Ao contrário da maioria da oferta híbrida, que assenta num motor térmico apoiado por um sistema elétrico, o Qashqai e-Power foi desenhado para ser elétrico, contando com o apoio do motor a combustão interna. Ou seja, a energia fornecida às rodas vem de um pequeno motor elétrico, que vai buscar alimento à mecânica térmica.
Para o conseguir, a Nissan repensou toda a lógica e posicionamento dos vários componentes. Assim, o motor elétrico está ligado diretamente às rodas da frente, recebendo energia do gerador, alimentado pelo bloco a gasolina. Essa energia passa pelo inversor, que a distribui entre o motor elétrico e a pequena bateria de 2,1 kWh, dependendo do que a condução estiver a pedir. Numa aceleração mais forte, o motor elétrico vai exigir toda a energia só para si; numa descida, sem acelerar e aproveitando a inércia, o motor a gasolina estará a alimentar a bateria, que poderá vir a proporcionar momentos de condução puramente elétrica, sem a intervenção da mecânica fóssil.
Rápido e eficiente
O aproveitamento eficiente da energia é ainda mais evidente na cidade, onde a recuperação pode ser ainda maior se se optar por usar o e-Pedal – mas, atenção!, ao contrário do que sucede, por exemplo, no Leaf, o e-Pedal não dispensa totalmente o uso do travão. Ou seja, para parar o carro vai ser preciso mudar o pé para o pedal à esquerda.
Por um lado, este tipo de arquitetura faz com que o arranque do automóvel seja efetivamente muito rápido, já que, obedecendo ao mesmo princípio dos elétricos, o binário máximo, no caso de 330 Nm, está disponível desde as zero rotações. Como resultado, o Qashqai e-Power vai dos 0 aos 100 km/h em 7,9 segundos, um valor difícil de encontrar num automóvel de caraterísticas similares, seja na vocação, nitidamente familiar, ou na potência, de 190 cv.
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Maior, mais tecnológico e seguro
Assente na nova plataforma CMF-C da Aliança, o Qashqai chegou ao mercado em 2021 sem incluir mecânicas a gasóleo, indo ao encontro da tendência do mercado de abandonar esta preferência.
No design, o Qashqai manteve a sua identidade, ainda que tenha crescido em quase todas as direções: 35mm de comprimento, 32mm de largura, 25mm de altura e 20mm entre eixos), o que permitiu melhorar o espaço disponível tanto para passageiros como para bagagens. No entanto, a versão e-Power sai ligeiramente sacrificada, com a mala a apresentar-se com 479 litros, menos 25 litros de volumetria do que os irmãos (mas, ainda assim, mais 25 litros que a geração anterior).
Ao nível da segurança e das ajudas à condução, o Qashqai está melhor do que nunca. E, no caso do e-Power, cuja gama começa com o nível de equipamento N-Connecta, chega de série com travagem de emergência automática, assistente ao ângulo morto, alerta de atenção, reconhecimento de sinais de trânsito, resposta de emergência por e-Call, sistema de infoentretenimento baseado no ecrã de 12,3”, câmara 360 e jantes de liga leve. Um patamar acima, o Qashqai e-Power Tekna inclui ProPilot com Navilink, head-up display, bancos em pele, estacionamento automático, faróis LED adaptativos, jantes de 19 polegadas e teto panorâmico. No topo da gama, a versão Tekna+ junta som Bose e bancos com massagem.
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Ao volante
Como explica a insignia da Nissan, o Qashqai e-Power é potente e eficiente, sem precisar de carregar. Ou seja, oferece o prazer de condução de um elétrico, mas sem as chatices de ter que o carregar e andar com cabos para a frente e para trás, aliando a isto um consumos muito eficientes.
O Qashqai utiliza uma motorização híbrida em serie, que conta com um motor de combustão interna montado na dianteira, um inédito 1.5 turbo de três cilindros com 156 cv, com taxa de compressão variável, que serve apenas como gerador, ou seja, não está «ligado» às rodas, mas que alimenta uma bateria de 2,1 kWh através de um inversor.
Essa bateria, por sua vez, alimenta um motor elétrico — também ele montado na dianteira — que entrega 190cv e 330 Nm, sendo que apenas este motor elétrico está ligado às rodas através de uma caixa de engrenagem fixa e faz o Qashqai e-Power andar.
Por isso mesmo, este Nissan Qashqai e-Power tem um funcionamento muito semelhante ao de um modelo 100% elétrico e até conta com algumas funcionalidades típicas desse tipo de propostas, como por exemplo o sistema e-Pedal, muito semelhante como aquele que encontramos no Nissan Leaf ou Nissan Ariya.
Como a propulsão deste SUV vem por interior do motor elétrico, a resposta é sempre muito linear. Contudo, quando carregamos a fundo no pedal do acelerador, percebemos que há ali um pequeno atraso na entrega dos 330 Nm de binário, notada ainda mais nos modos de condução mais eficientes, que impede que a experiência esteja ao nível de um 100% elétrico.
Mas mesmo assim conseguimos acelerar dos 0 aos 100 km/h em apenas 7,9s, que é um registo francamente mais interessante do que os 9,2s anunciados pelo Qashqai 1.3 DIG-T mild-hybrid com 158 cv.
Contudo, aquilo que mais surpreende é mesmo o comportamento em estrada. Aquilo que esta proposta não tem em atributos dinâmicos capazes de gerar grandes emoções, compensa em conforto de utilização e de rolamento. O habitáculo está bem isolado, o ruído do motor 1.5 só se faz ouvir quando se aumenta o ritmo, sem que sejam sentidas vibrações vindas do motor.
A parte mais interessante para o consumidor final poderá, porém, residir na economia de combustível, já que a marca garante que este sistema é 20% mais eficiente do que um híbrido convencional. E, com mais de tonelada e meia de peso, o Qashqai apresenta números apetecíveis de consumos: segundo os testes WLTP, gasta uma média de 5,3 l/100 km em circuitos combinados, mas em velocidade moderada, sem grandes rasgos apaixonados, nem de aceleração, nem de travagens bruscas, consegue 4,4 l/100 km. Em autoestrada, a velocidades mais altas, o consumo salta para a casa dos seis litros.
Preços
Quanto a preços, o Qashqai está disponível na secção de novos do Standvirtual a partir dos 35.150€ para a versão Acenta 1.3 de 140cv, valores que se extendem até aos 50.451€ para a versão mais equipada com a motorização e-Power. Versões e-Power que de resto se iniciam nos 41.551€ para a mesma versão Acenta, cerca de 6000€ mais que a versão a combustão, mas que oferecem os 190cv e a promessa de melhores consumos.
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