Ainda não tem designação oficial, mas nos corredores da Renault chamam-lhe 4ever, que lido em inglês significa “para sempre”, e representará o renascimento de um clássico, que trocará os motores térmicos e poluentes por soluções elétricas e amigas do ambiente, ao sabor das tendências, mas também das necessidades pelas políticas impostas pela Comissão Europeia em prol de uma significativa redução de emissões no Velho Continente.
Durante a apresentação, transmitida por Internet, surgiu no ecrã uma grelha frontal com faróis a fazerem lembrar a frente do antigo R4, que ficou conhecido em Portugal por Renault 4L, confirmando os rumores de que o icónico 4L estava prestes a renascer. E a marca francesa acabou por o confirmar: o Renault 4 renascerá elétrico em 2025, com trejeitos de “crossover” e por um preço que se estima ficar abaixo da fasquia dos 20 mil euros.
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Espera-se que o Grupo Renault trabalhe neste 4ever com o intuito de criar um modelo tão intemporal quanto o que o inspirou, numa reinterpretação dos traços do 4L, integrando o que de melhor a tecnologia tem para oferecer, ao mesmo tempo que pisca o olho aos clientes mais nostálgicos. O sucesso ou insucesso da receita é imprevisível: enquanto a Mini conseguiu reafirmar-se e a Fiat trouxe o 500 para o século XXI com bons resultados, o Carocha da Volkswagen, sucesso retumbante entre 1938 e 1997, não teve a mesma receção nas segunda e terceira gerações, já rebatizado como Novo Beetle, sendo descontinuado em 2019.
Mas voltemos ao R4 elétrico, o tal a que os gauleses desejam uma vida eterna. O vindouro automóvel assentará na nova plataforma CMF-BEV, que servirá os modelos de segmento B, dos utilitários compactos, e que admitirá uma bateria com capacidade para percorrer até 400 quilómetros reais. Com um enorme bónus: prevê-se que os custos da sua produção sejam mais de 30% inferiores ao do atual Zoe.
As novidades elétricas na Renault não se ficam por aqui. Na calha está o renascimento do também icónico Renault 5, que assentará na mesma plataforma que o 4ever, assim como uma vida elétrica para o Mégane – o nome mantém-se, com uma singela alteração de ordem gráfica: o último “e” passa a maiúscula, para MéganE.
No caso deste modelo do segmento C, assim como com outros de um segmento acima, a plataforma usada será a CMF-EV, que se destaca, garante a marca, por aliar prazer de condução a uma utilização sem ansiedade, muito por causa dos 580 quilómetros de autonomia prometida.
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A adoção daquela plataforma no MéganE, que será produzido em Duaco, no Norte de França, permitiu mexer na arquitetura do carro de forma a tornar o habitáculo mais amplo, com benefícios para todos os ocupantes, ao mesmo tempo que, explicou a empresa numa conferência de imprensa, permitiu concentrar todos os elementos da mecânica no compartimento do motor, o que reduziu por um lado a cablagem e, por outro, o peso do veículo, o que interfere diretamente nos consumos. Mas, talvez mais importante: admite a redução de custos de produção, o que permitirá colocar o automóvel à venda por um preço competitivo.
Além dos três modelos referidos, a Renault tem mais quatro cartas elétricas na manga, enquanto de outras marcas do Grupo são esperados outros três modelos: no total, o Grupo Renault irá lançar dez novos automóveis 100% elétricos até 2025. O objetivo passa por ter um mix de vendas mais amigo do ambiente e chega a bom tempo: afinal, apenas uma década depois, a Europa proibirá a venda de automóveis novos que não tenham emissões zero, o que representa o fim dos carros com motores de combustão interna.
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