Marvin Tortas

25/03/2025

7 min

Ao volante do Renault Captur: O novo rei dos B-SUV?

Após o facelift de meia vida que o Renault Clio sofreu em 2023, era esperada também uma actualização ao Captur. Essa atualização demorou, mas chegou! Embora a Renault tenha demorado mais tempo do que a concorrência a actualizar o seu SUV do segmento B, este facelift fez valer a espera e trouxe uma nova vida ao Captur, que lhe vai permitir continuar o caminho de sucesso que fez vender mais de 2 milhões de unidades desde 2013.

Lançado em 2013, o Renault Captur tornou-se rapidamente num sucesso de vendas, sendo um dos crossovers compactos mais vendidos na Europa. 

Em 2019, chegou a segunda geração, que em 2024 sofreu uma atualização de meio ciclo, mas à qual quase podemos chamar uma revolução, tais as mudanças aplicadas no modelo, que entre os principais destaques no exterior, mostra-se agora com a nova linguagem de design da marca, já da autoria de Gilles Vidal, onde encontramos a grelha frontal com novo padrão e o Nouvel’R, o novo logótipo da Renault, bem como uma renovada assinatura LED na traseira. 

No cômputo geral, o Captur conta agora com design mais sofisticado e robusto, mantendo quase inalteradas as dimensões, apresenta um salto enorme na qualidade de materiais do interior e uma gama de motorizações mais ecológicas e eficientes.

Além das mudanças visuais exteriores, os níveis de equipamento também receberam ajustes, mantendo-se as versões Evolution e Techno na base, mas com o topo da oferta a ser agora a muito apetecível Esprit Alpine ao invés da R.S. Line, a par do que tem vindo a acontecer com os restantes modelos da Renault, que aos poucos foram deixando desaparecer essa sigla.

Nesta nova versão mais especial, notamos que a maioria dos frisos cromados desaparece, conferindo ao Captur uma imagem mais limpa e desportiva, com os poucos que ficam receberam uma tonalidade acetinado ou escurecido, e encontramos também jantes com um novo desenho, em preto. Pormenores que reforçam o visual mais desportivo da versão inspirada pela histórica marca desportiva.

No interior, esta versão Esprit Alpine inclui assentos em Eco Tep, feitos com 10% de materiais de origem biológica, e alguns painéis forrados em tecido, que além de esteticamente apelativos, ajudam a melhorar o isolamento acústico. 

Ainda nos bancos encontramos o logo da Alpine ao centro, assim como pespontos e vários pormenores em azul, vermelho e branco. Detalhes que nos recordam a herança francesa daquela que foi, durante muitos anos, a marca preferida dos portugueses.

A Renaulution foi também trazida para o interior do Captur onde me arrisco a dizer que o sistema de infoentretenimento é agora um dos melhores entre as marcas generalistas, em particular neste segmento B.

O sistema multimédia de 10,4” OpenR Link com Google incorporado é um argumento de peso na era da digitalização, e além disso, permite espelhar o smartphone através de ligação sem fios.

Abaixo do display central, a Renault manteve, felizmente, controlos físicos para a climatização, muito fáceis e práticos de operar quando estamos a conduzir.  Outra novidade importante está «escondida» atrás do volante. O novo ecrã, destinado à instrumentação, de 10,25?.

Na bagageira, a capacidade total de carga oscila entre os 326 e os 422 litros, dependendo da posição da segunda fila, que podemos regular em 16cm longitudinalmente para privilegiar o espaço para os ocupantes, ou o espaço de arrumação, fazendo, na posição mais avançada, jogo muito semelhante com os principais rivais.

Ao volante

Uma das principais mais valias do Renault Captur é a pluralidade de opções no que a motores diz respeito.

A gama do Captur em Portugal é composta por 3 motorizações já nossas conhecidas:

  • TCe 90
  • TCe 100 Bi-Fuel (GPL + Gasolina)
  • E-Tech Full Hybrid (HEV)

E em 3 níveis de acabamento:

  • Evolution
  • Techno
  • Esprit Alpine (apenas disponível no TCe 160 e no E-Tech Full Hybrid)?

Nota especial ainda para a versão GPL, que viu o seu depósito aumentar de 32 para 40 litros, fazendo com que a autonomia máxima anunciada pela marca chegue aos 1300 quilómetros.

Quanto a tecnologias de apoio ao condutor, o Captur, em particular nesta versão Espirit Alpine, vem equipado com 20 sistemas auxiliares, e é de destacar o quão bem calibrados estão, nomeadamente os sensores e atuadores de manuntenção faixa de rodagem, ou o cruise control adaptativo com função de start-stop, que se revelam particularmente confortáveis no trânsito da cidade.

Nota muito positiva merece o My Safety Switch – um botão através do qual o condutor pode ativar ou desativar as definições personalizadas do extenso pacote de assistentes de condução, anulando assim facilmente alguns alertas, por vezes, irritantes.

E é mesmo em cidade que esta versão, Full Hybrid, se revela como um peixe na água. A junção do motor 1.6 a gasolina com o dois motores elétricos e a bateria de 1.2kWh permitem com facilidade rubricar consumos na casa dos 5L/100km (5.1L/100km), sendo menos eficiente em auto-estrada, onde o facto de ser atmosférico e da bateria se gastar rapidamente torna-o mais guloso, tendo nós visto estes consumos aumentar para a casa dos 7L durante o nosso ensaio (7.1L/100km).

Para quem percorre com frequência distâncias mais alargadas em ambiente extra urbano, e a velocidades mais despachadas, o bloco 1.0 a gasolina ou até mesmo o bi-fuel serão provavelmente opção, sendo também esses motores de provas dadas no que diz respeito a consumos.

Esta motorização híbrida (um motor principal de 36 kW e um gerador/motor de arranque de alta tensão de 18 kW) com um motor a gasolina de 4 cilindros, 1,6 litros e 69 kW (94 cv) debita 145cv de potência e permite levar o Captur dos 0 aos 100km/h em 10,6 segundos, atingindo uma velocidade máxima de 175km/h, mas mais impressionante do que isso, é que em condução citadina, o motor elétrico é o responsável por fazer mover o Captur 80% do tempo, sendo a razão para prestações tão interessantes nesse ambiente. 

E mesmo a comutação entre os diferentes motores muitas vezes acaba por ser quase imperceptível, o que demonstra a suavidade do bloco a gasolina, e também a boa insonorização do cofre do motor. 

Apesar desta versão híbrida ser a mais eficiente, a fiscalidade nacional continua desalinhada da europeia e penaliza a capacidade dos motores, o que faz com que este automóvel capaz de percorrer muitos quilómetros de forma elétrica, lamentavelmente, pague mais impostos!

A Renault propõe o novo Captur a partir de 23.500 euros, mas esta versão híbrida está disponível a partir de 30.500 euros no nível intermédio ou desde 33.500 euros no caso deste topo de gama spirit Alpine.

E apesar de debaixo do capot não existirem muitas novidades, no capítulo dinâmico este Captur sente-se diferente, e está mais agradável de conduzir. A Renault anuncia revisões à geometria da suspensão, assim como aos amortecedores e pneus. Tudo isto complementado com uma nova calibração da direção eletricamente assistida. Pormenores que fazem do Captur um automóvel muito à frente do seu antecessor, e com um excelente compromisso entre o conforto e o dinamismo.

E isso, naturalmente, garante-lhe uma versatilidade que «marca» pontos perante grande parte da concorrência. O Captur responde de forma competente a praticamente todos os desafios que lhe atiramos, não só em cidade, mas cada vez mais também fora dela.

 

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