Pontiac Firebird 1969

Redação

29/02/2024

6 min

Clássicos americanos: Pontiac Firebird Trans Am

O Pontiac Firebird esteve em produção durante 35 anos, ao longo de quatro gerações, mas, para entender o fenómeno desencadeado pelo icónico “pássaro de fogo”, é preciso recuar às origens do modelo criado para reagir ao sucesso crescente da Ford no segmento dos automóveis desportivos.

O sucesso do Mustang

Ford Mustang

O Mustang foi apresentado em 1964, em Nova Iorque, com Henry Ford II, patrão da oval azul, a anunciar o arrojado objetivo de produzir 100 mil exemplares por ano. Meta que foi alcançada apenas três meses depois da estreia comercial, devido ao sucesso espetacular da fórmula de modelo acessível e compacto com imagem muito desportiva e orientado para o prazer de condução. Tanto mais que foi o emblema do puro sangue a galope do Ford que inspirou o nome da categoria nova dos “pony cars”.

Durante a segunda metade da década de 1960, vários fabricantes tentaram copiar a receita original, muitos com sucesso. Caso da Pontiac, marca de “performance” da General Motors, com o Firebird, fabricado sobre a plataforma F-Body da Chevrolet. Um cocktail feito com chassis do Camaro e potentes motores V6 e V8 que culminou num desportivo muito rápido, eficaz e divertido de conduzir, além de visualmente ameaçador. Provavelmente, o melhor desportivo no seu mercado de origem no segmento abaixo dos 3 mil dólares.

De pássaro de fogo a galinha histérica

1979 Pontiac Trans Am

Em 1969, apareceu a versão Trans Am do Firebird, que, apesar de remeter para a categoria da competição automóvel com o mesmo nome nos Estados Unidos da América, não era homologada para a pista. Mas estava posicionada no topo da gama, como a opção mais focada nas performances, com suspensões mais firmes, travões maiores e mais potentes e uma variante do motor V8 de 6,6 litros com potência esticada aos 335 cv. Nesta fase, o motor era fabricado pela própria Pontiac, o que fazia do Firebird um carro bem diferente do Camaro.

O Trans Am de 1969 foi produzido num número muito reduzido de unidades, sendo hoje muito disputado por colecionadores em todo o mundo.

Quanto custa um Pontiac Firebird usado?

No ano seguinte, uma nova geração chega ao mercado, também na mesma plataforma do renovado Camaro, e com mesmo V8 que equipava o modelo predecessor, mas agora com até 375 cv disponíveis. Uma nova versão, com motor de 7,5 litros e 300 cv (os fabricantes passaram a informar a potência líquida dos motores) chega ao mercado em 1971. Mas é em 1974 que o Firebird “abre as asas”. Foi dos poucos “muscle cars” a resistir à crise do petróleo, que atingia com estrondo a economia, passando, pela primeira vez, das 10.000 unidades vendidas num ano.

Pontiac Firebird 1979

A imagem exterior foi muito modernizada, com destaque para a decoração com faixas desportivas que destacavam o desenho do pássaro de fogo (Firebird), imagem icónica a que carinhosamente chamavam de “galinha histérica” (screaming chicken), uma alcunha que, parecendo depreciativa, apenas pretendia caricaturar as reações super entusiasmadas e satisfeitas dos seus proprietários.

É, porém, nesta fase mais empolgante da história do Firebrid que devidos aos aumentos sistemáticos nos combustíveis (e também nos preços dos seguros de veículos desportivos), o modelo começa a decair na oferta de potência. Em 1975, o Firebird mais potente tinha apenas 200 cv. Além da redução da potência, a Pontiac alterou bastante o design, até 1976, quando a marca criou o 50th Anniversary Trans Am, preto com detalhes em dourado — incluindo o pássaro de fogo no capô, na sua versão mais reconhecida.

Pontiac Firebird Trans Am

Exatamente o carro usado na popular produção “Smokey and the Bandit”, com Burt Reynolds, em 1977. Nesta versão, o modelo estreava motores da Oldsmobile, com 185 cv, em alternativa a um novo 6.6 da Pontiac, com 200 cv, anunciando 0 a 100 km/h em 8,1 segundos, mas com velocidade de ponta de apenas 195 km/h. Nada impressionante para um “muscle car”.

Todos queriam o carro do Bandit

1981 Pontiac Trans Am

O filme foi o segundo maior sucesso de bilheteira do ano (só atrás de Star Wars!) e catapultou definitivamente o Firebird Trans Am para o estatuto de objeto de culto. Todos queriam conduzir “o carro do Bandit”. As vendas do Firebird superaram pela primeira vez as do Camaro, com 155.735 exemplares matriculados em 1977; quase metade eram Trans Am. O fenómeno foi em crescendo e, em 1979, a Pontiac registou o melhor ano de sempre: em 211.454 Firebird vendidos, 117.108 eram Trans Am.

Pontiac Firebird KITT Knight Rider

O modelo americano conta com inúmeras participações em filmes e séries desde essa primeira aparição. A série de televisão Knight Rider (O Justiceiro), que a norte-americana NBC estreou em setembro de 1982 e parou de emitir só em abril de 1986, popularizou o ator David Hasselhoff, que interpretava o papel de Michael Knight. No entanto, a estrela da ação era uma versão modificada da 3.ª geração do Pontiac Firebird Trans Am (1982-1992), automóvel com inteligência artificial, entre muitos outros recursos que não passavam de ficção científica… na década de 1980.

O fim de uma era

A quarta geração do Firebird, entre 1993 e 2002, foi a última a chegar ao mercado. Os avanços na tecnologia de motores deram à Pontiac a possibilidade de voltar a contar com mecânicas mais condizentes com o estatuto do automóvel, dispondo de um novo V8, a debitar 325 cv, como alternativa ao V6 de 3,8 litros de acesso à gama, com 200 cv.

Em 2002, o Firebird Trans Am com um novo V8 de 5,7 litros e 325 cv de potência permitia cumprir em 13 segundos a medição do quarto de milha no modelo que assinalava o 35º e último aniversário do Firebird, com pintura amarela.

Embora a geração final do Firebird tenha voltado às suas raízes em matéria de potência e velocidade, o mercado dos coupés desportivos em declínio precipitou a decisão da Pontiac em descontinuar o modelo.

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