Inventado pelo engenheiro alemão Rudolf Diesel, a motor a gasóleo é relativamente simples, a começar pelo facto de dispensar velas, já que não é a ignição que permite a combustão do líquido, mas a elevada compressão. E essa é uma das razões pelas quais um carro a gasóleo consegue ser mais frugal do que um a gasolina. No entanto, as vantagens não chegam de mão beijada e requerem exigentes cuidados, sobretudo se se pretende retirar partido de tudo o que este tipo de mecânica tem para oferecer. A começar pela condução.
Diferença entre conduzir um carro a gasóleo e a gasolina
Não, conduzir um carro a gasóleo, a gasolina, híbrido ou elétrico não é a mesma coisa. Cada energia funciona de uma forma distinta e exige que nos adaptemos a ela. No caso dos Diesel, e mesmo que atualmente estejam longe os dias da necessidade de os termos de deixar aquecer antes de arrancar, há ajustes à forma como os conduzimos que devem ser efetuados. Por exemplo: brusquidão não rima com gasóleo – nem nas acelerações nem nas operações inversas. Um Diesel requer tranquilidade para revelar todas as suas capacidades, a começar pela poupança de combustível, que pode ser conseguida se se começar por circular sempre na mudança que corresponde às necessidades do bloco. Seja como for, uma lição deve ser aprendida: se se ouvir o motor a queixar-se, como se estivesse em esforço, é caso para rever o que se está a fazer.
Quer melhorar o desempenho do seu carro a gasóleo?
1. Não salte revisões
O espaçamento entre revisões deverá estar inscrito no manual do automóvel. No entanto, é comum que um carro a gasóleo tenha de fazer uma revisão de 15 em 15 mil quilómetros – os quais, se o veículo estiver a ter a utilização adequada, se farão num instantinho. Afinal, um carro a gasóleo não foi feito para estar parado, mas para se retirar do mesmo o mais possível. Rentabilidade é o objetivo de um Diesel.
2. Substitua os filtros
Na revisão, vários sistemas são inspecionados e outros simplesmente mudados por novos, como é o caso de todos os filtros do carro: de ar, de óleo, de combustível… (suspeite sempre que uma oficina abdique da renovação deste componente). Caso a vontade seja ter um desempenho otimizado do carro, poderá optar, por alguns euros extra, substituir os velhos filtros por uns de alta performance. Uma pequeníssima alteração que irá garantir uma melhor qualidade de combustível e de ar a serem admitidos no bloco, e consequente melhoria na combustão e comportamento do automóvel.
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3. Verifique os injetores
Não será uma mudança para ser feita a cada seis meses, mas será importante refletir sobre a necessidade de substituir os injetores de combustível. Este é um componente que facilmente acusa desgaste, e uma menor injeção de combustível irá fazer com que o desempenho do motor sofra. Para que o motor de um carro a gasóleo tenha uma maior potência é importante que os injetores de combustível estejam atualizados, o que irá permitir que, automaticamente, o motor recupere o fulgor dos primeiros tempos. Isto, com um benefício: melhor injeção, melhores consumos! Ou seja, será um gasto que, a seu tempo, compensará.
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4. Obtenha uma melhor exaustão
Se a injeção do gasóleo é extremamente relevante para o bom desempenho do motor, em igual medida é a importância de um competente sistema de escape. É que, quanto melhor for a exaustão dos gases, melhor estará o motor para receber ar limpo e combustível para a próxima compressão e combustão.
Tome nota: nem todos os sistemas de escape servirão ao seu veículo. Informe-se de quais se adaptam melhor à marca de modelo – a decisão irá ainda melhorar o tempo de vida do motor.
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5. Verifique o intercooler
Nos motores turbodiesel, o intercooler otimiza o desempenho da mecânica, ao diminuir a temperatura do ar comprimido para que este volte a aumentar a densidade. Este pequeno componente, que parece um radiador, é essencial para um bom funcionamento do motor e para que se mantenham as quantidades ótimas de ar/combustível. Uma falha no intercooler vai levar a maus desempenhos e, simultaneamente, a um aumento no consumo do combustível – dois indicadores que, talvez, esteja na altura de trocar esta peça.
6. Computador de bordo
O computador de bordo diz precisamente ao motor como este se deve comportar. No entanto, as ordens podem ser alteradas e o comportamento do seu automóvel vir a ser diferente do apresentado inicialmente, quando saiu de fábrica.
Para que isso aconteça, impõe-se substituir o computador de bordo do automóvel por um de elevada performance, que irá permitir que o engenho debite mais potência. Como resultado, não só o carro andará melhor como o consumo de combustível poderá beneficiar de uma significativa redução.
Outra possibilidade passa por trocar os módulos de desempenho, o que permitirá aumentar a potência do motor. No entanto, ao contrário do que sucede com o computador de bordo, que abre caminho à eficiência, neste caso é expectável que seja observado um aumento no consumo de combustível.
7. Reprograme a centralina
Dizem os especialistas que a reprogramação da centralina pode permitir obter ganhos de cerca de 30% nos valores de potência declarados de fábrica ou 35% nos valores de binário máximo. Ou seja, num carro a gasóleo com 100 cv, isso significaria que se conseguiria extrair do mesmo bloco, com uma reprogramação da centralina, até 130 cv.
Atenção, porém: apesar de se tratar de uma intervenção técnica simples e sem riscos, trata-se de uma operação ilegal se não for aprovada pelo IMT. E, apesar de muitas empresas oferecerem este serviço, dizendo ser indetetável, uma intervenção deste tipo é vista com maus olhos pelos fabricantes – e caso for apanhado, perde imediatamente a garantia.
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