A quinta geração do Clio surgiu em 2019. Depois disso, o utilitário com que a Renault somou vendas (mais de 16 milhões desde 1990) e prémios tem vindo a surgir, aqui e ali, com uma ou outra novidade, como foi o caso da mecânica híbrida gasolina/eletricidade. Agora, mais do que acontece num simples facelift, o Clio apresenta-se renovado por dentro, por fora e na alma.
Em termos de design, adota a linguagem dos mais recentes lançamentos (Austral, Espace), com uma grelha axadrezada que joga com as formas e as cores (mais escuras junto ao logótipo, que vão clareando à medida que se afastam) para criar a sensação de o carro ser mais largo do que é, mas inova ao estrear a nova linguagem de iluminação, que em breve começará a estender-se a toda a gama.
Com óticas mais agressivas — em LED de série em todas as versões e com até cinco feixes de alta tecnologia, que adaptam, automaticamente, a distribuição da luz entre os médios e os máximos — e o losango colocado bem a meio, apresenta novas luzes diurnas, na diagonal, que formam uma metade de um losango vertical, sublinhando o caráter pulsante da frente e tornando o design da gama mais coerente com a imagem da marca.
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A veia quase desportiva (pelo menos de aparência) do novo Clio é ainda mais evidente na nova versão de equipamento Esprit Alpine, mas também no acabamento Techno. Em ambas, a frente inclui um pequeno defletor aerodinâmico sob a grelha (da cor da carroçaria no nível Techno e em Cinzento Xisto Mate, na Esprit Alpine).
Na traseira, há elementos gráficos que imprimem expressividade, com os farolins redesenhados de cobertura transparente, além de saídas de ar aerodinâmicas, que aumentam a perceção de largura (o Clio continua a ter 4053 mm de comprimento, 1988 mm de largura e 1439 mm de altura, mas as mexidas no visual fazem com que pareça bem maior). Consoante o nível de equipamento, as ponteiras de escape estão à vista ou ocultadas pelo difusor.
O Clio é disponibilizado com sete cores para a carroçaria, incluindo o novo Cinzento Rafale, com revestimento de camada triplo, e jantes até 17 polegadas de diâmetro — todas têm no centro o novo logótipo Renault, em alumínio escovado.
Conforto sustentável
Se no exterior, nota-se o esforço para tornar o Clio mais apelativo, no habitáculo os esforços concentraram-se em dar aos ocupantes uma experiência em que impere o conforto, sem descurar as premissas da sustentabilidade. Agora, em toda a gama não há lugar a tecidos de origem animal, por exemplo.
Os bancos do nível Techno, os painéis das portas e o tablier do novo Clio são revestidos por um tecido sustentável que inclui até 60% de fibras modais da marca Tencel, uma fibra celulósica, de base biológica, fabricada pelo Grupo Lenzing.
Já no nível Esprit Alpine os bancos incluem um tecido que é 72% PET (polietileno) reciclado, no assento e nas costas, e outro granulado que é 13% reciclado nas laterais do assento.
Em qualquer uma das versões, o Clio passa a contar sempre com um ecrã digital no lugar da instrumentação, de 7 ou 10 polegadas, dependendo do nível de equipamento, podendo o maior replicar a navegação ou ajustar-se segundo o modo de condução escolhido. Também consoante a versão, o utilitário pode ser equipado com o sistema multimédia Renault Easy Link, que permite a ligação sem fios através do Android Auto e do Apple CarPlay.
Mecânicas abrangentes
Desde cedo que a Renault compreendeu que, para ser verdadeiramente um utilitário, o Clio teria de corresponder a diferentes necessidades. Por esse motivo, lançou o modelo, logo em 1990, com variantes a gasolina e a gasóleo, a que se juntaram mais tarde as variantes híbridas gasolina/GPL (na terceira geração) e gasolina/eletricidade (na quinta).
Ao fim de 33 anos, mantém a aposta de propor diversidade no capítulo das mecânicas: a Portugal chega o gasolina TCe 90, o bifuel TCe100, o Diesel dCi 100 e o E-Tech Full Hybrid. Mas também neste ponto há novidades, com a proposta híbrida a crescer na potência (145 cv), sem penalizar consumos nem emissões: 4,2 l/100 km e menos de cem gramas por quilómetro de CO2.
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E, claro, é esta a estrela da companhia. Uma união feliz, em arquitetura em série-paralela, do bloco 1.6 a gasolina atmosférico com dois motores elétricos: um motor de 36 kW e um gerador de arranque de alta tensão de 18 kW, alimentados por uma bateria de 1,2 kWh. O conjunto é gerido por uma inteligente caixa de velocidades multimodo, sem embraiagem, mas também sem o ruído incómodo das tradicionais CVT.
Esta tecnologia E-Tech, orgulha-se a Renault, está associada a mais de 150 patentes, bem como aos conhecimentos que a marca acumulou nas pistas de Fórmula 1, nomeadamente em matéria de recuperação e regeneração de energia (e a posição B, de Brake, está lá para o provar).
O arranque é sempre feito a eletricidade e, em percursos urbanos, é esta a energia mais dominante, conseguindo-se colocar o consumo médio na casa dos três litros por cem quilómetros. Na coluna dos contras, é de apontar o facto de a mala encolher face aos irmãos térmicos: em vez de 391 litros, arruma 301.
A condução do dia a dia beneficia ainda do apoio dos sistemas de assistência ao condutor. São duas dezenas e incluem assistência ativa ao condutor (controlo de velocidade de cruzeiro adaptativo, Stop & Go e assistência à manutenção na faixa de rodagem), câmara de 360° e travagem ativa de emergência com sensores para ciclistas e peões.
Estima-se que os preços, que deverão ser revelados nos próximos dias, situar-se-ão abaixo das propostas comercias atuais do Clio, vendido desde 20.417€.
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