A invenção da bicicleta não é consensual. Alguns historiadores apontam para o inventor chinês Lu Ban, que nasceu há mais de 2500 anos e foi o responsável pela criação de vários aparelhos de guerra, como uma escada para invadir fortalezas. Outros dizem que foi Leonardo da Vinci o responsável pela ideia que Pierre Lallement concretizou em 1866, quando integrou pedais numa estrutura de duas rodas, já apresentada anteriormente.
E, se assumirmos Lallement como o inventor da bicicleta moderna, não é difícil perceber que a solução de duas rodas sem motor foi desenvolvida paralelamente à criação do automóvel – apenas 20 anos depois, aparecia aquele que é reconhecido como o automóvel moderno, pela mão do alemão Karl Benz.
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Certo é que os mesmos que desbravavam caminho para a mobilidade motorizada investiam num objeto que se tornaria, simultaneamente, uma ferramenta e um meio de lazer e desporto. A bicicleta entrou, assim, para os catálogos dos principais construtores de automóveis e continua ainda hoje a dar cartas em algumas casas de renome.
6 bicicletas que foram criadas por marcas de carros
BMW
Nos anos 50 do século XX, a BMW, que começou por produzir motores de aviões, em 1913, produziu a sua primeira bicicleta feita de alumínio, um material que só se tornaria popular na indústria cerca de três anos depois. A inovação valeu-lhe pontos e um lugar entre os fabricantes de bicicletas: hoje, exibe um vasto catálogo de modelos convencionais e também opções apoiadas por um motor elétrico. Em comum, o facto de cumprir elevados padrões de qualidade e design.
Ferrari
Nos frenéticos anos 80, Ernesto Colnago, que fundou a empresa homónima de bicicletas de corridas, entendeu o potencial da fibra de carbono. E não deixou para depois o que podia fazer no próprio dia: ligou para Enzo Ferrari e propôs uma parceria que dura até aos dias de hoje. Um dos últimos sucessos, com preços a partir de 15.000€, chama-se Bianchi Ferrari Road Bike e a sua construção inspirou-se nos monolugares da Fórmula 1. Detalhe: o quadro pesa somente 790 gramas!
Kia
Ainda antes de enveredar pela construção de automóveis, a marca sul-coreana já dava cartas no fabrico de bicicletas. Aliás, no fabrico de componentes para bicicletas, que era o ponto central do seu negócio aquando a sua fundação, em 1944, com a inauguração de uma fábrica em Seul. Durante a Guerra da Coreia (1950 – 1953), porém, a marca foi forçada a mudar de instalações, para Busan, e passou a montar as suas próprias bicicletas. Já neste milénio, a marca, agora parte do Hyundai Motor Group, lançou a Kia K-velo City e Kia K-velo MTB, com desenho assinado por Peter Schreyer, como um tributo ao seu passado.
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Mercedes-Benz
A marca alemã premium, a quem se deve o nascimento do automóvel, também não desprezou as bicicletas e, atualmente, tem no seu catálogo uma gama de bicicletas – para a estrada, de desporto e especiais para a montanha – criada a pensar no cliente que também é fã do luxo dos seus automóveis. Ou seja, há sempre um acessório especial para tornar uma unidade única – ou quase.
Peugeot
Atualmente, a Peugeot, parte do conglomerado gigante Stellantis, rima com automóveis. No entanto, a marca francesa não nasceu para contruir carros, mas antes… moinhos, que ainda hoje fazem parte da cozinha de conceituados chefs. Porém, a bicicleta foi um dos inventos que atraiu a família Peugeot que, em 1882, criou a Cycles Peugeot, uma fabricante de bicicletas, com sede em Sochaux, França, e atualmente parte da Cycleurope, uma filial da empresa sueca Grimaldi Industri.
A primeira bicicleta Peugeot, batizada de Le Grand Bi, foi construída à mão por Armand Peugeot. E o sucesso não se ficou pelo século XIX: durante a Primeira Guerra Mundial, a Peugeot construiu cerca de 63.000 bicicletas por ano. E nunca mais parou, sendo que, desde 2011, as bicicletas da marca Peugeot são vendidas em diversos países europeus, mas também no Canadá e no Japão.
Porsche
A Porsche, ao contrário de muitas marcas nesta lista, primeiro abraçou o desenvolvimento automóvel e só depois olhou para as bicicletas. Mas não o fez de qualquer maneira. Uma bicicleta Porsche transmite o mesmo poder de um carro. Ou pelo menos assim a marca o pretende afirmar. E já este ano lançou dois ambiciosos modelos: duas bicicletas elétricas que pretendem mostrar que também se pode retirar muitas emoções das duas rodas com pedais. Os preços condizem com o estatuto da marca alemã: entre 7 e 9 mil euros.
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