A transição energética está ao virar da esquina, com a morte anunciada dos motores movidos a combustíveis fósseis na Europa. No entanto, muitos continuam a revelar grandes desconfianças em relação aos carros elétricos. Será razão para dizer que onde não há fumo também há fogo? Ou será que as crenças instaladas não passam apenas disso: crenças?
Siga-nos por uma lista dos 5 mitos mais comuns quando se aborda o tema da mobilidade elétrica em que desmontamos, com factos, as crenças que ainda afastam automobilistas de adquirirem um carro movido a eletricidade.
Mito 1: Os elétricos são, afinal, mais poluentes que os carros a gasolina
Muito se tem escrito sobre o famoso ciclo well to wheel (do poço à roda), colocando os carros elétricos sob a pressão do processo de fabrico das baterias e a exploração de minérios que está na sua base (mais comummente, lítio). É certo que não se pode dizer que um 100% elétrico gera zero emissões. Se é verdade que não há gases de escape, muito do seu processo de fabrico implica emissões de gases com efeitos de estufa. E a eletricidade com que são carregados nem sempre provém de energias renováveis, o que aumenta a pegada ambiental dos carros elétricos.
No entanto, isso também acontece com os carros a combustão, já que cada litro de gasolina não corresponde apenas ao CO2 emitido por quilómetro após a queima, sendo relevante contabilizar as emissões produzidas nos processos de extração do petróleo, no seu transporte (sem contar com os derrames que já testemunhámos ao longo da história) e na sua transformação que, pasme-se!, não se faz sem eletricidade, muitas vezes gerada a partir de fontes poluentes. Tudo somado, apesar de estar longe da perfeição, o carro elétrico é menos poluente que um movido a combustíveis fósseis.
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Mito 2: A bateria pode explodir
É caso para dizer que há aqui uma meia-verdade. Na realidade, uma bateria de um carro elétrico pode explodir. Tal como um carro a combustão pode ir pelos ares. E, muito importante, um veículo elétrico não se incendeia mais facilmente que um a combustão – pelo contrário. Por serem carros novos, chegam com sistemas evoluídos de arrefecimento e as baterias estão acondicionadas com proteções. Ou seja, a probabilidade será diminuta.
Mito 3: A autonomia de um elétrico não serve para o uso quotidiano
Esta é uma questão falsa hoje, em que os carros começam a aparecer com mais de 300 quilómetros de autonomia, mas também o era quando o alcance não era mais que uma centena de quilómetros. A média diária de um condutor europeu é de menos de 50 quilómetros por dia, o que faz com que qualquer carro elétrico esteja perfeitamente apto a servir. O problema poderá colocar-se quando houver necessidade de realizar uma viagem maior. No entanto, apontam as sondagens, a maioria dos condutores particulares faz entre uma e duas viagens longas por ano (e há marcas que incluem na venda de um elétrico a possibilidade de se usar um automóvel a combustão durante alguns dias por ano).
Mito 4: Um carro elétrico é muito caro
A tecnologia elétrica está mais disponível em segmentos superiores, o que faz com que seja difícil encontrar automóveis movidos a eletricidade por menos de 25.000€. No entanto, tem havido um crescente esforço para colocar o preço dos elétricos na fasquia dos Diesel similares, tornando-os assim atrativos para as empresas, por conta dos benefícios fiscais. Para particulares, há poucas soluções acessíveis, mas há: o Dacia Spring, um mini-SUV do segmento A, comercializa-se a partir de pouco mais de 18 mil euros; Fiat 500e, Renault Twingo e Smart EQ (para dois e para quatro) são propostos abaixo da fasquia dos 25.000€.
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Mito 5: Os carregamentos demoram muito tempo
Outro meio-mito. Numa tomada doméstica, a solução que permitirá resultar numa maior poupança, um carro elétrico vai demorar muitas horas a carregar. É um facto. No entanto, quem tem a possibilidade de o fazer, fá-lo-á durante a noite. E a dormir o tempo voa. Em deslocações que exijam um carregamento a meio caminho, muitos dos automóveis que existem atualmente no mercado já dispõem de possibilidade de carregamento rápido e até ultrarrápido, pelo que, em cerca de 30 minutos, se consegue recuperar até 80% da carga (não vale a pena deixar o carro para lá disso, já que a velocidade de carregamento vai diminuindo; há marcas que desaconselham vivamente o carregamento até aos 100%).
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