O maior mercado automóvel mundial é o chinês, mas os chineses são também líderes em baterias, conectividade, digitalização e eletrónica. E, depois de muitas ameaças, estão mais preparados do que nunca para tomar de assalto o Velho Continente. Há mais três marcas a chegar em 2024.
No mercado mais difícil do mundo, a Europa, nenhuma marca se impôs apenas pelo preço, mas também não parece ser esse o “negócio da China”.
Os fabricantes de automóveis chineses, que se estão a impor no Velho Continente, chegam com produtos capazes de competir com padrões de qualidade que são os mais elevados de toda a indústria. Caso da renascida MG Motor ou da gigante BYD, trazida para Portugal pela mão da Salvador Caetano, grupo empresarial que se prepara para acrescentar mais três emblemas chineses ao seu catálogo.
Fruto do acordo estratégico celebrado com a Dongfeng Motor Corporation, um dos maiores grupos automóveis da China, as marcas Dongfeng, Voyah e MHERO vão passar a estar disponíveis no mercado português, com propostas para todos os gostos nos respetivos catálogos, das elegantes berlinas aos todo-o-terreno “puro e duros”, dos motores turbo aos 100% elétricos.
Dongfeng quer brilhar em todas as frentes
No portefólio da Dongfeng Motors, há fartura de veículos comercias e de passageiros, sendo que nesta última categoria o formato SUV da moda está em maioria. Contudo, tratando-se de uma marca orientada para um público jovem, não faltam modelos de cunho desportivo, como é o Shine, disponível em três variantes de carroçaria: coupé de quatro portas; Shine Max, com mais 12 centímetros em comprimento; e Shine GS, carrinha com “calças arregaçadas” e estilo crossover. Sempre equipadas com motorizações 1.5 turbo, combinadas com caixa automática.
Os SUV Huge e AX7 completam a gama com motores de combustão, enquanto a oferta elétrica se resume por agora ao E70 Pro, berlina compacta equipada com motor de 150 cv, alimentado por uma bateria de 50,2 kWh de capacidade.
Voyah, elétricos que são um luxo!
A Voyah é a divisão de automóveis premium da Dongfeng Motors, e, talvez, aquela com mais potencial na estratégia do fabricante para Portugal.
O modelo “ponta de lança” da Voyah chama-se Free, um SUV com 4,9 metros de comprimento e quase três metros de distância entre eixos, que está disponível numa única configuração de dois motores elétricos que oferecem uma potência total de 693 cv (510 kW) e tração integral.
A marca chinesa anuncia para o SUV de luxo uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 4.4 segundos, ultrapassando os 200 km/h de velocidade de ponta. A bateria com 106 kWh de capacidade permite uma autonomia de 960 km no ciclo de homologação CLTC.
Entre os muitos equipamentos de série, o Free oferece suspensão pneumática, sistema de visão noturna, painel de bordo digital, com três ecrãs de 12,3 polegadas cada, conexão 5G, bancos dianteiros aquecidos e com massagem e um sistema de som premium.
Os preços arrancam nos 78 mil euros na Noruega, onde o modelo já se encontra em comercialização.
MHERO, o “Hummer chinês”
Lembra-se do gigantesco Hummer e da sua reinterpretação moderna com quatro motores elétricos? Foi o modelo que serviu de inspiração ao MHERO 1, um super SUV de estilo militar, com quase cinco metros de comprimento e equipado com a sofisticada tecnologia 4e-Motor Drive, de quatro motores elétricos da Dongfeng. Ou seja, um motor elétrico instalado em cada roda para permitir tração integral e um total de 1080 cv de potência com mais de 1400 Nm de binário.
Nesta versão exclusivamente elétrica, o MHERO 1 está dotado de uma bateria de iões de lítio com 142,7 kWh de capacidade, a permitir até 500 km de autonomia com uma carga. Mas no catálogo da chinesa MHERO existe ainda uma versão REV, que combina três motores elétricos, uma bateria de 65,9 kWh e um motor a gasolina a funcionar como extensor de autonomia, anunciando até 800 km de autonomia.
Credenciais já por si impressionantes, mas que geram ainda mais curiosidade quando combinadas com as especificações técnicas fabulosas para a condução em fora de estrada. O MHERO dispõe de carroçaria à medida das ambições (até 335 mm de altura ao solo, com 900 mm de passagem a vau!) e equipamento de série que inclui o bloqueio automático dos diferenciais à frente, atrás e central, quatro rodas direcionais com função “crab-mode”, que permite ao veículo deslocar-se lateralmente como os caranguejos, e cinco modos exclusivos para a condução fora de estrada (Neve, Lama, Pedras, Areia e Água).
Depois, com uma distância entre eixos de quase três metros, chega muitíssimo bem equipado, com sistema de visão noturna e um cockpit interativo, com quatro ecrãs, três à frente (com 12,3 polegadas para a instrumentação; 15,6 polegadas e 12,3 polegadas para o sistema multimédia central e à frente do passageiro dianteiro, respetivamente) e um atrás (tátil de 8 polegadas, no encosto de braços).
Não foi ainda revelado o plano de lançamentos da MHERO para Portugal (no mercado doméstico, onde adota a designação M-Hero 917, custa 637.700 yuan, cerca de 83.000 euros), mas, a confirmar-se a disponibilidade deste super SUV no mercado nacional, a marca chinesa estaria sozinha na categoria dos todo-o-terreno elétricos.
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