Cupra uma história de emancipação automóvel

Redação

08/02/2023

4 min

Cupra: uma história de emancipação automóvel

O que começou por uma investida nas provas de desporto automóvel, tornou-se nome dos Seat produzidos para a estrada mais aguerridos e, depois, designação de marca própria, com o seu próprio espírito e missão.

Para uma marca nascida em vésperas de pandemia, a Cupra tem tido uma receção calorosa do mercado. O segredo pode estar no nome, sinónimo há muitos anos de genica e desportividade, já que era a designação usada, desde a década de 90 do século passado, pelos topos de gama da Seat, marca com mais de sete décadas de existência.

Aliás, o desporto automóvel está literalmente inscrito no seu nome: Cup Racing foi usado no Ibiza Cupra, feito para celebrar a vitória da empresa espanhola no Campeonato do Mundo de Ralis FIA de 2 litros de 1996.

Além disso, a marca jogou pelo seguro, começando por pegar num modelo da Seat, configurando-o à sua maneira. O Cupra Ateca, o primeiro modelo a ostentar o novo emblema tribal, misturou os ingredientes necessários para se afirmar como um carro totalmente diferente do Seat Ateca, passando a ser mais rápido, ao mesmo tempo que se tornou capaz de enfrentar pistas de velocidade, troços de rali e estrada.

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Até que, um ano após o arranque das operações, mostrou verdadeiramente ao que vinha. O Cupra Formentor fez furor no Salão Automóvel de Genebra, em 2019, e não desapontou depois de se ter feito à estrada, ao mesmo tempo que a marca pegava noutro modelo icónico da Seat, o Leon, nas variantes hatch e Sportstourer, e colocava-o ao serviço do elemento tribal.

A democracia do Formentor

Com a robustez de um SUV e características de um desportivo agressivo, sobretudo nas declinações VZ (de veloz), de 245, 310 e 390 cv, as duas últimas com quatro rodas motrizes, o Cupra Formentor mostrou com distinção ao que a Cupra vinha, ao mesmo tempo que não desprezou a utilidade e funcionalidade.

Foi a pensar em captar outros públicos, não tão importados com a potência (ou com menos dinheiro para a pagar, que a Cupra equipou o seu primeiro automóvel com mecânicas de 150 (gasolina e gasóleo) e 190 cv (gasolina), mais realistas, cavalgando ainda uma onda ambiental, com os híbridos de ligar à corrente, com 204 e 245 cv, com uma autonomia elétrica de 50 quilómetros, o que, em Portugal, faz com que fiquem em linha com o enquadramento fiscal que dá direito a benefícios.

No caso do Leon, adoptou as mesmas mecânicas, apurando-o para que incorporasse um ADN diferente, não obstante o nome.

Mas claro, para o que a Europa exige, não chegava à Cupra ter uma gama com eletrificados. Até porque, sendo uma marca recém-nascida, precisa de ter no seu ADN energias verdes bem vincadas. O que, dizem os críticos, é um problema: ser desportiva e eléctrica em simultâneo.

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Born, nascido elétrico

A resposta às premissas que dominarão o Velho Continente daqui a 20 anos, chegou com o Cupra Born, um 100% elétrico que, não tendo as credenciais mais afoitas (pode ser configurado com 204 o 231 cv), chegou cheio de alma, genica e agilidade.

A partilhar plataforma e vários outros componentes com o Volkswagen ID.3, o Born é também um hatchback de cinco portas e cinco lugares, trabalhado visualmente para se apresentar como um desportivo, inclusive na baixa altura ao solo que faz com que quem se senta aos seus comandos tenha a sensação de estar a conduzir um kart.

A evolução continua, com o desenvolvimento do Cupra Tavascan, um concept de um SUV coupé com propulsão 100% eléctrica, mas também com o Cupra Terramar, um SUV de 4,5 metros, a ser lançado em 2024, e que, à semelhança do Formentor, será servido com mecânicas térmicas e híbridas plug-in.

Em 2025, chegará o UrbanRebel, que assentará na plataforma MEB Small, que é a utilizada pelo Grupo Volkswagen para os seus pequenos automóveis eléctricos e que ficará um degrau abaixo do Born, com um comprimento similar a um Ibiza (segmento B).

Enquanto isso não acontece, a Cupra não dorme à sombra do seu crescimento meteórico e vai deixando sementes em vários mundos, como o do futebol, sendo uma das patrocinadoras oficiais do Futbol Club Barcelona.

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