O Seal é o segundo modelo a replicar a linguagem estética Ocean Aesthetics, inspirada só em temas marinhos, e o BYD mais avançado da atualidade, porta-estandarte das pretensões da marca chinesa de ir ao encontro do gosto dos europeus, quando ainda não se pensava na eletrificação total do automóvel.
Com o Tesla Model 3 como alvo a abater, o Seal aposta na imagem elegante, com linhas fluídas que disfarçam o porte avantajado de berlina familiar. Este novo BYD é baseado na plataforma e-Platform 3.0, a mesmo dos modelos Atto 3 e Dolphin, com o princípio Cell To Body (CTB), em que a caixa da bateria substitui o piso da estrutura, contribuindo para o aumento da rigidez torcional do conjunto em 70%, face a uma estrutura convencional, mas as suas proporções exteriores não denunciam o parentesco com estes modelos, todos elétricos.
O Seal mede 4,8 metros de comprimento, por 1,88 de largura e 1,46 de altura, o que significa que é 8 cm mais longo do que o Tesla Model 3, sendo também mais alto e largo. Todavia, o EV da BYD é, dos dois, o que tem uma identidade estilística mais desportiva, num formato quase de coupé com curvas esculpidas (para proporcionar a sensação do impulso das ondas…), que vai, certamente, contribuir para virar cabeças à sua passagem e foi decisivo para obter um coeficiente de resistência aerodinâmica de apenas 0,219 – a papel químico do Model 3!
Espaço para tudo
A bateria da BYD, integrada na estrutura, também permitiu baixar a altura total em 10 mm (usa células em lâmina, com uma capacidade unitária de 0,85 kWh, mais potência e mais densidade que uma célula cilíndrica), e sem que isso se repercuta negativamente na habitabilidade. Ao contrário, a berlina elétrica da marca chinesa é generosa na oferta de espaço para os ocupantes (devido aos bons 2920 mm de distância entre eixos), e respetivas bagagens.
Quanto custa um BYD Seal novo?
Há dois compartimentos de carga principais, a bagageira traseira, que disponibiliza 400 litros de volumetria útil, e uma “frunk”, um mala dianteira com 53 litros, que fica sob o capô. O caráter prático reflete-se ainda na profusão de espaços para pequenos arrumos espalhados pelo habitáculo. São mais de vinte, na parte da frente do tablier, onde existe um ponto de carregamento sem fios para dois telemóveis, nos apoios de braços e nas laterais.
O habitáculo tem qualidade alinhada pelo seu segmento europeu das marcas generalistas, com laivos de modernidade e muito poucos pormenores a que se pode apontar algum trejeito chinês. A consola tem vários comandos, incluindo para regular a intensidade da regeneração em dois níveis e para a escolha dos modos de condução: Eco/Normal/Sport e Snow, ideal para pisos com pouca aderência. Mas o elemento principal no interior do BYD é, sem dúvida, o enorme ecrã tátil central rotativo de 15,6”, que pode girar para adquirir posição ao alto ou ao baixo com um simples toque num botão.
“Hey BYD, leva-me a casa”
A utilidade de um ecrã que anda às voltas no painel de bordo é discutível, mas o espetáculo é garantido. Além de que não lhe faltam funcionalidades. O sistema multimédia do Seal acolhe Apple Carplay, Android Auto e até Spotify, bem como outras aplicações externas, conetividade inteligente 4G e atualizações Over The Air (OTA). Cereja no topo do bolo, a função de controlo de voz inteligente, que pode ser ativada com o comando de voz “Hey BYD”, seguida da instrução pretendida, pode ser um destino de navegação ou um comando de abertura de uma janela, do ar condicionado, etc.
570 km de autonomia e carregamentos grátis durante um ano
A BYD escolheu para instalar no Seal uma bateria com capacidade de 82,5 kWh, que usa lítio-ferro-fosfato como material de cátodo (sem cobalto nem níquel), e que o fabricante chama de Blade (lâmina) e apregoa como inovadora, por resolver questões de segurança e de redução de custos em caso de acidente (permite substituir apenas as células danificadas e não a bateria completa como nas baterias convencionais do tipo patim), além de uma maior estabilidade térmica e química. Com ela, o Seal pode percorrer até 570 km, dependendo da versão.
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O BYD Seal disponibiliza, de série, um carregador trifásico incorporado de 11 kW para carregamento em corrente alternada e pode ser carregado rapidamente num posto de carregamento ultrarrápido em corrente contínua com 150 kW. Com esta potência, a bateria pode ser carregada de 30% a 80% em apenas 26 minutos.
Para clientes que fizerem a compra do Seal até ao final de fevereiro de 2024, a BYD oferece um ano de carregamento.
Gama e preços
No lançamento em Portugal, a BYD disponibiliza duas versões, uma monomotor com tração traseira (Seal Design, desde 46.990 €), que tem uma potência de 230 kW/313 cv e acelera dos 0 aos 100 km/h em 5,9 segundos. Ou com dois motores elétricos e tração às quatro rodas (Seal Excellence-AWD, a partir de 47.990 €), oferecendo uma potência combinada de 390 kW/530 cv, para cumprir os 0 a 100 km/h em apenas 3,8 segundos.
Para a gama Seal, a BYD oferece seis anos ou 150.000 km de garantia do fabricante e oito anos ou 200.000 km de garantia para a bateria e motores elétricos.
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