Com os preços dos combustíveis a atingirem máximos históricos a cada dia que passa, existem cada vez mais condutores a procurar soluções mais económicas para as suas deslocações do dia a dia. Isso quer dizer que, quer procure um carro a gasolina, a gasóleo, híbrido ou mesmo elétrico, os consumos são cada vez mais um fator a ter em conta na hora de escolher um veículo novo.
Durante muitos anos, esta preocupação em encontrar formas de mobilidade mais eficientes e amigas do ambiente não fazia parte do mundo das corridas automóveis, onde os construtores lutavam, ano após ano, para apresentar motores mais potentes do que os seus adversários. Mas também isso tem vindo a mudar nos últimos tempos. Exemplo disso foi a criação da Fórmula E, por exemplo, em que todos os carros são movidos por motores 100% elétricos.
O caso da Fórmula 1
A Fórmula 1 sempre foi, sem dúvida, um caso à parte. Considerada a categoria máxima do desporto motorizado, a Fórmula 1 continua a utilizar motores a combustão nos seus monolugares. É verdade que estes motores estão cada vez mais modernos e eficientes, utilizando tecnologias híbridas que permitem a regeneração de energia, através da travagem e do sistema de escape, mas será que podem ser considerados poupados? A resposta é: nem por isso.
Quanto gasta um Fórmula 1
Tal como tudo o que está relacionado com este desporto tem de ser adaptado a uma realidade totalmente diferente, também os consumos têm de ser medidos de outra forma, já que estamos a falar de carros que utilizam não só um tipo de combustível específico, como também andam sempre no limite.
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Ou seja, mesmo com a adoção de tecnologia híbrida de aproveitamento de energia, que permite que os monolugares consigam percorrer uma distância maior com menos combustível, estes valores têm de ser medidos em quilos de combustível, e não litros, como estamos habituados. Isto porque a densidade da gasolina muda conforme a temperatura. Ou seja, se a temperatura do combustível for mais baixa do que a temperatura ambiente, é possível colocar mais litros.
Sendo assim, e tendo em conta que os monolugares não podem ser reabastecidos nos pit stops desde 2010, os carro de Fórmula 1 são obrigados a completar o circuito apenas com o combustível com que iniciam a prova. Neste caso, a capacidade máxima do depósito de combustível é de 110 kg.
Se tivermos em consideração que 1 litro de gasolina pesa apenas 750 gramas e que os circuitos têm cerca de 305 kms (com exceção do Mónaco), um carro de Fórmula 1 tem capacidade para, sensivelmente, 146 litros. Ou seja, gasta cerca de 146 litros para percorrer pouco mais de 300 kms…
Como na Fórmula 1 tudo está regulamentado pela FIA, os monolugares contam com um sistema para garantir que nenhum carro consome mais de 100 kg de combustível por hora, de forma a melhorar a eficiência dos motores.
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Fórmula 1: categoria máxima também nos consumos?
Então e se compararmos a Fórmula 1 com outros desportos motorizados? Com exceção da Fórmula E, onde correm apenas carros 100% elétricos, a grande maioria dos desportos automóveis é alimentada por motores a combustão, mais ou menos avançados e eficientes.
No caso do Campeonato Mundial de Endurance, um carro pode chegar a gastar cerca de 80,2 kg de combustível por hora. Ou seja, cerca de 106 litros.
Ao contrário da Fórmula 1, onde o combustível é medido em peso e não em litros, no MotoGP, o Campeonato Mundial de Motos, estas têm capacidade para 22 litros, com os quais têm de fazer toda a corrida. Esta diferença faz com que as equipas possam arranjar formas de colocar mais combustível no depósito, como, por exemplo, através do arrefecimento do mesmo até 15 graus abaixo da temperatura ambiente, diminuindo assim o seu volume e conseguindo colocar mais litros. Apesar de tornar a moto mais pesada e menos ágil, permite aos pilotos puxarem mais pelo motor sem terem medo de não chegarem ao fim.
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