O custo dos combustíveis é apontado por 38% dos consumidores portugueses como uma preocupação na altura de comprar um automóvel, indica o Observador Automóvel 2024, estudo realizado pelo Cetelem, marca comercial do grupo BNP Paribas Personal Finance, que não se esquece de recordar que, “só no ano passado em Portugal, por exemplo, o preço do petróleo aumentou 1,94% (+0.8 do que em 2022)”.
À frente daquela, apenas o “a manutenção dos veículos”, que “é dos temas que mais preocupa os consumidores portugueses (45%)”. Seguem-se “a diminuição do poder de compra (38%) e os impostos associados (32%)”.
De acordo com o mesmo estudo, “sete em cada dez portugueses pensam ser difícil comprar uma viatura” e apenas 17% ponderam “comprar carro este ano, sendo que 7% pretendem adquirir um novo e 6% um usado”.
O preço da gasolina influencia a escolha
Se há uma década, era o preço do gasóleo que ditava a maioria das escolhas dos automobilistas, que pouco queriam saber dos custos mais elevados com a manutenção, hoje, com o declínio dos carros com motores Diesel, é o preço da gasolina que mais influencia as compras.
Por um lado, na hora de comprar, os preços mais elevados na bomba levam os consumidores a olharem atentamente para os consumos do veículo que têm debaixo de olho – e esse número pode ser fator de desempate se se estiver dividido entre um e outro modelo. A eficiência torna-se, assim, um dos critérios de seleção, com muitos a fazerem contas a longo prazo, ponderando o maior custo de um híbrido face aos mais contidos consumos.
Mas não só. Esta preocupação está a levar algumas pessoas a olharem com outra atenção para energias menos poluentes, nomeadamente os híbridos de ligar à corrente, económicos quando dado bom uso à autonomia elétrica, e aos 100% elétricos, que, não obstante o seu ainda preço elevado, parecem estar em vias de apresentarem soluções mais democráticas, com escolhas abaixo da fasquia dos 20 mil euros.
Cuidado com o planeta
Se a ideia de poupar na carteira pode levar a uma mudança de paradigma, levando os que, até aqui, nunca ponderaram um elétrico a equacionar a sua compra, é importante frisar que há cada vez mais pessoas conscientes da necessidade de poupar o planeta.
Nunca é demais lembrar que o transporte rodoviário é responsável por cerca de 24% das emissões globais de CO2 relacionadas com a energia, sendo que os veículos ligeiros correspondem a cerca de metade das emissões de CO2 do transporte rodoviário. Isto significa que os carros de passageiros e pequenos veículos comerciais contribuem com cerca de 11% a 12% das emissões globais de CO2 relacionadas com a energia.
E, com o aumento do preço da gasolina, muitas pessoas parecem mais sensíveis ao impacto ambiental de suas escolhas de transporte, o que pode levar a uma maior preferência por veículos elétricos ou híbridos, que têm uma pegada de carbono menor, mas também a adoção de novos estilos de mobilidade, que podem passar por considerar alternativas à posse de um carro particular. Isso inclui o uso de transporte público, “carpooling”, “car-sharing” ou mesmo aderir ao aumento da popularidade de veículos de duas rodas, como bicicletas e scooters elétricas. Tudo pelo bem do ambiente… e da carteira!
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