiente para que a economia se mostrasse forte q.b. para devolver a confiança aos americanos. E a Grande Depressão já não era mais que uma longínqua lembrança.
Com o otimismo, passou-se a celebrar os pequenos luxos da vida. E a indústria automóvel não tardou a criar modelos que estivessem à altura. Foi o caso do Cadillac Eldorado, criado para comemorar os 50 anos da marca, tendo um exemplar ido diretamente para a Casa Branca, na época habitada por Dwigth Eisenhower. Aliás, em janeiro de 1953, Eisenhower realizou a sua parada inaugural precisamente a bordo de um Eldorado.
Com uma série de elementos exclusivos, tratava-se do automóvel mais caro nos EUA, numa primeira edição de somente 532 unidades descapotáveis.
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O mais luxuoso
O Cadillac Series 62 Eldorado juntou-se ao Oldsmobile 98 Fiesta e ao Buick Roadmaster Skylark como descapotáveis topo de gama, de produção limitada, introduzidos em 1953 pela General Motors para promover a sua liderança em termos de design.
Desenhado por Harley Earl, um pioneiro do design automóvel, nomeadamente na utilização de esboços de formas livres e modelos de barro esculpidos à mão, mas também na introdução de protótipos como ferramenta de marketing, o Eldorado era sinónimo de imponência. Logo pelas suas dimensões: 5610 mm de comprimento e 2030 mm de largura, com um peso de 2,3 toneladas.
Mas também sinónimo de luxo, graças a mimos como estofos em pele, vidros elétricos, um rádio com procura de sinal, “chauffage”, limpa para brisas, rádio e vidros elétricos, além de um porta-bagagens metálico, para brisas panorâmico e jantes especiais Kelsey-Hayes. O carro estava disponível em quatro cores: Vermelho Azteca, Branco Alpino, Azul Azure e Artisan Ochre. Depois, era possível personalizar o automóvel com uma vasta lista de acessórios que fazia com que cada unidade fosse praticamente única.
Visualmente, o Eldorado de 1953 distinguia-se pelas barbatanas traseiras e por uma grelha maciça na dianteira, dois elementos que lhe garantiam que não passasse despercebido e que se pudesse pavonear sem complexos na sua faustosa extravagância.
Sem olhar a gastos
O Eldorado de 1953 era tecnicamente um descapotável da Série 62 com uma carroçaria cónica personalizada.
O automóvel chegava equipado com o motor de oito cilindros em V, de 5,4 litros, acoplado à transmissão automática de quatro velocidades Turbo-Hydra-Matic da GM.
O motor produzia 199 cv às 4000 rpm e 440 Nm de binário máximo às 2500 rpm. E, apesar do seu forte ronco, não era o mais rápido, muito por causa do seu tamanho e peso: acelerava de 0 a 100 km/h em 14,8 segundos, atingindo uma velocidade máxima de 174 km/h.
Com tais números não é de admirar que fosse um gastador, mas tal não era uma preocupação: nem as bolsas afortunadas que o possuíam queriam saber de quanto deixavam nas bombas de gasolina nem a proteção ambiental era ainda uma questão inscrita na agenda da sociedade.
Uma curiosidade: no cinema, o Eldorado de 1953 brilhou já neste século, aparecendo em grande destaque em “À Procura do Homem Ideal”, filme de 2009, com Renée Zellweger no papel de Ann Devereaux, uma mulher que com os seus dois filhos e o seu Cadillac tenta encontrar um futuro mais risonho.
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