Em 1992, com o Twingo original, citadino inovador tanto nas formas como no conceito, a Renault revolucionou o segmento A. Lançado comercialmente em 1993, este modelo muito compacto depressa ganhou uma legião enorme de adeptos na maioria dos mercados europeus, sobretudo devido ao êxito da adaptação da fórmula monovolume que a Renault tinha introduzido em 1984, com o Espace, a um citadino que media uns pequeníssimos 3,4 metros de comprimento. O original manteve-se em produção sem alterações durante cerca de 14 anos, protagonizando uma carreira invulgarmente longa e bem-sucedida. Seguiu-se uma nova geração em 2007, com uma performance comercial muito discreta.
A terceira geração do Twingo, em 2014, voltou a entusiasmar com uma característica com grande potencial de diversão, o motor traseiro. Agora, finalmente, dá-se o regresso às origens, que se insere no ambicioso programa «Renaulution» de Luca de Meo, o italiano de 53 anos que tem a cargo a recuperação da empresa que lidera desde julho de 2020, com um plano que privilegiará os carros elétricos e os segmentos C e D, ambos mais lucrativos do que o B e A, mas sem abdicar do estatuto de referência na categoria dos subcompactos. Como é o Twingo.
Ícone reinventado
A Renault acaba de anunciar o regresso do Twingo ao seu portefólio de modelos na Europa, totalmente convertido à eletrificação e reinventado à imagem do original da década de 1990. Projetado para se manter ágil, divertido de conduzir, com um feeling quase desportivo que resulta da combinação entre a curta distância entre os eixos e as ligações ao solo com afinação mais firme, sem esquecer a imagem de forte personalidade que o emblema francês tão bem sabe capitalizar. E na nova versão 100% elétrica, para caçar clientela no segmento dos citadinos, onde o sucesso emocional do Fiat 500e deixa margem reduzida para a conquista, o tiro quase sempre certeiro do preço-canhão: disponível por menos de 20.000€ (sem incentivos) ou com uma renda mensal de 100€.
Estudo quase real
O novo Renault Twingo revelado em primeira-mão por Luca de Meo é ainda somente um protótipo, com muita margem para progredir, ou talvez não… A exemplo de outros lançamentos recentes da marca, também este concept deve ser um estudo muito aproximado da realidade. Ou seja, o automóvel urbano e elétrico que vemos nestas imagens chegará às estradas daqui a três anos, mais emenda, menos emenda.
Confirmados estão algumas especificações técnicas, como o consumo médio reduzido em condução urbana (anunciados 10 kWh/100 km) ou a marca importante de uma redução de mais de 75% de emissões de CO2 ao longo do seu ciclo de vida, quando comparado com modelos correspondentes equipados com motores de combustão interna.
No calendário da Ampere e do Grupo Renault estão previstos sete novos automóveis elétricos no Velho Continente: o Twingo chegará ao mercado em 2026, depois de outros regressos igualmente ansiados, o R4 e o R5.
Clássico instantâneo
A estratégia de “criação de clássicos instantâneos”, que foi como Luca de Meo apresentou a decisão de ressuscitar nomes históricos para três automóveis elétricos de nova geração em desenvolvimento sobre a plataforma AmpR Small.
Veja todos os Renault Twingo usados à venda no Standvirtual
“Tivemos de nos perguntar como atacar o segmento A”, afirmou o CEO da Renault, considerando que “o Twingo é o kei car europeu”, além de “um conceito muito inteligente”, uma vez que “não faz sentido usar um carro de 2,5 toneladas para transportar uma só pessoa na cidade”.
Neste contexto, Luca de Meo entendeu: “temos de voltar aos carros mais pequenos”. E se sabe do que fala – o gestor italiano estava na Fiat quando a marca italiana desenvolveu o novo 500. E encontra muitas semelhanças, classificando-o como “um projeto que sai das entranhas da organização. A verdade é que nem sequer precisa de ser planeado; as pessoas, simplesmente, querem construí-lo”.
Leia também:
