BMW i5: o novo executivo 100% elétrico

O cliente do Série 5 é conservador, avalia a BMW, e pode ser avesso a mudanças drásticas. Por isso, na altura de levar a eletrificação para o segmento executivo, a marca bávara compreendeu que devia conservar alguns dos elementos que identificam imediatamente a limusina: por exemplo, a grelha de duplo rim é ligeiramente maior, mas a mudança não faz com que destoe da geração anterior. Na versão base, as linhas, na vertical, transpiram elegância; no M60 xDrive, cada rim exibe linhas horizontais, a lembrar o M5 e a reforçar uma presença forte em estrada.
O que se nota facilmente é o crescimento do automóvel, agora com 5.060 mm (para ter uma ideia do quanto os carros cresceram nos últimos anos, o Série 7, navio-almirante da frota alemã, media menos na geração de 2002, a E60/61), privilegiando o espaço a bordo, sobretudo para quem se senta atrás, graças a uma distância entre eixos de quase três metros, mas também ao facto de a cortina do teto panorâmico, que é fixo, arrumar à frente, o que liberta espaço em altura para quem viaja atrás. Já em termos de capacidade de carga, o elétrico tem uma mala de 490 litros (apenas menos 30 litros que as variantes térmicas e híbridas).
Elegância desportiva
Com faróis adaptativos LED a evidenciarem a assinatura de quatro olhos, a grelha é abraçada por um friso que se ilumina, ao mesmo tempo que os pilares A e C formam uma silhueta com design desportivo e as embaladeiras, sempre em preto, dão a sensação que o veículo está ainda mais ligado ao solo.
Na traseira, evidenciam-se os faróis LED horizontais mais esguios e o difusor traseiro com condutas de ar aerodinâmicas. Visto de trás, também se destaca a pronunciada largura de ombros.
Por dentro, a versão base recorre a pele sintética, sem recurso a matérias-primas animais, enquanto a topo de gama M Performance oferece estofos em Alcantara/Veganza. O tablier, suave ao toque e concebido para ter o mínimo ruído possível, é atravessado por uma barra interativa de luz ambiente, que muda de cor para passar informações a quem segue a bordo. Por exemplo, se, ao abrir a porta, os sistemas detetarem a aproximação de algo ou alguém, a luz passa a exibir a cor vermelha.
Mas o que mais chama a atenção é o ecrã curvo de 12,3 polegadas mais 14,9, extremamente nítido, com o novo OS 8.5, com streaming de vídeo e jogos. Algo que esperam compensar o tempo de carregamento, oferecendo uma possibilidade de entretenimento: recorrendo ao smartphone é possível controlar o que se passa no ecrã e até testar conhecimentos com o jogo Quem Quer Ser Milionário? (aceita até quatro jogadores e a subscrição é independente – desde 24€/ano).
Sob o ecrã é possível encontrar algumas funções do sistema de AC minimalista, com controlos integrados e menos expostos (apesar de a ausência de botões para a climatização ser uma crítica recorrente nos carros novos), e uma prateleira para dois telemóveis (mas apenas uma, a do lado do condutor, oferece carregamento por indução).
Os comandos na consola são em vidro CraftedClarity, pretendendo elevar a oferta de elegância, e na versão M Performance não podia faltar o volante desportivo M em pele com a marca das 12h. É no volante que também se tem acesso rápido à função boost (dá um kick interessante na variante eDrive40, mas deve ser bem mais emocionante na variante M60 xDrive).
Potência até 601 cv
O i5 é proposto em duas variantes. A mais “fraquinha”, eDrive40, atinge uma potência de 340 cv no modo Sport e debita um binário máximo de 430 Nm no Sport Boost. Numa condução normal, são 313 cv para explorar, apoiado por um torque de 400 Nm. A aceleração de 0 a 100 km/h cumpre-se em 6,0 segundos, com a velocidade máxima a situar-se nos 193 km/h.
Já o M60 xDrive propõe, numa condução tranquila, 517 cv e binário de 795 Nm, valores que aumentam quando acionados os modos Sport (601 cv) e Sport Boost (820 Nm) e que elevam as prestações ao nível de um aguerrido desportivo: 3,8 segundos para ir de 0 a 100 km/h e velocidade máxima de 230 km/h.
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Em ambos os casos, a BMW colocou ao serviço uma bateria de capacidade de 81,2 kWh, que admite carregamentos até uma potência de 205 kW. Na prática, significa que a autonomia oscila entre os 515 km (M60 xDrive) e 579 km (eDrive40), sendo possível recuperar entre 10% e 80% da carga em apenas meia hora. Mas há um novo modo de condução para aumentar a autonomia. Recorrendo ao Max Range, a velocidade máxima é limitada a 90 km/h, a potência é reduzida e todos os consumos periféricos (AC, volante aquecido, etc.) são desligados.
A dinâmica da condução, como não podia deixar de ser, tem como aliado um verdadeiro menu de suspensões: a suspensão pode ser adaptativa M Professional com barras estabilizadoras ativas; adaptativa Professional com direção ativa integral; desportiva M ou base com direção desportiva variável.
O i5 é proposto em Portugal desde 77 mil euros, para a versão base. O topo de gama custa 116.500€. Paralelamente, são lançados o gasolina 520i, com 208 cv, desde 62.500€, e o 520d com 197 cv, a partir de 65.750€ (o xDrive custa desde 68.250€). A partir de novembro, são esperadas duas variantes híbridas plug-in: 530e de 299 cv (71.100€) e 550e xDrive de 489 cv (88.500€).
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