Se observamos os lançamentos que as marcas têm vindo a fazer nos últimos anos, rapidamente chegamos à conclusão que a tecnologia de sobrealimentação, mais concretamente o turbocompressor,tornou-se numa tendência generalizada e transversal a todos os segmentos.
A utilização do turbocompressor em motores de automóveis está longe de ser recente. E há mais de 100 anos que faz parte do funcionamento de locomotivas e máquinas pesadas, que precisam de motores com maior rendimento para se moverem com mais agilidade.
Nos últimos anos, são cada vez mais os modelos de automóveis que saem de fábrica equipados com turbocompressor, uma vez que esta solução proporciona melhores prestações e um controlo mais rigoroso de consumos e emissões.
Os carros equipados com turbo estão alinhados com a tendência de downsizing dos motores, cujo objetivo é ter um bloco menor, mais leve e mais potente, que também ganhe em capacidade de resposta, uma vez que o automóvel em si é menos pesado, sem perder de vista as emissões.
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Nesse sentido, uma tecnologia que tende a dominar o comércio de automóveis e que, sem dúvida, não poderá faltar entre os modelos em stock no stand é a sobrealimentação.
Mais performance com menos peso
O turbo, solução que está presente em grande parte dos novos automóveis, permite, por exemplo, que um modelo com motor de apenas 1,0 litros ofereça prestações ao nível de um que tenha motor de 1,6 litros. O consumo de combustível está equiparado. No entanto, as acelerações e a recuperações de velocidade são mais eficientes num motor 1.0 turbo do que num 1.0 atmosférico (sem turbo).
O motor 1.0 turbo também consegue ser mais leve e mais compacto, dispondo apenas de três cilindros e injeção direta, o que aumenta a agilidade nos arranques e nas ultrapassagens pelo simples facto de diminuir o peso total do automóvel.
Além disso, a sobrealimentação aumenta a quantidade de energia gerada de forma mais sustentável, diminuindo as emissões poluentes do automóvel. Tudo boas razões para um stand apostar em carros equipados com motor turbo.
Se o consumidor lhe perguntar como funciona o motor turbo, pode começar por dizer que consiste num motor que dispõe de duas câmaras, a fria (compressor) e a quente (turbina), comportando ambas no seu interior um rotor, um conectado ao outro num mesmo eixo.
A turbina fica instalada à saída do coletor de escape e os gases emitidos entram na zona quente, girando o rotor. Assim, tem início o processo de propulsão, com a utilização dos gases de escape que seriam eliminados caso o motor fosse atmosférico (sem turbo).
É, por isso, que o motor turbo surge associado ao conceito de sustentabilidade automóvel, pois o gás que resulta da queima da mistura ar-combustível é aproveitado no processo, sendo filtrado e redirecionado para o ciclo da combustão.
Nada como dominar a técnica
Mas ainda pode ir mais longe na explicação técnica que der ao consumidor: com o movimento do rotor da turbina, o eixo impulsiona, também, a velocidade a que o rotor do compressor gira, aplicando pressão no ar atmosférico exterior e redirecionando-o para o sistema de admissão do motor.
Pressão essa que permite a entrada de mais ar no motor em relação aquele que seria admitido pela movimentação dos pistões num motor atmosférico, aumentando a quantidade de moléculas e elevando, também, o volume de combustível na mistura.
Por esse motivo, o motor turbo tem mais potência e pode dispor de menos cilindros. A maior densidade de mistura para combustão nas câmaras aumenta a força das inflamações, oferecendo velocidade, agilidade e resposta rápida, sem que o condutor precise de acelerador muito.
Esta característica também ajuda a explicar a economia de combustível trazida pelo motor turbo: um único ciclo de combustão oferece mais força de propulsão. E quanto à diminuição do tamanho do motor e à menor cilindrada? É aqui que entra o intercooler.
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Este componente é responsável por arrefecer o ar pressurizado antes de este se misturar com o combustível. Tem uma função parecida com o radiador e a sua utilização faz todo o sentido para cumprir os desígnios do motor turbo.
O ar quente é mais volumoso e ocupa mais espaço do que o ar frio. Nesse sentido, o ar arrefecido consegue estar presente em maior quantidade, ocupando menos espaço dentro dos cilindros.
Com este processo, a mistura ar-combustível torna-se mais densa, mantendo os objetivos da sobrealimentação, dispensando a necessidade de ter um motor grande, pesado e com maior cilindrada para proporcionar a performance que o condutor procura.
Se os modelos turbo ainda não fazem parte da oferta do seu stand, ainda vai a tempo. Lembre-se que esta tecnologia permite ter carros leves, potentes, económicos e com menores emissões poluentes. Afinal de contas, tudo aquilo que o cliente, hoje, pro
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