2035 marca o fim dos veículos a combustão

Redação

22/11/2022

5 min

É oficial: 2035 marca o fim dos veículos a combustão

Os eurodeputados e os Estados-membros chegaram a finalmente a um acordo, na noite de 27 de Outubro, para eliminar gradualmente a venda de novos carros com motor de combustão interna até 2035.

Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, celebrou este passo importante para as ambições climáticas da União Europeia (UE). “Impulsionará a inovação e a nossa liderança industrial e tecnológica”, declara a Presidente.

O deputado do Parlamento Europeu Pascal Canfin, do grupo Renew Europe, publicou no seu Twitter “Decisão histórica da UE para o clima”, após as negociações.

Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia, também se pronunciou, congratulando o acordo, que segundo o mesmo “envia um sinal forte à indústria e aos consumidores”. Timmermans acrescenta ainda que a “Europa se virou para a mobilidade sem emissões”.

Este foi o primeiro acordo baseado num texto do pacote Objetivo 55 (Fit for 55), que engloba um conjunto de propostas destinadas a rever e atualizar a legislação da UE, com o propósito de reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em pelo menos 55% até 2030.

A caminhar para um futuro 100% elétrico

O acordo aprovado antevê a eliminação a 100% das emissões de dióxido de carbono dos automóveis novos na Europa a partir de 2035, o que significa, por outras palavras, a proibição da comercialização de veículos utilitários ligeiros novos a gasolina, gasóleo e até híbridos, passando a ser permitido comercializar apenas automóveis 100% elétricos.

Esta regulamentação deverá contribuir para alcançar os objetivos climáticos do continente, particularmente a neutralidade carbónica em 2050.

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Emenda Ferrari: a cláusula para marcas de luxo

Ao que parece, as leis não irão atingir todos os produtores da mesma maneira. Foi concedida uma prorrogação para as marcas que produzem menos de 10 mil automóveis anualmente, permitindo-lhes estar equipados com um motor de combustão até ao final de 2035.

Esta cláusula, denominada por “emenda Ferrari”, irá beneficiar particularmente marcas de luxo automóvel.

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Segundo Pascal Canfin, deputado do Parlamento Europeu, durante a negociação do acordo, os responsáveis concordaram em “lançar um processo no sentido de fazer uma proposta legislativa em 2025 para criar um fundo de transição justo” para a indústria automóvel. Este fundo terá o principal objetivo de “assegurar apoio social e formação aos fabricantes de equipamento que serão mais fortemente afetados pela transição para a mobilidade com emissões zero”.

Preço dos carros elétrico poderá ser um problema

Segundo o presidente da Associação Europeia de Fabricantes Automóveis (ACEA) e CEO da BMW, Oliver Zipse, a indústria automóvel europeia está “pronta a aceitar o desafio”, mas, para isso, existem necessidades fundamentais para concretizar este objetivo: “uma abundância de energias renováveis, uma rede contínua de infraestruturas de recarga privadas e públicas, e acesso a matérias-primas”.

Já os produtores automóveis mostram-se apreensivos ao ver os preços das baterias a “subir pela primeira vez em mais de uma década”. O CEO do grupo Stellantis, Carlos Tavares afirma que o custo dos automóveis elétricos vai ser um grande obstáculo à adoção massificada. “Não vejo a classe média a poder comprar carros elétricos a 30.000 euros”, afirma.

Quanto custa um carro elétrico usado em Portugal?

Dada a pressão de vários países, pode encontrar-se no acordo a possibilidade de uma autorização no futuro para tecnologias alternativas – caso permitam anular a 100% as emissões de gases com efeito de estufa dos automóveis – nomeadamente combustíveis sintéticos (e-fuels) ou híbridos plug-in.

Atualmente o acordo ainda não entrou em vigor. Para tal, é necessário que tanto o Parlamento Europeu como o Conselho em representação dos Estados-membros o aprovem formalmente.

O que defende Portugal?

O primeiro-ministro português António Costa, em junho de 2021, no Conselho Europeu em Bruxelas, defendeu uma extensão ao prazo limite (2035) para a proibição da comercialização de automóveis com motor 100% a combustão

Segundo o mesmo, o cenário ideal para todas as partes em 2035 seria uma redução de 90% das emissões poluentes para os veículos ligeiros de passageiros e de 80% para os ligeiros de mercadorias. 5 anos mais tarde, em 2040, seria então um melhor contexto para a proibição da venda de veículos com motor 100% a combustão, apostando numa redução de 100% das emissões.

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