Renault Captur

Nuno Boal

20/06/2024

7 min

Renault Captur renova o estilo mas mantém a identidade

Após o facelift de meia vida que o Renault Clio sofreu em Setembro de 2023, era esperada também uma actualização à geração actual do Captur, que já conta com praticamente 5 anos no mercado.

Embora a Renault tenha demorado mais tempo do que a sua concorrência directa a actualizar o seu SUV do segmento B, este facelift traz uma nova vida e novos argumentos para combater a concorrência e continuar o caminho de sucesso que já lhe valeu mais de 2 milhões de viaturas vendidos desde 2013.

E foi nos arredores de Madrid, que durante 2 dias, tivemos oportunidade de conhecer mais de perto este renovado Renault Captur e saber quais as principais diferenças face ao seu antecessor.

Renault Captur

Design e Estilo

Não se tratando de uma nova geração, esta é provavelmente a mais notória mexida no Captur, com o SUV do segmento B da marca francesa a adotar a linguagem de design traçada por Gilles Vidal, que veio dar formas à anunciada “Renaulution”, nome dado à operação que pretende revolucionar a forma como o emblema do losango se apresenta.

Mantendo as dimensões — 4239 mm de comprimento, 1792 mm de largura e 1575 mm de altura —, a presença em estrada beneficia de uma nova frente, completamente redesenhada, contemporânea e robusta, que, não sendo cópia dos modelos já intervencionados, como Clio ou Espace, não se afasta do conceito que aposta em linhas esguias, para sublinhar a elegância, e superfícies volumosas, a afirmar a robustez.

Com linhas fluidas e um perfil dinâmico possui, sem dúvida, uma presença marcante na estrada dentro dos segmento B. A dianteira imponente, com faróis LED em forma de “C” e a grelha frontal destacada, conferem-lhe uma personalidade forte e moderna.

O design exterior é complementado por uma paleta de cores diversificada e a possibilidade de personalização com diferentes combinações de tejadilho e carroçaria. As jantes em liga leve e os detalhes cromados acentuam ainda mais a sua aparência sofisticada.

Interior, conforto e tecnologia

Interior Renault Captur

No interior, o novo Captur mantém intactas as características de espaço e conforto. O habitáculo é espaçoso e bem iluminado, com materiais de qualidade na grande generalidade dos espaços, deixando os plásticos de toque mais duro reservados para as zonas inferiores do habitáculo. Os bancos são ergonómicos e oferecem um excelente apoio, tornando as viagens longas mais agradáveis.

Os novos paineis de instrumentos digital e sistema de infoentretenimento OpenR Link, com um novo ecrã táctil vertical de 10,4 polegadas, apresenta uma leitura fácil, com conectividade Apple CarPlay e Android Auto integradas, proporcionando assim uma experiência de condução conectada e intuitiva.

Mas não é no desenho interior que o Captur apresenta a sua maior “renaulution”, mas sim nas tecnologias de segurança, oferecendo agora uma vasta gama de assistência ao condutor, como o Active Driver Assist, disponível com o sistema de navegação e o pack Advance Driving a partir dos níveis de acabamento Techno e Esprit Alpine, e que consiste numa função de condução autónoma de nível 2, ao combinar o controlo de velocidade de cruzeiro adaptativo, a assistência à manutenção na faixa de rodagem e a dados de geolocalização e cartografia específica.

O facto de podermos personalizar todas estas ajudas, por vezes demasiado intervenientes na condução, através do modo “Perso” e o mesmo gravar quais as ajudas que queremos manter ligadas é certamente um extra que irá agradar a muitos.

Ao volante

Renault Captur

Dos 4 trajectos que a Renault sugeriu para o nosso primeiro contacto com o Renault Captur, optámos pelo percurso mais longo e diverso, que permitia experimentar a viatura no mais variado tipo de ambientes, desde o urbano, à auto-estrada, não esquecendo uma estrada nacional maravilhosa que nos levou ao sopé da Serra de Guadarrama.

