Toyota GR86: o último de uma geração?

Os automóveis para puristas da condução desportiva são uma espécie ameaçada e este Toyota GR86 com tração atrás e motor atmosférico à frente tem extinção prevista para daqui a dois anos, com a entrada em vigor dos novos regulamentos relacionados com as tecnologias de segurança para o Velho Continente.

Toyota GR86: Uma espécie em vias de extinção

No adeus à fórmula desportiva que introduziu com sucesso com o GT86 há dez anos (com modernização em 2017), a Toyota mudou-lhe o nome para GR86, uma designação que remete mais diretamente para a Gazoo Racing, a divisão de competição da marca, e preocupou-se em evoluir praticamente todos os parâmetros ligados à dinâmica, embora respeitando os princípios básicos do carro original. A começar no motor atmosférico que mantém a arquitetura boxer, de 4 cilindros horizontalmente opostos, mas com a capacidade a aumentar de 2.0 para 2,4 litros, mais potência (34 cv) e mais binário (45 Nm).

São agora 234 cv disponíveis às 7000 rpm e 250 Nm às 3700 rpm, números que explicam também o maior poder de fogo desde muito baixo regime, com reflexos naturais nas performances. Para o GR86 na versão com caixa manual de 6 velocidades (transmissão automática, também de 6 relações, só por encomenda), a marca japonesa anuncia 0 a 100 km/h em 6,3 segundos, menos 1,3 segundos do que o carro que saiu de cena.

Quanto custa um Toyota GR86 novo?

Ainda na comparação com o GT86, a Toyota reivindica um aumento de 50% na rigidez torsional, através da adoção de painéis de aço de alta resistência, condição fundamental para a otimização da dinâmica. O centro de gravidade, que já era muito baixo, reduziu-se em mais 1,6 mm, enquanto a distribuição de pesos é de 53:47 entre o eixo dianteiro e traseiro.

Nas dimensões, o modelo cresceu 25 mm no comprimento, 5 mm na distância entre eixos e 20 mm na largura do eixo traseiro, mas o centro de gravidade baixou, beneficiando mais uma vez a agilidade e o comportamento em curva.

O próprio design exterior, que é uma evolução do aspeto musculado e rebaixado do GT86, remete para o passado desportivo da marca japonesa com elementos de estilo inspirados em modelos como 2000GT e o Corolla GT Twin-Cam 16v, conhecido pelo nome de código AE86. E nem a sonoridade foi esquecida: além de cumprir todos os requisitos de emissões, o sistema de escape do GR86 foi concebido para um maior rendimento e desempenho em termos de ruído e vibração, melhorado para lidar com a maior cilindrada e potência do motor.

Analógico para a era digital

Mais divertido de guiar do que o GT86, o GR é apresentado pela Toyota como um “carro analógico para a era digital”, mas cumpre os requisitos mínimos em matéria de sofisticação e tecnologia.

No cockpit, onde sobressaem os dois ótimos bancos dianteiros de desenho desportivo, com excelentes apoios laterais (os dois traseiros servem para pousar casacos pouco mais, mas podem ser rebatidos através da bagageira para criar espaço de carga suficiente para arrumar quatro rodas, recurso ideal para quem conduz o GR86 até à pista para um “track day”), não falta o ecrã multimédia de 8 polegadas a cores, com ligação a smartphone via Apple CarPlay e Android Auto. E, ainda no painel de bordo, destaque para os manómetros LCD com configurações distintas para estrada e pista que asseguram uma excelente conectividade e um controlo mais intuitivo para que o foco seja apenas o prazer da condução.

Artigo relacionado: Conheça o novo Toyota bZ4X 100 elétrico

Também na área da segurança o “samurai” conta com um conjunto completo de sistemas de assistência ao condutor, em que se inclui: Pré-Colisão com Assistência à Travagem, Aviso de Saída da Faixa de Rodagem, Cruise Control adaptativo, Luzes de Máximos Automáticas, Alerta de Arranque do Veículo da Frente, Travagem Automática em Marcha-atrás, Deteção de Ângulo Morto, Deteção Traseira de Aproximação de Veículos com Assistência à Travagem.