Todos nós convivemos desde sempre com a eletricidade nas nossas casas, por isso esta energia não é novidade para ninguém. Já a presença massificada da eletricidade nos automóveis é um fenómeno bem mais recente, mas imparável. A progressiva eletrificação do automóvel é uma característica dos nossos tempos, aumenta a cada dia e a perspetiva é que venha a crescer ainda mais no futuro. O grau intermédio desta eletrificação são os carros híbridos.
Para percebermos como funciona um carro híbrido, recorremos a uma velha máxima: “a união faz a força”. Se a um motor de combustão interna (a gasolina, na maior parte dos casos, ou a diesel, mais raramente) juntarmos o contributo de um motor elétrico, então vamos colher mais benefícios na utilização desse automóvel que designamos como híbrido.
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Vantagens dos carros híbridos
Mais amigo do ambiente
Graças ao suplemento de força e potência do motor elétrico, nomeadamente nos momentos de aceleração e nas recuperações de velocidade, o motor de combustão interna é menos solicitado. E aqui está um dos principais encantos dos automóveis híbridos: a diminuição de consumos e, decorrente desta, a redução de emissões de CO2 (algo que os construtores de automóveis estão obrigados a cumprir).
O motor elétrico de um carro híbrido precisa de receber carga. Esta fase é otimizada em ambiente urbano, onde as frequentes travagens e as desacelerações geram energia cinética que é convertida em energia elétrica. Ou seja, onde um carro convencional tem piores consumos – em cidade – é onde o híbrido brilha. Alguns dados apontam mesmo para reduções de consumos na ordem dos 50% neste ambiente.
Recentemente, temos visto cada vez mais notícias de cidades que impõem restrições à circulação de determinados veículos, nomeadamente dos diesel mais antigos. Neste contexto e tendência, optar por um híbrido é uma forma de contornar essas restrições à circulação (pelo menos enquanto as referidas restrições não endurecem ainda mais).
Mas, se os carros híbridos estão como “peixe na água” nas cidades, o brilhantismo dos consumos é bem menos fulgurante em estrada ou autoestrada, onde períodos de aceleração mais continuados contribuem para drenar a bateria. Logo, com menos apoio do motor elétrico, os consumos aumentam nestes trajetos, pelo que é importante o automobilista ter em conta o tipo de percursos que faz com mais frequência.
Híbridos plug-in: o ovo de colombo
A evolução automóvel não para e os construtores inventaram aquilo que se assemelha a um ovo de colombo: os chamados híbridos plug-in. Ao contrário dos híbridos simples, os híbridos plug-in dispõem de uma ficha elétrica. Uma carga completa é mais rápida do que num veículo 100% elétrico e permite cerca de 50 quilómetros em modo apenas elétrico.
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Assim que terminam os 50 quilómetros, o híbrido plug-in funciona como um híbrido normal (gastando gasolina ou diesel). Neste caso, não existe a clássica ansiedade de quem tem um veículo 100% elétrico e que receia ficar sem bateria antes de chegar ao seu destino. O híbrido plug-in é assim uma solução excelente para quem não necessite de percorrer grandes distâncias diárias e tenha disponibilidade e disciplina para recarregar a bateria diariamente.
Conseguir a tal meia centena de quilómetros em modo puramente elétrico significa que o híbrido plug-in necessita de um motor elétrico mais possante e de uma bateria maior do que o híbrido convencional. Isto traduz-se num maior peso da viatura. Logo, quando terminam os tais 50 km em modo puramente elétrico, é necessário ter em conta que o híbrido plug-in vai gastar mais do que o mais leve híbrido convencional.
Desvantagens dos carros híbridos
Preço
Até aqui, vimos essencialmente as vantagens dos carros híbridos e poucas desvantagens. No entanto, como em tantas outras situações, há outros inconvenientes, entre os quais o preço. Um veículo híbrido é mais caro do que um movido apenas por um motor convencional.
Espaço interior
Alguns modelos híbridos, nem todos, padecem de uma diminuição da capacidade da bagageira, devido à colocação das baterias nessa área.
Custos de manutenção
Muitos automobilistas fazem a manutenção das suas viaturas em oficinas ou num mecânico em quem confiam. No caso de um veículo híbrido já não é tão simples entregar a manutenção deste tipo de carro a esse profissional de confiança, sendo necessárias intervenções e conhecimento mais especializados.
São também expetáveis custos de manutenção superiores aos de um carro apenas com motor de combustão interna, uma vez que o veículo dispõe de mais um sistema propulsor.
Desgaste da bateria
É conveniente ter em conta o tempo de garantia da bateria oferecido pelo construtor ou o que resta desse período, tratando-se de um usado. Isto porque, se o proprietário tiver o azar de precisar de comprar uma nova bateria, esta será necessariamente cara. Por outro lado, na balança ambiental, a reciclagem das baterias é um processo complexo.
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Comprar carro híbrido ou 100% elétrico?
Por último, com a massificação dos veículos 100% elétricos, estes vão ficando cada vez mais acessíveis e com maiores autonomias. Esta rápida evolução dos automóveis que gastam exclusivamente eletricidade, tende a retirar interesse aos automóveis híbridos, o que poderá traduzir-se numa maior desvalorização destes últimos.
Se está a pensar comprar um automóvel híbrido, tudo o que falámos até aqui importa. Convém, por isso, analisar o tipo de utilização que faz do carro, nomeadamente, a quantidade de quilómetros que percorre e o tipo de trajetos, fazendo algumas contas para perceber se o custo adicional de um híbrido compensa.
Por outro lado, se o que o move é mais a consciência ambiental, que todos devemos respeitar cada vez mais, então provavelmente já não se ficará pelo híbrido – que, ainda assim, consome combustíveis fósseis – e dá o passo seguinte, que passa pela compra de um automóvel 100% elétrico.
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