Em química, o catalisador é uma substância que aumenta a velocidade de uma reação. Já num automóvel é o componente que permite tornar a pegada ambiental menos prejudicial, ao transformar partículas poluentes em substâncias inócuas.
Este processo é desencadeado no sistema de escape, onde se encontra o catalisador, por norma montado muito próximo do coletor, o que lhe permite manter uma temperatura extremamente elevada, sendo assim capaz de fazer a sua magia.
Esta peça pode ser em cerâmica ou em metal, sendo envolvida num invólucro de aço inoxidável. No seu interior, habitam minúsculas partículas de metais nobres que, em contacto com o monóxido de carbono, os óxidos de nitrogénio e hidrocarbonetos mal queimados pelo motor, transformam a composição destes, decompondo parte e permitindo que as emissões nocivas que chegam à atmosfera sejam menores do que as resultantes da combustão.
No caso daqueles poluentes, o monóxido de carbono transforma-se em dióxido de carbono, os óxidos de nitrogénio em nitrogénio simples e os hidrocarbonetos em água. É claro que o dióxido de carbono continua a ser um problema, já que o CO2 é o principal “culpado” pelo aquecimento global. No entanto, é uma questão de escolher entre um mal menor – e para reduzir os níveis de CO2 há outros mecanismos.
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Em Portugal, assim como em todos os Estados-membros da Comunidade Europeia da época, esse mal menor, ou seja, a obrigatoriedade de o parque automóvel ser equipado com catalisador, surgiu em 1993 para os carros a gasolina e em 1997 para os movidos a gasóleo.
Como funciona o catalisador?
Para compreender como um catalisador funciona num automóvel, é primeiro preciso ir até ao momento da combustão e compreender o que se passa ali. Quando se dá a queima do combustível, seja por ignição (gasolina) ou compressão (gasóleo), vários gases são formados. No topo dos mais perigosos estão os mencionados: monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC) e óxidos de nitrogénio (NOx).
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Antigamente, eram estes que eram expelidos para o ambiente, sendo que em muitas cidades o ar começou a tornar-se irrespirável. Com a introdução do catalisador, aqueles gases passaram a ser capturados numa rede feita de paládio (Pd), platina (Pt) e ródio (Rh), elementos que conseguem transformar os gases tóxicos nas substâncias menos ofensivas, sem que a sua própria estrutura seja alterada. Ou seja, os CO, HC e NOx não afetam de nenhuma forma o paládio, platina e ródio.
No entanto, há um problema com estes metais nobres. A dada altura, pelo seu valor de mercado e raridade, começaram a justificar o roubo dos catalisadores: um fenómeno visto em Portugal, mas também no resto do mundo.
O que acontecia é que o meliante se colocava sob a viatura e serrava o tubo de escape de forma a extrair o catalisador. Este ou era reutilizado (às vezes até no arranjo do carro danificado…) ou desmontado para proceder à venda dos metais.
O ródio, por exemplo, é considerado o metal precioso mais caro do grupo platina, negociado no mercado de “commodities” por valores que andam em torno de 21 mil dólares (17.600€) a onça (28,35 gramas). A título de exemplo, a onça de ouro negoceia-se por menos de 2 mil dólares (1680€).
Como cuidar do catalisador?
O catalisador pode durar toda a vida útil de um veículo, mas para que tal aconteça é preciso cuidar deste componente, cujo mau funcionamento pode resultar num chumbo na inspeção, já que as emissões recolhidas serão superiores às homologadas.
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Para ajudar a que não haja problemas que obriguem à substituição de um componente que não é barato, é preciso antes de mais cumprir com as recomendações do fabricante nas coisas mais básicas, como no combustível usado ou nos aditivos adotados. No caso de carros a gasolina equipados com catalisador, por exemplo, não se devem adicionar aditivos com chumbo.
Outro ponto fulcral passa por substituir o filtro de combustível de tempos a tempos. Isso irá permitir manter o sistema de injeção a funcionar como um relógio, o que dará mais longevidade ao catalisador. E por falar no sistema de injeção, num carro a gasolina verifique regularmente as velas de ignição: é que sem faísca não haverá queima…
Por fim, evite andar na reserva, já que pode gerar queimas em vazio e levar ao compartimento da combustão mais resíduos do que o desejável.
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