Num trajecto de aproximadamente 230km, sempre realizados dentro dos limites de velocidade das vias em que circulávamos e sem nunca abusar muito das acelerações, pudemos experimentar os 3 modos de condução do sistema Multi-Sense (Eco, Comfort e Sport) bem como o modo “B”, que permite um maior nível de regeneração de energia. Em qualquer um dos ambientes conseguimos perceber que o Captur é realmente feito para este um ambiente de condução diária, descontraída e relaxada, sendo possível atingir elevados níveis de conforto, aliados a consumos muito em linha com os valores anunciados pelo fabricante, o que o torna numa proposta bastante atractiva para as famílias que procuram um SUV com aspecto jovem e dinâmico, dentro de uma marca de massas, mas que seja igualmente competente a nível de performance e consumos. No final deste trajecto conseguimos mesmo igualar o consumo oficial do fabricante francês, uns fantásticos 4,6L/100km!

No 2º teste de estrada com o novo Renault Captur, optámos por um trajecto um pouco mais curto, de 130 quilómetros e mantivemos a escolha no motor E-Tech Full Hybrid, tendo no entanto optado deste vez pela nova versão Esprit Alpine, onde se destacam umas impressionates jantes de 19 polegadas e os vários detalhes na carroçaria e interior que conferem a este SUV do segmento B um aspecto mais desportivo e dinâmico.

Alpine

Provada que estava a eficiência deste motor em andamentos mais calmos, em trajetos mais montanhosos, era hora ativar o modo Sport descobrir o que poderíamos esperar do mesmo motor em toadas um pouco mais desportivas.

O novo Renault Captur, nesta motorização híbrida, tem uma resposta muito boa e linear, considerando que estamos a falar de um motor atmosférico com 94 cv, auxiliado por 2 motores eléctricos, perfazendo um total de 145cv.

Mas mais impressionante do que os números, é o comportamento dinâmico. O Renault Captur provou não ter medo de curvas, e tanto a suspensão como a direcção lidam muito bem com o ziguezaguear constante, notando-se melhorias claras no adornar da carroçaria. Um notável trabalho dos engenheiros da Renault que concluiu num ótimo produto a nível das suspensões e direcção.

Como seria lógico, em andamentos mais acelerados, os consumos aumentam, mas ainda assim, dificilmente ultrapassam os 6L/100km. O calcanhar de aquiles desta motorização será mesmo a condução em auto-estrada, onde sem regeneração, os consumos deverão também manter-se nestes valores, mesmo que os limites legais de velocidade não sejam ultrapassados.

O facto de não ter um motor turbo, faz com que este tenha que trabalhar num regime mais elevado por forma a colmatar a ausência do mesmo sempre que o “sumo” das baterias se esgota, e o som gerado por este tricilindrico acaba por se tornar inevitavelmente perceptível para os ocupantes.

A caixa de velocidades é derivada de competição automóvel, e se numa condução mais calma se revelou bastante eficaz e suave, numa condução mais desportiva acaba por assumir um comportamento mais hesitante na passagem de relações, notando-se claramente que foi afinada em prol das prestações, e não da performance.

Preços

Renault Captur

A gama do Captur em Portugal será composta por 4 motorizações já conhecidas:

  • TCe 90
  • TCe 100 Bi-Fuel (GPL)
  • TCe 160 AT (MHEV)
  • E-Tech Full Hybrid (HEV)

A acompanhar as 4 motorizações, encontramos 3 diferentes níveis de acabamento:

  • Evolution
  • Techno
  • Esprit Alpine (apenas disponível no TCe 160 e no E-Tech Full Hybrid)

Nota ainda para a versão GPL, que viu o seu depósito aumentar de 32 para 40 litros, fazendo com que a autonomia máxima anunciada pela marca chegue aos 1300 quilómetros.

O novo Renault Captur já está disponível em Portugal, com preços a começar nos 23.200€ para a versão Evolution, com motor TCe 90, e culminam nos 32.800€ da versão Esprit Alpine, com motor E-Tech Full Hybrid, penalizada, em muito (e injustamente), pela fiscalidade portuguesa aplicada aos automóveis híbridos.

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